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Doenças comuns na emergência: tudo o que você precisa saber para sua prática clínica!
Durante os plantões médicos nas emergências podem aparecer queixas de todos os tipos: desde a doença mais grave e misteriosa a sintomas corriqueiros.
O profissional que trabalha na emergência deverá se acostumar com o ambiente dinâmico e cheio de novidades diárias. Nesse contexto, existem muitas doenças e condições médicas que podem levar as pessoas a procurar atendimento de emergência. Por meio desse artigo, você revisará as principais doenças que são tratadas nas unidades emergenciais.
Acidente vascular cerebral
Um acidente vascular cerebral (AVC), consiste em uma condição médica em que o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido ou reduzido, resultando em danos às células cerebrais. Existem dois tipos principais de AVC:
- Isquêmico: que ocorre quando uma artéria que fornece sangue ao cérebro é bloqueada;
- Hemorrágico: ocorre quando uma artéria no cérebro se rompe e causa sangramento.
Principais sintomas
Os sintomas do AVC podem incluir:
- Fraqueza ou paralisia em um lado do corpo
- Dificuldade para falar ou entender a fala
- Perda de visão ou visão turva
- Tontura ou perda de equilíbrio
- Dor de cabeça severa
Como diagnosticar e qual a abordagem do AVC na emergência?
O diagnóstico do AVC é realizado por meio de exames de imagem. Esses exames são capazes de identificar a área do cérebro afetada e o tipo do derrame cerebral. Dentre os exames mais utilizados para avaliação inicial, está a tomografia computadorizada de crânio. Através dele é possível observar os sinais precoces de isquemia.
Os primeiros cuidados clínicos de emergência que devem ser realizados são:
- Verificação dos sinais vitais, como pressão arterial e temperatura
- Checagem da glicemia
- Acesso venoso no braço que não estiver paralisado
- Administração de oxigênio, caso seja necessário
- Determinar o horário de início dos sintomas por meio de questionário ao paciente ou acompanhante.
Lesões traumáticas
As lesões traumáticas são comuns em departamentos de emergência e podem variar de lesões menores, como cortes e contusões, até lesões mais graves, como fraturas ósseas, lesões cerebrais traumáticas e lesões na medula espinhal.
As lesões traumáticas podem ser causadas por:
- Acidentes automobilísticos
- Quedas
- Ferimentos esportivos
- Violência, entre outros fatores.
Sintomas da lesão traumática
Os sintomas das lesões traumáticas podem incluir:
- Dor
- Inchaço
- Vermelhidão
- Perda de sensibilidade ou movimento em uma área do corpo
- Dificuldade para respirar.
Qual protocolo seguir em uma emergência com lesão traumática?
Quando um paciente chega com algum trauma na emergência, é preciso seguir uma linha de protocolo para que o atendimento seja realizado de forma correta.
Os principais passos que devem ser seguidos quando o paciente já está na unidade de atendimento, são:
- Sinais vitais e entrevista ampla (com o paciente, familiares ou terceiros)
- Avaliação complementar: glicemia capilar
- Exame da cabeça aos pés, frente e dorso: tem como objetivo localizar ferimentos, sangramentos, afundamentos, desvios, hematomas, alterações na cor da pele ou mucosas, assimetrias, instabilidades, alterações de motricidade e sensibilidade
Doenças comuns na emergência: cefaleia
A cefaleia consiste em um dos sintomas médicos mais frequentes. A prevalência da cefaleia ao longo da vida é alta, afligindo 94% dos homens e 99% das mulheres. Além disso, ccerca de 70% das pessoas apresentaram o sintoma no último ano. Nesse contexto, pacientes com cefaleia representam 4,5% dos atendimentos em unidades de emergência. Sendo assim, a cefaleia corresponde ao quarto motivo mais frequente de consulta nas unidades de urgência.
Manejo da cefaleia nas unidades de urgência
No contexto de urgência, o objetivo do tratamento é o alívio da dor e a exclusão de cefaleias secundárias. De acordo com a Academia Brasileira de Neurologia, o seguinte manejo deverá ser realizado com os pacientes:
Fonte: Academia Brasileira de Neurologia, 2018.
Infecções em vias aéreas superiores
As infecções das vias aéreas superiores (IVAS) são infecções que afetam as estruturas respiratórias superiores, incluindo o nariz, a garganta, os seios da face e a laringe.
Essas infecções são comuns na emergência e geralmente são causadas por vírus, embora possam ser causadas por bactérias em casos mais graves.
Sintomas das IVAS
No geral, o paciente chega ao atendimento de emergência se queixando de sintomas como:
- Congestão nasal
- Dor de garganta
- Tosse
- Coriza
- Febre baixa
- Dor de cabeça
- Dor de ouvido
Qual a conduta terapêutica seguir em um paciente com IVAS?
O tratamento das IVAS depende da causa da infecção. Se a infecção for viral, o tratamento é geralmente direcionado para o alívio dos sintomas, como analgésicos, antitérmicos e descongestionantes. Se a infecção for bacteriana, pode ser necessário o uso de antibióticos.
Algumas medidas que podem ajudar a prevenir as IVAS incluem:
- Lavar as mãos com frequência
- Evitar contato próximo com pessoas doentes
- Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar
- Evitar tocar os olhos, nariz ou boca sem lavar as mãos primeiro
- Manter uma boa higiene pessoal, incluindo escovar os dentes regularmente e manter o cabelo limpo.
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Infecções do trato urinário
As infecções do trato urinário (ITUs) são infecções que afetam qualquer parte do sistema urinário, incluindo rins, ureteres, bexiga e uretra. A maioria das ITUs é causada por bactérias, como Escherichia coli, mas também podem ser causadas por fungos, vírus e parasitas.
As ITUs são mais comuns em mulheres do que em homens, devido à sua anatomia, que torna mais fácil para as bactérias entrar na uretra e alcançar a bexiga. Além disso, as ITUs são mais comuns em pessoas idosas e em pessoas com condições que afetam o sistema imunológico, como diabetes.
Sintomas da ITU
Os sintomas das ITUs incluem:
- Disúria
- Polaciúria
- Dor na parte inferior do abdômen
- Urina turva ou com odor forte.
Em casos mais graves, a infecção pode se espalhar para os rins e causar dor nas costas, febre e calafrios.
Protocolo ITU na emergência
É necessário que seja realizado um tratamento precoce e adequado (isto å, dentro das primeiras 72 horas do inicio dos sintomas) para prevenir dano renal.
Indica-se internamento para pacientes com:
- Idade menor de 2 meses
- Quadro clínico de sepse de foco urinário ou bacteremia em potencial
- Paciente imunocomprometido
- Vomitos ou incapacidade de tolerar medicão por via oral
- Falha de tratamento ambulatorial
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Referência bibliográfica
- ACADEMIA DE NEUROLOGIA BRASILEIRA. Protocolo para manejo das cefaleias. 2018. Disponível aqui. Acesso em 23 de Março de 2023.
- Martins, HS, Brandão, RA, Velasco, IT. Emergências Clínicas – Abordagem Prática – USP. Manole, 12ª edição, 2018;
- Oliveira, CQ, Souza, CMM, Moura, CGG. Yellowbook: Fluxos e condutas da medicina interna. SANAR, 1ª ed, 2017.
- SECRETARIA DA SAÚDE. Atendimento ao paciente com trauma. 2018. Disponível aqui. Acesso em 23 de Março de 2023.