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Definição
O fêmur é o osso tubular mais longo, forte e pesado do corpo humano e um dos principais ossos que suportam carga na extremidade inferior.
As fraturas do fêmur representam importante problema de saúde pública, interferindo significativamente na qualidade de vida das pessoas. Elas podem ser proximais (envolvendo colo ou transtrocantérica do fêmur) ou diafisárias ( no corpo do fêmur).
Em relação as fraturas proximais, pode ser dividas em intracapsulares (envolvendo o colo do fêmur) e extracapsulares (transtrocantéricas). Já as fraturas da diáfise do fêmur (de eixo médio) resultam de forças de alta energia, como colisões de veículos motorizados.
Complicações e lesões associadas às fraturas do eixo médio do fêmur no adulto podem ser fatais e podem incluir hemorragia, lesão de órgão interno, infecção da ferida, embolia gordurosa e síndrome do desconforto respiratório do adulto. As fraturas diafisárias também possui prevalência importante nos idosos.
Epidemiologia da fratura de fêmur
As fraturas proximais do fêmur em idosos representam um sério problema dentro do contexto da saúde pública, devido aos elevados custos econômicos para o tratamento e as suas consequências, assim como pela alta taxa de morbidade e mortalidade.
Estima-se que em 2050 ocorrerão 6,5 milhões de fraturas no quadril no mundo, destacando-se aquelas da extremidade proximal do fêmur. A taxa de mortalidade associada à fratura do fêmur proximal em idosos é de 12% a 37% após um ano do evento.
Há fatores de risco associados as fraturas proximais, como osteoporose, idade avançada, sexo feminino, etnia branca, uso de benzodiazepínicos, além de fatores ambientais e pessoais. São geralmente secundárias a traumas de baixo impacto, sem sérias consequências para os jovens.
A incidência anual de fraturas de diáfise do fêmur é de aproximadamente 10 por 100.000 pessoas por ano. A incidência de fraturas femorais, principalmente diafisárias, devido a traumas graves, é maior em homens jovens, diminuindo após os 20 anos, e novamente entre os idosos. Um aumento acentuado ocorre em pessoas com mais de 75 anos.
Quadro clínico
Nas fraturas proximais a sintomatologia consiste em dor intensa no quadril e dificuldade de deambulação. Pode-se observar encurtamento do membro inferior acometido, nos casos em que há desvio dos fragmentos fraturados. Em alguns casos, quando o paciente está em posição supina, o pé do lado afetado pode apresentar rotação externa.
Nas fraturas de eixo médio, a apresentação clínica não é sutil, com quadro álgico intenso. Complicações e lesões associadas às fraturas do eixo médio do fêmur no adulto podem ser fatais e podem incluir hemorragia, lesão de órgão interno, infecção da ferida, embolia gordurosa e síndrome do desconforto respiratório do adulto.
Diagnóstico da fratura de fêmur
Radiografias simples ântero-posterior (AP) e laterais da coxa devem ser obtidas quando houver suspeita de fratura de fêmur. As fraturas no colo do fêmur podem ser classificadas de acordo com vários autores, como Garden:
a) estágio I – fraturas incompletas ou impactadas em valgo;
b) estágio II: fraturas sem desvio;
c) estágio III – fraturas completas parcialmente desviadas (com desalinhamento entre as trabéculas ósseas do acetábulo e cabeça femoral);
d) estágio IV – fraturas completas, totalmente desviadas (com alinhamento das trabéculas ósseas entre a cabeça femoral e o acetábulo).
Já as fraturas transtrocantéricas são classificadas por Tronzo como:
a) tipo I – traço simples sem desvio;
b) tipo II – traço simples com desvio, com ou sem fratura do trocânter menor;
c) tipo III – envolvimento do trocânter menor
Um exame radiográfico cuidadoso em pelo menos dois planos é necessário para determinar o local exato das fraturas de diáfise. O quadril e o joelho também devem ser examinados com radiografias para descartar lesões associadas.
Manejo da fratura de fêmur
Não existe tratamento específico para as fraturas na extremidade proximal do fêmur, embora a maioria dos pacientes seja tratada cirurgicamente, em associação com a reabilitação fisioterápica precoce.
A cirurgia deve ser feita, preferencialmente, nas primeiras 48 horas após o diagnóstico. O tratamento conservador fica reservado para as fraturas sem desvios e para as incompletas 15, restringindo-se também aos acamados sem condição de marcha e aos que apresentam contraindicação absoluta para a cirurgia.
Por causa da alta associação de fraturas de eixo médio do fêmur com outras lesões, particularmente se trauma de alta energia estiver envolvido, o paciente deve ser cuidadosamente avaliado seguindo as diretrizes básicas de suporte avançado de vida no trauma (ATLS).
O manejo inicial essencial consiste em avaliar o paciente quanto a lesões importantes e tratá-las conforme apropriado, colocar um cateter intravenoso e fornecer analgesia e imobilizar a extremidade lesada.
Pacientes com fraturas expostas recebem antibióticos e profilaxia antitetânica.
O reparo cirúrgico definitivo precoce melhora o resultado em pacientes com fraturas isoladas do eixo médio do fêmur ou apenas pequenas lesões concomitantes.
Para pacientes com traumas com lesões graves concomitantes, o reparo definitivo precoce está associado a maior morbidade e, portanto, o adiamento da cirurgia pode ser a melhor abordagem.
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