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Resumo sobre fraturas: da definição ao tratamento, passando pela classificação, fisiopatologia, sinais e sintomas, diagnóstico e quadro clínico. Confira!
Definição
O conceito de fratura é a perda da continuidade óssea. Ou seja, qualquer perda de continuidade óssea, mesmo que não seja completa, é uma fratura. As fraturas geralmente resultam de traumas de alta energia. Contudo. podem ser relacionadas a traumas de baixa energia quando houver doença subjacente, como osteoporose ou câncer ósseo.
Classificação das fraturas
As fraturas podem acometer a epífise do osso (região articular), metáfise ou na diáfise (corpo ósseo).

As fraturas também podem ser classificadas quanto ao traço da lesão em:
- Transversa
- Longitudinal
- Oblíqua exposta e desviada
- Espiral
- Além das fraturas simples e comunicativas.
Quanto ao comprometimento articular da lesão, podemos ter fraturas intra-articulares ou extra-articulares. Na primeira, pode-se observar a invasão do traço da fratura até na articulação. Na segunda, podemos verificar que o traço fraturário não acomete a articulação.
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Fisiopatologia
Geralmente as fraturas surgem através de traumas de alta energia. O osso, em condições normais, possui a habilidade de suportar cargas e absorver essa energia. Caso haja um grande nível de energia associado ao trauma, o osso não consegue suportar e acaba sofrendo uma fratura.
Fraturas relacionadas a traumas de baixa energia devem acender um alerta sobre a possibilidade de fraturas patológicas. Essas fraturas estão associadas a doenças ósseas, entre outras que culminam com a fragilidade óssea. Como exemplo é possível citar a osteoporose ou lesões tumorais.
Cicatrização das fraturas
A cicatrização óssea geralmente é dividida em três estágios levemente sobrepostos: inflamatório, reparativo e de remodelação. A fase inflamatória inicial é dominada por eventos vasculares. Após uma fratura, forma-se um hematoma que fornece os blocos de construção para a cura. Posteriormente, ocorre a reabsorção de 1 a 2 mm de osso nas bordas da fratura que perderam seu suprimento sanguíneo.
Na fase reparadora, novos vasos sanguíneos se desenvolvem de fora do osso. Dessa forma, há o fornecimento de nutrientes para a cartilagem, que começa a se formar no local da fratura. A imobilização quase completa é desejável durante a fase inflamatória e a fase reparadora inicial. Isso ocorre para que seja possível permitir o crescimento desses novos vasos.
Na fase de remodelação, o calo endocondral torna-se completamente ossificado e o osso sofre remodelação estrutural. O processo de remodelação ocorre rapidamente em crianças pequenas, que remodelam todo o seu esqueleto todos os anos. No final da infância, a taxa de remodelação esquelética é de aproximadamente 10% ao ano. Ao longo da vida, esse valor continua próximo.
Sinais e sintomas
O quadro clínico é composto por:
- Dor intensa e imediata que piora com a movimentação
- Incapacidade funcional
- Deformidade óssea, dependendo do alinhamento
As complicações imediatas incluem hemorragias, choque, lesão nervosa e contaminação. As principais complicações tardias incluem:
- Osteomielite
- Lesão nervosa
- Embolia gordurosa (24 – 72 h após)
- Gangrena gasosa (72 h após)
- Consolidação defeituosa
- Necrose asséptica
- Pseudoartrose
Como fazer o diagnóstico das fraturas?
A história e o mecanismo de lesão guiam o exame físico dos pacientes com possível fratura. Uma avaliação geral da região envolvida deve sempre ser realizada. Dessa forma, é necessário incluir a avaliação da função neurovascular e investigação de sinais de lesão de tecidos moles. Além disso, observa-se rupturas na pele da área da lesão, o que sugere a presença de fratura exposta.
O médico deverá palpar toda a área ao redor do local da fratura, incluindo todo o osso em questão, ossos adjacentes e pelo menos uma articulação acima e abaixo do local da lesão.
Alguns princípios básicos são úteis na obtenção de radiografias de uma fratura potencial como visualizações múltiplas e ortogonais. Além disso, é necessário uma boa qualidade de imagem em relação a ângulo, técnica e exposição, englobando todo o osso ou articulação em questão. Duas vistas ortogonais são o mínimo absoluto necessário para uma avaliação adequada. Geralmente, realiza-se as incidências AP (Anteroposterior) e em perfil nas lesões ortopédicas em geral.
Tratamento
O tratamento definitivo envolve:
- Alívio da dor
- Redução da fratura (recolocação do osso em sua posição habitual, podendo ser realizado de forma cirúrgica ou fechada)
- Imobilização e restauração da função do paciente com fisioterapia
A analgesia adequada é um aspecto importante do tratamento de fraturas agudas. A imobilização da fratura, aplicação de gelo, a elevação do membro afetado e os medicamentos analgésicos geralmente reduzem a dor. Para fraturas menores, paracetamol ou um antiinflamatório não esteroidal (AINE) costuma ser suficiente para a analgesia adequada. Os opioides podem ser necessários, mas devem ser usados pelo menor tempo possível. Além disso, deve ser utilizado em combinação com outros medicamentos, sempre que possível.
A imobilização da fratura é benéfica na grande maioria dos casos. Impede o deslocamento da fratura ou a perda de redução, protege a área de mais lesões e reduz a dor. Existem diversos tipos de imobilização que podem ser utilizados no tratamento das fraturas. Uma das principais modalidades de imobilização envolve a utilização do aparelho gessado, em torno de todo o membro onde houve a fratura ou com uma tala gessada, apenas em uma face do local onde houve a fratura.
Os procedimentos cirúrgicos envolvem:
- Utilização de fixadores externos, como os fixadores circulares Ilizarov
- Fixadores internos pautada pelo uso de placas e parafusos que realizam a fixação óssea


Sugestão de leitura complementar
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- Caso clínico de osteoporose
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