Índice
- 1 O que é a Unidade de Terapia Intensiva?
- 2 Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os Centros de Terapia Intensiva (CTI)
- 3 Cuidados na Terapia Intensiva
- 4 O médico intensivista
- 5 Rotina de uma Unidade de Terapia Intensiva
- 6 O que é indispensável em uma UTI?
- 7 Vale a pena se especializar para trabalhar em uma Unidade de Terapia Intensiva?
- 8 Residência Médica em Terapia Intensiva
- 9 Sugestão de leitura complementar
Veja tudo o que você precisa saber sobre a Terapia Intensiva e a sua relevância! Boa leitura!
A terapia intensiva destina-se ao cuidado de pacientes críticos ou com alto nível de dependência. Assim, ela inclui a tecnologia para o suporte à vida e o manejo de falências graves. Quer saber mais sobre a Terapia Intensiva e a rotina do médico intensivista? Aproveite a leitura!
O que é a Unidade de Terapia Intensiva?
A ideia da criação de uma Unidade de Terapia Intensiva foi pensada pela enfermeira italiana Florence Nightingale, em 1854, durante a Guerra da Crimeia. Ela concluiu que, alocando os pacientes mais graves próximos aos profissionais da saúde, facilitaria o monitoramento e o atendimento.
Com isso, envolvida com o cuidado de soldados cuja taxa de mortalidade beirava os 40%, Florence – juntamente com uma equipe treinada -, alcançou uma redução a 2%.
Já no Brasil, as UTIs chegaram na década de 1950, sendo inauguradas no Hospital das Clínicas de São Paulo, segundo o Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
As Unidades de Terapia Intensiva (UTI) servem para o acolhimento de pacientes em estado grave. Pacientes com chances de sobrevida, mas que demandam monitoramento constante.
Além disso, as UTI’s são destinadas a casos específicos. Dessa forma, elas podem ser divididas em:
- Adulto;
- Pediátrica;
- Pediátrica Mista (incluindo neonatal);
- Neonatal.
Ainda, você pode encontrar as UTIs Especializadas, como a Cardiológica, Cirúrgica e Neurológica.
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os Centros de Terapia Intensiva (CTI)
Como falamos acima, as UTI’s são destinadas a casos mais específicos. Por isso, costumam ser encontradas mais facilmente em hospitais de médio a grande porte.
Além disso, as Unidades de Terapia Intensiva costumam ser utilizadas para pacientes com quadro clínico crítico e instável. É comum, por exemplo, ser necessário o suporte ventilatório e altas doses de medicamentos.
Já os Centros de Terapia Intensiva (CTI) ofertam acompanhamento intensivo sem uma patologia específica. Assim, reúnem pacientes com casos graves, que também precisam de monitoramento constante, com um time amplo de profissionais da saúde.
Apesar de as patologias dos pacientes na CTI não serem específicas, o centro conta com a mesma estrutura de uma UTI, como aparelhagem e equipe multidisciplinar.
Há, ainda, as Unidades Semi-Intensivas, destinadas a casos menos graves. São pacientes que requerem observação e monitoramento, mas que estão em processo de estabilização ou estado não muito grave.
Cuidados na Terapia Intensiva
A rotina da UTI nunca para. Por isso, devem estar presentes profissionais da saúde 24h, preparados para realizar medidas de Suporte Avançado de Vida.
Para saber a melhor forma de agir e manter os pacientes estáveis, é necessário estar alerta aos sinais e sintomas de gravidade. Além disso, muitas vezes, é preciso tomar atitudes de forma rápida e assertiva.
Os cuidados intensivos são diversos, mas se destacam a monitorização de sinais e sintomas, avaliação e manejo da dor e a avaliação nutricional e psicológica. Assim, fica claro que a UTI oferta cuidados multidisciplinares e fundamentais para a melhora do paciente.
Considerando isso, temos:
- Médicos;
- Enfermeiros;
- Técnicos de enfermagem;
- Fisioterapeutas;
- Nutricionistas;
- Dentistas;
- Psicólogos;
- Farmacêuticos;
- Bioquímicos;
- Assistentes sociais.
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O médico intensivista
O médico intensivista é responsável por pacientes em casos graves ou que tenham alto grau de dependência. Sendo o médico diarista, assume assim o papel de liderar a equipe multiprofissional na unidade, garantindo a execução de protocolos e dupla checagem de processos.
Sua rotina é movimentada e inclui procedimentos de: intubação endotraqueal e ventilação, traqueostomia percutânea, inserção de drenos, ultrassonografia, cateterização arterial e punção de veia central.
Além do monitoramento nas UTIs e CTIs, o profissional pode, por exemplo, trabalhar no pós-operatório, como na unidade de queimados. Ainda, pode funcionar com pacientes que têm um alto nível de dependência.
Alguns dos procedimentos mais comuns na UTI a ser realizados pelo intensivista são:
- Intubação endotraqueal;
- Ultrassonografia à beira-leito;
- Traqueostomia percutânea;
- Inserção de drenos torácicos;
Para se tornar um intensivista, você pode entrar no Programa de Residência em Terapia Intensiva ou realizar a Prova de Título em Terapia Intensiva, que é realizada pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).
Rotina de uma Unidade de Terapia Intensiva
De maneira geral, apesar das diferenças entre cada hospital com Unidade de Terapia Intensiva, a rotina se parece muito. Essas diferenças podem ser devido ao grau de complexidade do hospital e das especialidades referência dele. Todos esses fatores definem fatores como a quantidade de leitos.
Além disso, é importante é reconhecer que a UTI, em especial, está sujeita a imprevistos. Isso reforça a importância de uma rotina.
Assim, o primeiro passo da rotina de uma Unidade de Terapia Intensiva é pegar o plantão do colega responsável antes de você. Esse é o momento de se informar das mudanças das últimas horas e reconhecer as urgências.
Essa avaliação envolve estar a par das variações de sinais vitais.
- Quais pacientes estão estáveis?
- Qual paciente instabilizou e por que?
- Como está a prescrição desses pacientes?
- Como estão os exames laboratoriais e de imagem?
Em seguida é feita a avaliação do paciente beira-leito e a prescrição.
Passos da atuação na UTI
É importante ter em mente que cada decisão na UTI resulta na boa ou má dinâmica durante o plantão para toda a equipe. Por isso, ter agilidade ao fazer prescrição faz muita diferença, podendo agilizar ou atrasar o trabalho.
Quatro passos para ter uma atuação eficiente na UTI, são:
- Informações gerais dos pacientes;
- Avaliação à beira-leito, onde se é traçada a conduta com base no exame feito;
- Prescrição;
- Evolução escrita.
A rotina na UTI ainda envolve, geralmente, 2 visitas ao dia ao paciente.
Nesse momento, toda a equipe se reúne, dentre eles:
- Médicos
- Enfermeiros
- Nutricionistas
- Fisioterapeutas
- Farmacêuticos
- Fonoaudiólogos.
Cada paciente é discutido rapidamente e, a partir disso, são definidas metas diárias para cada especialidade.
Todos os profissionais estarem cientes do plano do dia é fundamental. Ao fim do plantão, as metas são conferidas e tudo é passado para o próximo plantonista.
O que é indispensável em uma UTI?
Como comentado, a Unidade de Terapia Intensiva exige uma equipe preparada e materiais especiais.
Considerando que os pacientes internados estão em maior gravidade, alguns equipamentos são indispensáveis pra sua assistência.
Eletrocardiógrafo
O eletrocardiógrafo avalia a atividade elétrica cardíaca por meio de eletrodos. Na UTI, essa monitorização é feita por meio de um monitor multiparamétrico. Para isso, são fixados eletrodos na pele.
Apesar de a equipe de enfermagem estar à frente dessa conduta, é importante checar se o carrinho de emergência está lacrado. Isso é importante uma vez que, lacrado, ele se encontra completo em materiais.
Ventilador mecânico
O ventilador mecânico é essencial no ambiente de UTI, pois oferece uma maneira artificial de respiração.
Através do tubo traqueal é feita a troca de oxigênio nos pulmões permitindo que o paciente se reestabeleça do quadro.
Bomba de Infusão
A bomba de infusão permite administrar medicações e realizar a nutrição enteral ou parenteral.
Isso é importante pois, sendo o paciente grave, idoso ou com uma doença de base, a dose da medicação se torna mais relevante. Ou seja, quanto mais precisa for a administração, melhor.
Vale a pena se especializar para trabalhar em uma Unidade de Terapia Intensiva?
A escolha de se especializar e trabalhar em uma unidade de terapia intensiva (UTI) é uma decisão pessoal que depende dos interesses e objetivos individuais de cada médico.
Essa escolha vale a pena se você é um profissional de medicina que tem paixão pelo atendimento a pacientes críticos e pela resolução de problemas complexos. É preciso está disposto a lidar com grande responsabilidade, exigência de cumprimento de uma pesada carga horária e emocional de trabalho.
De qualquer modo, nesta especialidade você terá a oportunidade de lidar com uma ampla gama de condições médicas graves e aplicar conhecimentos avançados.
Residência Médica em Terapia Intensiva
A Residência Médica em medicina intensiva, geralmente, tem duração de dois anos. Durante este período, os residentes recebem treinamento prático e teórico intensivo em unidades de terapia intensiva (UTIs).
Vale ressaltar que esse programa de residência faz parte da categoria de programas com pré-requisito. Isso significa que o médico deve realizar previamente uma residência em clínica médica ou cirurgia.
Rotina do residente de terapia intensiva
Os residentes de terapia intensiva participam ativamente no cuidado de pacientes graves. Eles aprendem a utilizar equipamentos médicos avançados e adquirem conhecimento em áreas como monitoramento, ventilação mecânica, suporte hemodinâmico, entre outras.
Durante a residência, os médicos frequentemente realizam plantões em UTIs, adquirindo experiência prática no atendimento de pacientes críticos.
O programa treina o residente para controle de doenças, procedimentos práticos, cuidados terminais, ressuscitação, controle inicial do paciente agudamente enfermo, entre outros.

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