Índice
- 1 O que é hipoxemia?
- 2 Qual a fisiopatologia da hipoxemia?
- 3 Manifestações clínicas da hipoxemia
- 4 Como diagnosticar hipoxemia em doença crítica?
- 5 Como manejar inicialmente um paciente com hipoxemia crítica?
- 6 Como deve ser feita a administração de oxigênio?
- 7 Esteja apto para manejar um paciente na UTI!
- 8 Referência bibliográfica
- 9 Sugestão de leitura complementar
Hipoxemia na doença crítica: tudo o que você precisa saber para manejar o paciente!
A hipoxemia em pacientes críticos pode ser causada por uma variedade de fatores. Dentre eles problemas pulmonares, insuficiência cardíaca, sepse, lesão cerebral traumática, embolia pulmonar e outras condições graves. Cada uma dessas condições pode levar a problemas respiratórios e comprometimento da troca gasosa nos pulmões.
A prevalência da hipoxemia em doença crítica varia dependendo da população de pacientes e das condições específicas. Pacientes em unidades de terapia intensiva (UTIs) estão particularmente em risco de desenvolver hipoxemia devido à gravidade de suas doenças subjacentes.
O que é hipoxemia?
A hipoxemia é uma condição médica caracterizada pela baixa concentração de oxigênio no sangue arterial. Isso significa que a quantidade de oxigênio transportada pelo sangue para os tecidos e órgãos do corpo está abaixo dos níveis considerados normais.
A oxigenação adequada é essencial para o funcionamento saudável das células e tecidos. Isso ocorre pois o oxigênio é necessário para o metabolismo celular e a produção de energia.
Qual a fisiopatologia da hipoxemia?
A fisiopatologia da hipoxemia envolve uma série de processos complexos que podem ocorrer nos sistemas respiratório, cardiovascular e sanguíneo.
Nos pulmões, o processo de troca gasosa ocorre nos alvéolos pulmonares. Esses alvéolos são pequenos sacos de ar nos quais o oxigênio é transferido dos alvéolos para os capilares sanguíneos adjacentes. Qualquer distúrbio que prejudique essa troca gasosa, como pneumonia, edema pulmonar ou fibrose pulmonar, pode levar a uma diminuição da oxigenação do sangue.
Ventilação pulmonar insuficiente
A ventilação pulmonar inadequada, como observada na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma grave ou síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), pode resultar em uma concentração insuficiente de oxigênio nos alvéolos.
Isso diminui a pressão parcial de oxigênio no ar alveolar, afetando a transferência de oxigênio para o sangue.
Perfusão inadequada
A perfusão é o fluxo sanguíneo através dos capilares pulmonares que cercam os alvéolos.
Quando a perfusão é insuficiente, como ocorre em casos de embolia pulmonar, insuficiência cardíaca ou condições que afetam a circulação sanguínea pulmonar. Dessa forma, a troca eficaz de oxigênio entre os alvéolos e os capilares fica comprometida, levando à hipoxemia.
Shunt intrapulmonar
Um shunt intrapulmonar ocorre quando o sangue não é bem oxigenado nos pulmões devido a áreas alveolares não funcionais ou colapsadas.
Isso pode acontecer em condições como pneumonia, SDRA ou atelectasia, em que regiões dos pulmões não estão participando da troca gasosa adequada.
Transporte sanguíneo
O oxigênio é transportado pelo sangue ligado à hemoglobina nas hemácias. Condições que afetam a quantidade de hemoglobina (como anemia) ou a capacidade da hemoglobina de se ligar ao oxigênio (como a doença falciforme) podem afetar a capacidade do sangue de transportar oxigênio adequadamente.
Manifestações clínicas da hipoxemia
As manifestações clínicas podem variar dependendo da gravidade da hipoxemia e das condições subjacentes.
- Dificuldade Respiratória (dispneia): a falta de oxigênio pode levar a dispneia, respiração rápida e superficial, e a pessoa pode sentir que está lutando para respirar adequadamente
- Taquicardia: o corpo tenta compensar a hipoxemia aumentando a frequência cardíaca para melhorar a entrega de oxigênio aos tecidos
- Cianose: a falta de oxigênio pode resultar em cianose, devido à presença de hemoglobina desoxigenada
- Confusão e agitação: a hipoxemia afeta o funcionamento do sistema nervoso central, podendo causar confusão, irritabilidade, agitação e, em casos graves, até mesmo delírio
- Fadiga e fraqueza: a falta de oxigênio pode levar à fadiga muscular e fraqueza geral, já que as células não recebem a quantidade necessária de oxigênio para realizar suas funções
- Angina: em algumas situações, como na presença de embolia pulmonar ou angina (dor no peito devido a problemas cardíacos), a hipoxemia pode ser acompanhada de dor no peito
- Sintomas neurológicos: além da confusão, a hipoxemia grave pode levar a sintomas neurológicos mais sérios, como convulsões e perda de consciência
- Hipertensão pulmonar: a hipoxemia crônica pode resultar em hipertensão pulmonar, uma condição em que a pressão nas artérias pulmonares aumenta devido à vasoconstrição, o que pode levar a problemas cardíacos mais graves.
- Alterações respiratórias: além da dispneia, a hipoxemia pode causar alterações na frequência e no padrão respiratório, como respiração rápida e superficial (taquipneia) ou respiração irregular.
- Edema: a hipoxemia crônica pode levar à retenção de líquidos nos tecidos (edema), especialmente nos tornozelos e pernas, devido à disfunção do sistema circulatório.
Como diagnosticar hipoxemia em doença crítica?
O diagnóstico da hipoxemia em doença crítica segue uma abordagem semelhante ao diagnóstico geral de hipoxemia, mas em um contexto de pacientes gravemente enfermos em unidades de terapia intensiva (UTIs) ou situações críticas.
Monitoramento Contínuo
Em um ambiente de UTI, os pacientes são frequentemente monitorados de forma contínua.
Isso inclui a monitorização da saturação de oxigênio (SpO2) por meio de oximetria de pulso, bem como a monitorização da pressão arterial, frequência cardíaca e outros parâmetros vitais.
Gasometria Arterial
A gasometria arterial é frequentemente realizada em pacientes críticos para avaliar os níveis de gases no sangue. Isso inclui a medição da pressão parcial de oxigênio (PaO2) e pressão parcial de dióxido de carbono (PaCO2) no sangue arterial.
Essa análise fornece informações detalhadas sobre a oxigenação e ventilação dos pulmões.
Radiografias de tórax
Radiografias de tórax podem ser realizadas para identificar problemas pulmonares, como:
- Pneumonia
- Edema pulmonar
- Atelectasia
- Outras anormalidades.
Avaliação das causas subjacentes
Uma vez que a hipoxemia em doença crítica pode ser causada por várias condições subjacentes, é importante avaliar e tratar essas causas.
Isso pode envolver a identificação de:
- Infecções
- Distúrbios cardiovasculares
- Insuficiência respiratória aguda (como na síndrome do desconforto respiratório agudo – SDRA)
- Outras condições graves.
Monitoramento Hemodinâmico
Em pacientes críticos, é importante monitorar a função cardíaca e a circulação sanguínea.
Isso pode ser feito por meio de monitorização invasiva, como cateterismo arterial, cateter venoso central e ecocardiograma.
Monitorização avançada
Em situações mais complexas, pode ser necessário recorrer a monitorização invasiva, como a monitorização da pressão arterial pulmonar (PAP), para avaliar diretamente a função cardíaca e pulmonar.
Exames de imagem avançados
Em casos de dificuldades diagnósticas, exames de imagem avançados, como a tomografia computadorizada (TC) ou a ressonância magnética (RM), podem ser úteis para avaliar as condições pulmonares e cardiovasculares.
Como manejar inicialmente um paciente com hipoxemia crítica?
O manejo inicial de um paciente com hipoxemia crítica deve ser abordado com rapidez e cuidado. Isso deve ser feito pois a hipoxemia grave pode representar uma ameaça iminente à vida.
É necessário fazer uma avaliação rápida e sistemática do paciente. Deve-se verificar a:
- Respiração
- Frequência cardíaca
- Pressão arterial
- Nível de consciência
- Sinais de desconforto respiratório.
Também deve-se colocar o paciente em monitorização contínua para avaliar a saturação de oxigênio (SpO2), frequência cardíaca, pressão arterial e padrões respiratórios. Isso ajudará a avaliar a eficácia da intervenção e a identificar qualquer deterioração.
Como deve ser feita a administração de oxigênio?
Fornecer oxigênio suplementar é uma prioridade. Inicie a administração de oxigênio por meio de máscara facial, cânula nasal ou até mesmo uma via aérea artificial (intubação) e ventilador em casos mais graves.
A taxa e o tipo de oxigênio dependem da gravidade da hipoxemia e das necessidades do paciente. Em casos de hipoxemia crítica persistente, é necessário considerar transferir o paciente para uma unidade de terapia intensiva (UTI) para monitorização contínua e tratamento mais intensivo.
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Referência bibliográfica
- BARNES PJ. Asma. In: Medicina Interna de Harrison, 18 edição,. 2013. Capitulo 254, pp 2102 – 2115.
- Dantzker DR. Oxygen transport and utilization. Respiratory Care, 1988;33:874-880. Duke J, Rosenberg SG.