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O termo placebo é normalmente usado para designar um tratamento que se prescreve dizendo ser um procedimento ou medicamento ativo, mas que não tem ação física nos sintomas ou doenças do paciente. No entanto, de alguma forma, mas que pode ter um efeito psicológico definido e importante.
Outro termo importante é o Efeito Placebo, que é o nome técnico para designar o poder da mente em curar o corpo sem uma óbvia intervenção física.
Tal resposta não está limitada ao alívio de sintomas, como a dor, e tem sido constatado que o placebo, sob certas circunstâncias, pode ter ação curativa sobre mente corpo para determinada doença.
História do placebo
O efeito placebo foi registrado pela primeira vez em 1946 por um médico chamado Vellinek, o qual descobriu que de 199 pacientes que se queixavam de cefaléia, 120 obtiveram alívio tomando comprimido que não continha ingrediente ativo.
No entanto, o uso médico de placebos é muito antigo na história da humanidade. Pode ser encontrado em todas as sociedades primitivas e, no sentido amplo, o termo, está presente nos amuletos, simpatias e superstições que povoam a história das sociedades humanas.
Somente nos últimos 30 anos, entretanto, coincidindo com a introdução de medicações de comprovada eficácia biológica é que os efeitos do tratamento placebo têm sido estudados sistematicamente.
Não se tratava neste momento de negar ou de contestar a existência de um efeito farmacológico próprio dos medicamentos, mas de reconhecer que prescrever um determinado fármaco iniciava uma cadeia de eventos psicológicos que exerciam importante papel na eficácia das terapias de sintomas danosos.
Placebo nos estudos
O conceito de efeito placebo, que antes era apenas comparsa eventual no ato terapêutico, ampliou-se muito com a necessidade que a medicina manifestou em realizar testes clinicamente controlados, que é uma metodologia científica muito utilizada para determinar a eficácia terapêutica de novos fármacos.
Na últimas décadas passou a ser promovido, reconhecido e legitimado quando a norte-americana Food and Drugs Administratioin (FDA) recomendou e, logo após, exigiu, que os ensaios clínicos sobre os efeitos de determinados fármacos fossem feitos no procedimento de duplo cego que atualmente é padrão.
Atualmente existem quatro principais tipos de estudos com medicações: abertos (sem grupo controle), de comparação (no qual uma das medicações é de eficácia comprovada), de comparação medicação versus placebo (às vezes incluindo três braços: medicação de teste, medicação convencional e placebo) e estudos de retirada de medicações.
Ação do placebo
Um mito corrente em relação ao uso dos placebos é que eles agem sobre a mente das pessoas e não sobre o corpo. No entanto, muitos autores corroboram que não se deve supor que a ação dos placebos é limitada a reações psicológicas. Muitos exemplos podem ser dados de modificações fisiológicas produzidas por placebos.
Estudos e pesquisas sobre o efeito placebo são cada vez mais frequentes, principalmente devido ao fato de que as taxas de eficácia são muito altas, especialmente em psiquiatria (Amaral & Sabbatini, 1999).

Além disso, tais estudos levam em consideração que o placebo pode ter efeito positivo e negativo.
Considera-se bem sucedido quando o paciente relata alguma melhora, e ao contrário, mal sucedido quando o relato é de surgimento de algum efeito colateral desagradável. Neste segundo caso, o efeito é chamado de nocebo, palavra que tem origem do latim, do verbo nocere, e significa provocar dano, prejudicar.
Em relação aos efeitos, é importante ressaltar a influência da expectativa do paciente sobre a utilização do placebo. Por exemplo, se houver uma expectativa negativa/pessimista, o paciente tenderá a apresentar uma reação nocebo, ainda que saibamos que a substância é quimicamente inativa. Desta mesma forma, a expectativa quando positiva e otimista, gera a reação placebo.
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Referências:
- EPSTEIN, Isaac. A comunicação da saúde e o “efeito placebo. BIS, Bol. Inst. Saúde (Impr.), São Paulo, v. 12, n. 1, abr. 2010 . accedido en 02 mayo 2021.
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- PEREIRA, Danilo Assis. FARNESE, Carolina. Efeito placebo, efeito nocebo e psicoterapia: correlações entre os seus fundamentos. Univ. Ci. Saúde, Brasília, v. 2, n. 1, p. 1-151, jan./jun. 2004.