Índice
- 1 O que são doenças neuroimunológicas?
- 2 O que são doenças neuroinfecciosas?
- 3 Fisiopatologia das doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas
- 4 Fatores de risco e epidemiologia das principais doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas
- 5 Como manejar pacientes com doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas?
- 6 Principais exames complementares na neurologia
- 7 Doenças neuroimunológicas: Como manejar a esclerose múltipla (EM)?
- 8 Doenças neuroimunológicas: Como manejar paciente com a neurite óptica?
- 9 Doenças neuroinfecciosas: Como manejar o quadro de Meningite?
- 10 Doenças neuroinfecciosas: como manejar neurosífilis?
- 11 Dica de como aperfeiçoar seus conhecimentos doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas
- 12 Sugestão de leitura complementar
- 13 Referências
Tudo que você precisa saber sobre as doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas. Acesse e fique por dentro do assunto!
Doenças neurológicas são condições que afetam o sistema nervoso, que inclui o cérebro, a medula espinhal, os nervos periféricos e os músculos. Essas doenças podem ter várias causas, como genética, infecções, lesões, distúrbios autoimunes, tumores, doenças metabólicas, entre outras.
As doenças neurológicas podem manifestar-se de várias maneiras, dependendo da região do sistema nervoso afetada.
Hoje iremos falar sobre as doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas. Confira!
O que são doenças neuroimunológicas?
Doenças neuroimunológicas são condições em que o sistema imunológico do corpo ataca erroneamente as estruturas do sistema nervoso central ou periférico, levando a disfunções neurológicas.
Essas doenças ocorrem devido a uma resposta imunológica desregulada, resultando em inflamação crônica e danos aos tecidos neurais.
Existem várias doenças neuroimunológicas diferentes, cada uma com características clínicas, mecanismos imunopatológicos e tratamentos específicos.
Os exemplos comuns de doenças neuroimunológicas são:
- Esclerose Múltipla (EM)
- Neuromielite Óptica (NMO)
- Encefalomielite Autoimune Aguda Disseminada (ADEM)
- Síndrome de Guillain-Barré (SGB)
- Doença de Behçet.
O que são doenças neuroinfecciosas?
Assim como as doenças neuroimunológicas, as doenças neuroinfecciosas são infecções que afetam o sistema nervoso central ou periférico. O que muda é a etiologia.
Essas infecções podem ser causadas por uma variedade de agentes patogênicos, como vírus, bactérias, fungos ou parasitas, e podem resultar em danos neurológicos significativos.
Como exemplos de doenças neuroinfecciosas, temos:
- Meningite
- Encefalite
- Abcessos cerebrais
- Neurosífilis
- Doença de Lyme neuroinvasiva
- Neurotoxoplasmose.
Fisiopatologia das doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas
A fisiopatologia das doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas envolve mecanismos distintos, embora em ambos os casos o sistema nervoso seja afetado.
Fisiopatologia das doenças neuroimunológicas
As doenças neuroimunológicas são caracterizadas por uma resposta imunológica desregulada contra as estruturas do sistema nervoso. Os mecanismos exatos variam entre as diferentes condições.
Em geral, a fisiopatologia envolve a ativação e a resposta anormal do sistema imunológico contra componentes do sistema nervoso central ou periférico. Isso pode resultar em inflamação crônica e danos aos tecidos neurais.
Na esclerose múltipla (EM), por exemplo, a resposta imune desencadeia uma inflamação que leva à desmielinização dos nervos. Isso causa a interrupção na condução dos impulsos elétricos e resultando em sintomas neurológicos.
No caso da neuromielite óptica (NMO), a resposta imunológica direcionada contra a proteína aquaporina-4 presente na junção neuromuscular causa inflamação. Isso leva à destruição dos oligodendrócitos (células que produzem mielina) e danos aos nervos ópticos e à medula espinhal.
Fisiopatologia das doenças neuroinfecciosas
As doenças neuroinfecciosas ocorrem quando agentes infecciosos invadem o sistema nervoso. Assim, a fisiopatologia envolve a replicação e disseminação desses agentes infecciosos, desencadeando uma resposta imunológica para combatê-los.
Os agentes infecciosos podem entrar no sistema nervoso central ou periférico por meio de várias vias. Entre as possibilidades temos a corrente sanguínea, os nervos periféricos ou diretamente a partir de infecções adjacentes. Os danos que podem ser causados por eles são:
- Danos diretos às células neurais;
- Liberar toxinas que afetam a função neural;
- Desencadear uma resposta inflamatória exagerada que causa danos secundários aos tecidos nervosos.
A resposta imunológica às infecções no sistema nervoso pode envolver a ativação de células imunológicas, liberação de citocinas pró-inflamatórias e a formação de focos inflamatórios.
Dependendo do agente infeccioso, a resposta imune pode ser insuficiente para eliminar completamente a infecção, resultando em infecções crônicas ou recorrentes.
Fatores de risco e epidemiologia das principais doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas
As doenças neuroimunológicas e infecciosas pode afetar pessoas de diferentes idades, gêneros e origens étnicas. Confira quais são as principais doenças de cada uma delas:
Doenças neuroimunológicas
Confira abaixo as principais doenças neuroimmunológicas:
Esclerose Múltipla (EM)
- Fatores de risco: A EM é mais comum em mulheres do que em homens. Outros fatores de risco incluem histórico familiar de EM, exposição a certos vírus, como o vírus Epstein-Barr, deficiência de vitamina D, tabagismo e certos padrões genéticos.
- Epidemiologia: A EM é uma das doenças neuroimunológicas mais comuns. Ela afeta principalmente adultos jovens, geralmente entre 20 e 40 anos de idade. A prevalência varia em diferentes regiões geográficas, sendo mais comum em áreas de clima temperado, como Europa do Norte, América do Norte e Austrália.
Neuromielite Óptica (NMO)
- Fatores de risco: A NMO é mais comum em mulheres do que em homens. Além disso, a presença de anticorpos contra a proteína aquaporina-4 (anti-AQP4) é um fator de risco importante para o desenvolvimento da NMO.
- Epidemiologia: A NMO é menos comum do que a esclerose múltipla, mas ainda assim é significativa. A doença ocorre em todo o mundo, e estudos mostram uma maior incidência em populações asiáticas e africanas.
Síndrome de Guillain-Barré (SGB)
- Fatores de risco A SGB pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em adultos e idosos. A síndrome pode ser desencadeada por infecções virais ou bacterianas, como infecções respiratórias ou gastrointestinais.
- Epidemiologia: A SGB tem uma incidência relativamente baixa. Estima-se que afete cerca de 1 a 2 pessoas em cada 100.000 por ano. Não há uma predisposição genética conhecida, e a síndrome pode ocorrer em qualquer região geográfica.
Doença de Behçet
- Fatores de risco: A doença de Behçet está associada a certos marcadores genéticos, como o antígeno HLA-B51. Acredita-se que fatores ambientais e infecciosos também possam desempenhar um papel no desenvolvimento da doença.
- Epidemiologia: A doença de Behçet é mais comum em regiões ao longo da antiga Rota da Seda, como o Mediterrâneo, o Oriente Médio, a Ásia Central e o Japão. Ela ocorre com maior frequência em homens jovens de ascendência asiática e do Oriente Médio.
Doenças neuroinfecciosas
Confira os fatores de riscos e epidemiologia das principais doenças neuroinfecciosas:
Meningite bacteriana
- Fatores de risco: A presença de certas condições médicas, como imunodeficiência, diabetes, ausência do baço, infecções respiratórias superiores e contato próximo com pessoas infectadas, pode aumentar o risco de desenvolver meningite bacteriana.
- Epidemiologia: A meningite bacteriana pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em crianças pequenas, idosos e pessoas com sistema imunológico enfraquecido. A incidência varia ao redor do mundo, e os principais agentes causadores podem variar em diferentes regiões.
Neurosífilis
- Fatores de risco: A principal causa de neurosífilis é a infecção pela bactéria Treponema pallidum, transmitida principalmente por meio de contato sexual. Os fatores de risco incluem comportamento sexual de risco, como relações sexuais desprotegidas e múltiplos parceiros sexuais.
- Epidemiologia: A sífilis é uma doença global, e a neurosífilis pode ocorrer em qualquer região onde a sífilis é endêmica. A incidência e a prevalência variam entre as populações e ao longo do tempo. A sífilis tem mostrado um aumento preocupante em várias regiões, incluindo o Brasil.
Neurotoxoplasmose
A neurotoxoplasmose é uma forma de toxoplasmose que afeta o sistema nervoso central, incluindo o cérebro. Ela é causada pelo parasita Toxoplasma gondii.
Fatores de risco:
- Imunossupressão: A neurotoxoplasmose ocorre principalmente em pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como pacientes com HIV/AIDS ou aqueles que fazem uso de medicamentos imunossupressores, como após transplante de órgãos.
- Gravidez: Mulheres grávidas que são infectadas pelo Toxoplasma gondii pela primeira vez durante a gestação correm o risco de transmitir a infecção para o feto, e isso pode levar ao desenvolvimento de neurotoxoplasmose no bebê.
Epidemiologia
A toxoplasmose é uma infecção global, e estima-se que cerca de um terço da população mundial esteja infectada pelo Toxoplasma gondii. Embora a toxoplasmose seja uma infecção comum, a neurotoxoplasmose é uma manifestação clínica mais grave que geralmente ocorre em pessoas com sistema imunológico comprometido.
Como manejar pacientes com doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas?
O manejo do paciente com sintomas e doenças neurológicas muitas vezes assusta o médico que não é da área e ainda mais os estudantes de medicina.
Porém, saber realizar a anamnese direcionada, fazer o exame neurológico e solicitar os principais exames complementares, quando possível, já ajuda na investigação e direcionamento de qualquer patologia.
Exame físico neurológico
Realizar um exame físico neurológico envolve uma avaliação sistemática dos diferentes sistemas neurológicos e suas funções. Eles são fundamentais no manejo do paciente com doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas.
Abaixo estão alguns dos principais componentes do exame físico neurológico:
- Do estado mental: Avalia o nível de consciência, orientação, memória, atenção, linguagem e habilidades cognitivas.
- Dos nervos cranianos: Avalia a função dos doze pares de nervos cranianos, incluindo a visão, audição, movimentos faciais, sensibilidade facial, força da mandíbula, movimento dos olhos, paladar, entre outros.
- Motor: Avalia a força muscular, tônus muscular, coordenação motora, marcha e movimentos voluntários.
- Sensitivo: Avalia a sensibilidade ao toque, dor, temperatura e propriocepção em diferentes partes do corpo.
- Dos reflexos: Avalia os reflexos tendinosos profundos, como o reflexo patelar, o reflexo bicipital e o reflexo aquileu, entre outros.
- Do sistema cerebelar: Avalia o equilíbrio, a coordenação motora fina, a marcha e os movimentos voluntários precisos.
- Sistema autônomo: Avalia a função do sistema nervoso autônomo, incluindo a pressão arterial, a frequência cardíaca, a sudorese e a regulação da temperatura.
- Da coluna vertebral: Avalia a mobilidade, a sensibilidade e os reflexos na região da coluna vertebral.
Relembre o exame neurológico completo acessando nosso texto: Exame Físico Neurológico: cuidados pré e tipos de exames
Manejo das doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas
O manejo dessas patologias em específicos será falada abaixo.
Principais exames complementares na neurologia
Em relação aos exames complementares na neurologia, eles podem ser solicitados com base na avaliação clínica e nos sintomas apresentados pelo paciente.
Alguns dos principais exames complementares na neurologia, que também podem ser utilizados no diagnóstico das doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas, incluem:
- De imagem: Ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC) são usadas para avaliar a estrutura do cérebro, medula espinhal e outras estruturas neurológicas. Podem ser úteis para detectar tumores, lesões, anormalidades vasculares, inflamação e outras alterações.
- Eletroencefalograma (EEG): É um exame que registra a atividade elétrica do cérebro e pode ser usado para diagnosticar condições como epilepsia, distúrbios do sono e outras disfunções cerebrais.
- Eletroneuromiografia (ENMG): É um exame que avalia a função dos nervos periféricos e dos músculos. É usado para diagnosticar doenças do sistema nervoso periférico, como neuropatias e doenças musculares.
- De líquido cefalorraquidiano (LCR): A punção lombar é realizada para obter amostras do LCR, que podem ser analisadas para detectar infecções, inflamação, células cancerígenas e outras alterações.
- Exames laboratoriais: Podem ser solicitados para avaliar os níveis de substâncias no sangue, como eletrólitos, hormônios, marcadores inflamatórios, anticorpos e outros parâmetros relevantes para diagnóstico e acompanhamento de condições neurológicas.
É importante ressaltar que a escolha dos exames complementares depende da suspeita clínica e do julgamento médico com base na avaliação inicial do paciente. Cada caso é único e pode requerer diferentes exames para chegar a um diagnóstico preciso.
O manejo de pacientes com doenças neuroimunológicas e neuroinfecções, envolve uma abordagem multidisciplinar, combinando o conhecimento da neurologia, imunologia e medicina infecciosa. Confira cada uma delas abaixo.
Doenças neuroimunológicas: Como manejar a esclerose múltipla (EM)?
A esclerose múltipla é o primeiro exemplo de doença neuroimunológica. Seu manejo envolve uma abordagem multidisciplinar com o objetivo de controlar os sintomas, retardar a progressão da doença, prevenir recaídas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Abaixo estão algumas estratégias comumente utilizadas no manejo da EM:
Tratamento farmacológico das doenças neuroimunológicas
Terapia modificadoras da doença (TMDs)
São medicamentos que visam modificar o curso da doença, reduzindo a frequência e gravidade das recaídas, além de retardar a progressão da incapacidade. Existem várias opções disponíveis, incluindo medicamentos injetáveis, orais e infusíveis. A escolha do medicamento depende de fatores como a forma da EM, a gravidade dos sintomas e as características individuais do paciente.
Tratamento sintomático
Além das TMDs, podem ser prescritos medicamentos para controlar sintomas específicos da EM, como fadiga, espasticidade, dor, problemas de bexiga e disfunção sexual.
Reabilitação das doenças neuroimunológicas
- Fisioterapia: Ajuda a melhorar a mobilidade, a força muscular e a coordenação.
- Terapia ocupacional: Ensina estratégias para lidar com as limitações funcionais e melhorar a independência nas atividades diárias.
- Fonoaudiologia: Auxilia em problemas de fala, deglutição e outras dificuldades de comunicação.
- Psicoterapia: Pode ser útil para lidar com as questões emocionais e psicossociais relacionadas à doença.
Cuidados gerais
- Estilo de vida saudável: Uma dieta equilibrada, exercícios físicos regulares e a manutenção de um peso adequado podem contribuir para o bem-estar geral.
- Gestão do estresse: Técnicas de relaxamento, meditação e outras estratégias para gerenciar o estresse podem ajudar a lidar com os desafios da doença.
- Suporte psicossocial: Participar de grupos de apoio, buscar aconselhamento e compartilhar experiências com outras pessoas afetadas pela EM pode ser benéfico emocionalmente.
Acompanhamento médico regular
Consultas regulares com um neurologista especializado em EM são importantes para monitorar a progressão da doença, ajustar o tratamento e tratar quaisquer problemas ou complicações que possam surgir.
Doenças neuroimunológicas: Como manejar paciente com a neurite óptica?
A neurite óptica é uma condição caracterizada pela inflamação do nervo óptico, que pode causar perda temporária ou permanente da visão.
O manejo da neurite óptica envolve uma combinação de tratamento para controlar a inflamação aguda, minimizar os sintomas e promover a recuperação visual.
Abaixo estão algumas estratégias comumente utilizadas no manejo da neurite óptica:
Tratamento farmacológico das doenças neuromunológicas
Corticosteroides geralmente são administrados para reduzir a inflamação e acelerar a recuperação visual. Podem ser prescritos na forma de comprimidos, injeções intravenosas ou terapia intravenosa de pulso. A escolha e a duração do tratamento com corticosteroides podem variar de acordo com a gravidade dos sintomas e a preferência do médico.
Tratamento sintomático
Medicamentos analgésicos de venda livre, como paracetamol, podem ser usados para aliviar a dor associada à neurite óptica.
Um terapeuta ocupacional especializado em visão pode fornecer exercícios e técnicas visuais para ajudar na adaptação à perda de visão temporária ou permanente.
Acompanhamento médico regular
Consultas de acompanhamento com um oftalmologista ou neurologista são importantes para monitorar a progressão da neurite óptica, avaliar a recuperação visual e ajustar o tratamento, se necessário.
Suporte emocional
Receber um diagnóstico de neurite óptica e lidar com a perda de visão pode ser emocionalmente desafiador. Procurar apoio de familiares, amigos e grupos de apoio pode ajudar a lidar com os aspectos emocionais da condição.
É importante destacar que o manejo da neurite óptica pode variar dependendo da causa subjacente da inflamação. Em alguns casos, a neurite óptica pode ser uma manifestação de outras condições, como esclerose múltipla. Portanto, o tratamento também deve ser direcionado à doença subjacente, quando aplicável.
Doenças neuroinfecciosas: Como manejar o quadro de Meningite?
O manejo de um quadro de meningite envolve medidas urgentes para tratar a infecção e controlar os sintomas, além de identificar a causa subjacente da doença. É importante destacar que a meningite é uma condição grave e potencialmente fatal, e o tratamento deve ser realizado em um ambiente hospitalar.
Tratamento medicamentoso das doenças neuroinfecciosas
Se a meningite for causada por uma infecção bacteriana, é essencial administrar antibióticos de amplo espectro o mais rápido possível, antes mesmo de se confirmar o agente infeccioso específico. A escolha do antibiótico dependerá da idade do paciente, da suspeita de agentes infecciosos e dos padrões de resistência bacteriana locais.
Em casos de meningite viral, antivirais específicos podem ser administrados, dependendo do agente viral identificado. Se a meningite for causada por fungos, antifúngicos específicos serão utilizados.
Medidas de suporte
Manter a hidratação adequada por via intravenosa é essencial para garantir o equilíbrio hídrico e evitar a desidratação. Analgésicos e antipiréticos podem ser administrados para aliviar a dor de cabeça, a febre e o desconforto geral.
Acompanhar regularmente os sinais vitais, como pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, é fundamental para identificar complicações precoces e fornecer tratamento adequado.
Precauções de isolamento das doenças neuroinfecciosas
Dependendo do agente infeccioso suspeito ou confirmado, podem ser necessárias precauções de isolamento para evitar a propagação da infecção. Isso inclui o uso de máscaras, luvas e aventais durante o atendimento ao paciente.
Investigação diagnóstica adicional
Além do tratamento imediato, é importante identificar a causa subjacente da meningite.
Isso envolverá exames laboratoriais, como análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) obtido por punção lombar, cultura de sangue e outros testes diagnósticos, para determinar o agente infeccioso específico e orientar o tratamento adequado.
Acompanhamento e suporte contínuo
Após o tratamento inicial, assim como as outras doenças neuroinfecciosas e neuroimunológicas, é fundamental o acompanhamento médico regular para monitorar a recuperação, realizar exames de acompanhamento e garantir que não haja complicações tardias, como sequelas neurológicas.
Doenças neuroinfecciosas: como manejar neurosífilis?
O manejo da neurosífilis envolve um tratamento específico com antibióticos para eliminar a infecção causada pela bactéria Treponema pallidum, que é responsável pela sífilis.
O tratamento é geralmente realizado em um ambiente hospitalar, sob a supervisão de um médico especializado em doenças infecciosas.
Abaixo estão as principais abordagens para o manejo da neurosífilis
Tratamento farmacológico das doenças neuroinfecciosas
A penicilina é o tratamento de escolha para a neurosífilis. Dependendo da gravidade da doença, a penicilina pode ser administrada por via intravenosa (IV) ou intramuscular (IM) em altas doses por um período prolongado.
O regime de tratamento exato é determinado pelo médico, com base na avaliação do estágio da doença e das características do paciente.
Em casos de alergia grave à penicilina, podem ser usados outros antibióticos, como ceftriaxona, doxiciclina ou azitromicina. No entanto, a penicilina é o tratamento mais eficaz para a neurosífilis, sempre que possível
Avaliação de complicações
Em casos de neurosífilis, podem ser realizados exames cerebrais, como ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC), para avaliar se há complicações, como neurogummas (lesões inflamatórias) ou meningite.
Monitoramento e acompanhamento
Durante o tratamento, é necessário monitorar a resposta ao tratamento e realizar exames de sangue para verificar a eficácia do tratamento e avaliar a recuperação.
Após o término do tratamento, é importante fazer um acompanhamento regular com o médico para garantir que a infecção tenha sido totalmente eliminada e para monitorar o paciente em busca de possíveis complicações tardias.
É essencial seguir rigorosamente o regime de tratamento prescrito pelo médico e concluir todo o curso de antibióticos, mesmo que os sintomas desapareçam antes. Além disso, é importante notificar os parceiros sexuais para que eles possam ser avaliados e tratados, se necessário.
Dica de como aperfeiçoar seus conhecimentos doenças neuroimunológicas e neuroinfecciosas
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Referências
- TAKAYANAGUI, O. M. T. TRATADO DE NEUROLOGIA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROLOGIA, 2ªED. 2019.
- NITRINI, R; BACHESCHI, L. A. A neurologia que todo médico deve saber. Acesso em 01 junho 2023.
- MATTHEWS, E. et al., Prevalence and Characteristics of Neuroinfectious Disease Inquiries Within the Emerging Infections Network: A 22-Year Retrospective Study, Open Forum Infectious Diseases, Volume 7, Issue 6, June 2020