Índice
- 1 Quais os passos essenciais para ajudar uma vítima de parada cardiorrespiratória?
- 2 Como fazer uma massagem cardíaca de qualidade?
- 3 Vias aéreas no paciente em PCR
- 4 Primeiros passos da sequência da RCP
- 5 Sequência da RCP na Fibrilação ventricular/taquicardia ventricular sem pulso (FV/TVsp)
- 5.1 1. Ritmo passível de choque (FV/ TVsp) é detectado:
- 5.2 2. Dois acessos venosos periféricos calibrosos
- 5.3 3. Após 2 minutos de RCP, analisar ritmo.
- 5.4 4. Iniciar epinefrina 1mg e repeti-la a cada 3-5 minutos.
- 5.5 5. Via aérea avançada
- 5.6 6. Após 2 minutos de RCP, analisar o ritmo.
- 5.7 7. Prescrever
- 5.8 8. Após 2 minutos, analisar o ritmo.
- 5.9 9. Nova dose de epinefrina
- 5.10 10. Após 2 minutos de RCP, analisar o ritmo.
- 5.11 11. Prescrever
- 5.12 12. Após 2 minutos de RCP, analisar o ritmo.
- 5.13 13. Manter epinefrina
- 5.14 14. Analisar o ritmo a cada 2 minutos.
- 6 Sequência da RCP na AESP/assistolia
- 7 Conheça a Pós em Medicina de Emergência
- 8 Perguntas Frequentes:
- 9 Referências
- 10 Sugestão de leitura complementar
O objetivo da sequência da RCP (reanimação cardiopulmonar) é instituir condições para a manutenção ou restauração da perfusão cerebral.
As diretrizes de RCP reforçam a informação que, a cada minuto do início da parada cardiorrespiratória, as chances de sobrevivência da vítima diminuem em 7% a 10%. No entanto, o uso do DEA (Desfibrilador Externo Automático), tanto operado por leigos como por profissionais de saúde, eleva as taxas de sobrevivência para 85%.
Quais os passos essenciais para ajudar uma vítima de parada cardiorrespiratória?
Para ajudar uma vítima de PCR, é essencial se atentar aos fundamentos básicos do Suporte Básico de Vida que, de acordo com o protocolo, são:
- identificação imediata da parada cardiorrespiratória;
- acionamento do serviço de atendimento móvel de emergência;
- início da RCP de alta qualidade;
- uso do DEA assim que disponível.
Considerando a execução do suporte básico de vida e que o paciente apresenta ventilação e circulação artificial através da massagem cardíaca externa, deve-se seguir o Suporte Avançado de acordo com o tipo de mecanismo de PCR (parada cardiorrespiratória).
Como fazer uma massagem cardíaca de qualidade?
Uma massagem cardíaca de qualidade deve respeitar alguns direcionamentos, reforçados nas atualizações das diretrizes de RCP, que são ad frequência, a profundidade, o retorno do tórax a cada compressão e interrupção mínima.
Isso garante o fluxo sanguíneo adequado para manter a vítima até a chegada do socorro especializado.
Assim, temos as seguintes orientações:
- De 100 a 120 compressões por minuto em adultos e crianças (no ritmo da música ‘Stayin Alive’ do Bee Gees);
- Mínimo de 5 cm de profundidade, porém evitando passar de 6 cm, para adultos e crianças, e 4 cm para bebês menores de 1 ano;
- Permitir o retorno completo do tórax ao final de cada compressão;
- Não se apoiar no tórax da vítima;
- Interromper o mínimo possível o ciclo de massagem, sendo o máximo de 10 segundos para a realização da ventilação a cada 30 compressões (essa fase, indicada apenas para profissionais e mediante uso de equipamentos adequados), ou para o tempo de análise do DEA;
- Trocar o socorrista a cada 2 minutos, se possível, a fim de evitar que o cansaço afete a qualidade do procedimento.
Vias aéreas no paciente em PCR
As opções para providenciar suporte ventilatório ao paciente são:
- Ventilação com dispositivo bolsa-válvula-máscara acoplado ao oxigênio.
- Via aérea avançada com a intubação orotraqueal (IOT).
- Via aérea avançada com dispositivo extra glótico (DEG).
Durante a realização da IOT, interrompe-se as compressões apenas durante a passagem do tubo, que deve ser feita o mais rápido possível. De acordo com as novas diretrizes, essa via aérea avançada deve ser instituída o mais precocemente possível se houver a disponibilidade de capnografia quantitativa em forma de onda.
A obtenção de via aérea avançada é muito segura quando realizada por profissionais treinados e capacitados, mas tem o potencial de causar complicações, como: piora da oxigenação/ ventilação durante o procedimento, interrupções das compressões, inserção inadequada, sangramento ou aspiração.
Primeiros passos da sequência da RCP
São seguidas as diretrizes da American Heart Association para profissionais de saúde. Se uma pessoa desmaiou com possível parada cardíaca, o socorrista primeiro estabelece a não responsividade e confirma a ausência de respiração ou a presença somente de respiração ofegante. Então, o socorrista chama ajuda. Quem responder ao chamado é instruído a ativar o sistema de resposta de emergência (ou pessoal adequado de reanimação hospitalar) e, se possível, obter um desfibrilador.
Não havendo resposta, primeiro o socorrista ativa o sistema de resposta de emergência e então inicia o suporte básico à vida efetuando 30 compressões torácicas à frequência de 100 a 120/min e em uma profundidade de 5 a 6 cm, deixando que a parede torácica retorne à altura máxima entre as compressões e então abrindo a via respiratória (elevando o queixo e inclinando a testa para trás) e fazendo 2 respirações com o dispositivo bolsa válvula máscara.
O ciclo de compressões e respirações é continuado sem interrupção; preferivelmente, cada socorrista descansa a cada 2 minutos. Assim que disponível, deve-se posicionar o desfibrilador ou DEA no paciente para checar o ritmo.
Sequência da RCP na Fibrilação ventricular/taquicardia ventricular sem pulso (FV/TVsp)
A sequência da RCP deverá ser realizada da seguinte forma.
1. Ritmo passível de choque (FV/ TVsp) é detectado:
- Realizar o 1° choque
- Manter as compressões torácicas durante a preparação do desfibrilador
- Reiniciar RCP imediatamente após o choque por 2 minutos (até avisado pelo DEA para a verificação do ritmo).
2. Dois acessos venosos periféricos calibrosos
Se isso não puder ser feito, é possível realizar um acesso intraósseo, que deve ser instalado assim que possível.
3. Após 2 minutos de RCP, analisar ritmo.
- FV/TVsp persistente: 2° choque
- RCP imediatamente após o choque por 2 minutos
4. Iniciar epinefrina 1mg e repeti-la a cada 3-5 minutos.
- Todas as drogas na PCR devem ser feitas em bolus com realização posterior do flush (soro fisiológico) para “empurrar” a droga e elevação do membro.
5. Via aérea avançada
- Capnografia pode ser realizada, desde que não atrase os passos da RCP.
6. Após 2 minutos de RCP, analisar o ritmo.
- FV/TVsp persistente: 3° choque
- RCP imediatamente após o choque por 2 minutos
7. Prescrever
- 1° dose de amiodarona (300mg)
- Lidocaína (1 a 1,5mg/kg, na dose máxima de 3mg/kg).
8. Após 2 minutos, analisar o ritmo.
• FV/TVsp persistente: 4° choque
• RCP imediatamente após o choque por 2 minutos
9. Nova dose de epinefrina
Nesse momento, uma nova dose de epinefrina deverá
10. Após 2 minutos de RCP, analisar o ritmo.
• FV/TVsp persistente: 5° choque
• RCP imediatamente após o choque por 2 minutos
11. Prescrever
- 2° dose de amiodarona (150mg no adulto)
12. Após 2 minutos de RCP, analisar o ritmo.
• FV/TVsp persistente: 6° choque
• RCP imediatamente após o choque por 2 minutos
13. Manter epinefrina
- A droga deve ser mantida a cada 3/5 minutos
14. Analisar o ritmo a cada 2 minutos.
- Em toda a sequência da RCP, pensar nas causas reversíveis e fornecer o tratamento sempre que detectadas.
Sequência da RCP na AESP/assistolia
- Ritmo não passível de choque é detectado na análise do ritmo.
- Reiniciar a RCP imediatamente durante 2 minutos.
- Instalar dois acessos venosos periféricos calibrosos ou acesso intraósseo.
- Iniciar epinefrina o mais precoce possível e repeti-la a cada 3-5 minutos.
- A intubação endotraqueal ou via aérea extraglótica avançada e a capnografia podem ser consideradas, desde que não atrase os passos da RCP.
- Checar cabos, monitor, ganho e derivações e se está tudo correto, sem alterar ou atrasar a RCP. Colocar o ganho do aparelho no máximo. Mudar a derivação para nova análise do ritmo.
- Após 2 minutos de RCP, analisar o ritmo.
- Confirmar se assistolia/AESP. Se mantida, iniciar RCP imediatamente.
- Manter epinefrina a cada 3-5 minutos.
- Analisar o ritmo a cada 2 minutos e seguir ciclo dos tópicos 7-8-9.
- Em toda a sequência da RCP, pensar nas causas reversíveis e fornecer o tratamento sempre que detectada.


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Perguntas Frequentes:
1 – Quais os ritmos de parada cardiorrespiratória?
Fibrilação ventricular, taquicardia ventricular sem pulso, assistolia e atividade el´étrica sem pulso (AESP).
2 – Qual o principal procedimento na PCR por fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso?
Desfibrilação cardíaca!
3 – Quais as drogas indicadas na PCR por ritmo chocável?
Adrenalina e amiodarona!
Referências
- American Heart Association. Destaques das diretrizes de RCP e ACE de 2020 da AHA.
- Martins H S, Santos R , Arnaud F et al. Medicina de Emergência: Revisão Rápida. 1ª edição. Barueri, SP: Manole, 2016.
- Medicina de emergências: abordagem prática / Herlon Saraiva Martins, Rodrigo Antonio Brandão Neto, lrineu Tadeu Velasco. 11. ed. rev. e atual.
- Barueri, SP: Manole, 2017.MOREIRA, Maria da Consolidação Vieira et al. LIVRO-TEXTO da sociedade brasileira de cardiologia. 2° edição. Barueri – SP: editora Manole, 2015.
- Bernoche C, Timerman S, Polastri TF, Giannetti NS, Siqueira AWS, Piscopo A et al. Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):449-663