Gastroenterologia

Resumo sobre disfagia (completo) – Sanarflix

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Resumo sobre disfagia (completo): da definição ao tratamento, passando pela epidemiologia, diagnóstico e quadro clínico. Confira!

Definição

Disfagia é o principal sintoma das doenças do esôfago, sendo a sua caracterização muito importante para o manejo destes pacientes. Ela é caracterizada por sensação subjetiva de dificuldade ou anormalidade de deglutição. Esta entidade é queixa comum na prática clínica e é necessário uma avaliação precisa para definir a causa exata e iniciar a terapia apropriada.   

Existem dois tipos básicos que se diferem quanto à localização e quanto aos mecanismos fisiopatológicos, a disfagia orofaríngea (também chamada de disfagia de transferência ou alta), e a disfagia esofágica (de transporte ou baixa).

A forma aguda tem incidência anual estimada de impactação alimentar esofágica é de 25 por 100.000 pessoas por ano e com maior incidência em homens em comparação com mulheres (1,5: 1). A incidência aumenta com a idade, principalmente após a sétima década.

Causas de disfagia      

A orofaríngea decorre de doenças estruturais ou funcionais do esôfago superior e faringe, ou esfíncter esofágico superior, que afetam a fase preparatória oral ou faríngea da deglutição. 

As causas das disfagias esofágicas podem ser divididas em dois grupos: anormalidades do funcionamento da musculatura do esôfago, que é chamada de disfagia neuromuscular, e as de causa mecânica. 

Além disso, as causas variam de acordo com a idade. Nas pessoas com menos de 50 anos, as mais frequentes são esofagite de refluxo e acalásia. Já em indivíduos acima 50 anos, a primeira causa é carcinoma.  

Causas mais frequentes de síndromes disfágica - Scielo
Fonte: Scielo

Quadro clínico da disfagia   

Disfagia orofaríngea: Pacientes com disfagia orofaríngea têm dificuldade em transferir alimentos da boca para a faringe e relatam sensação de obstrução no pescoço.

Os pacientes geralmente apontam para a região cervical quando solicitados a identificar o local de seus sintomas. Outras queixas comuns incluem tosse, engasgo, salivação e regurgitação ao engolir líquidos ou alimentos sólidos. Os pacientes podem ter história de pneumonia por aspiração e perda de peso.

Disfagia esofágica: Pacientes com disfagia esofágica comumente relatam dificuldade em engolir vários segundos após iniciar uma deglutição, e sensação de que alimentos ou líquidos estão sendo obstruídos em sua passagem da parte superior do esôfago para o estômago. Os pacientes podem apontar para a fúrcula esternal ou para uma área atrás do esterno como o local da obstrução. A disfagia esofágica surge dentro do corpo do esôfago, do esfíncter esofágico inferior ou cárdia. 

Diagnóstico das causas de disfagia  

O diagnóstico deve ser feito de acordo com os tipos de alimentos que produzem os sintomas, o curso do tempo (ou seja, progressiva ou intermitente), a gravidade e os sintomas associados.

O tipo do alimento associado deve ser bem explorado durante a história clínica, porque quando a disfagia é para líquidos, na fase inicial, a causa deve ter origem neuromuscular e quando para sólidos com progressão para líquidos as causas mais prováveis são de origem mecânica.

É importante perguntar se os sintomas são intermitentes ou gradualmente progressivos. A forma progressiva, começando com sólidos seguida por disfagia para líquidos, geralmente é causada por estenose péptica ou lesão obstrutiva.

Os sintomas de estenose péptica são lenta e gradualmente progressivos, enquanto aqueles decorrentes de uma malignidade progridem mais rapidamente.

A endoscopia digestiva alta está indicada em todos os casos de síndrome disfágica, tanto para o diagnóstico como para a realização da biópsia de lesões existentes.

Nas causas mecânicas, ela quase sempre faz diagnóstico e também pode ajudar no tratamento curativo ou paliativo. A manometria esofágica deve ser realizada em pacientes com disfagia nos quais a endoscopia digestiva alta não é reveladora ou há suspeita de distúrbio da motilidade esofágica. 

Manejo dos pacientes com disfagia

O tratamento depende da causa específica. No entanto, nos casos de forma aguda mais grave, a administração de glucagon por via intravenosa pode ser tentada inicialmente para relaxar o esfíncter esofágico inferior e promover a passagem do bolo alimentar.

Se houver obstrução completa, a impactação alimentar pode ser removida durante a endoscopia digestiva alta usando dispositivos de preensão ou pode ser empurrada suavemente para o estômago usando um endoscópio.

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