Fique por dentro de quais são as vacinas que as crianças devem tomar até completar o ano e quais doenças podem ser evitadas. Tenha acesso à mapas mentais, resumos e mais!

A imunização é de grande importância para a prevenção de patologias. O uso de vacinas possibilitou, historicamente, melhoria na saúde infantil com erradicações e diminuição de doenças infecciosas nas crianças, como o sarampo. Isso porque, de forma geral, as vacinas são responsáveis pela diminuição da morbimortalidade de causas evitáveis.

Diante da importância da vacinação infantil, nesse texto você conhecerá as vacinas que as crianças devem tomar e a importância delas.

O processo de imunização

A imunização acontece de forma ativa e passiva. Na primeira, o corpo recebe o antígeno e, no processo de resposta imune, desenvolve anticorpo contra aquele organismo estranho. Já na segunda forma, ele já recebe o anticorpo pronto para combater a doença. A vacina é o exemplo de forma ativa e o soro é o exemplo de forma passiva.

As vacinas são resposta imunes mediadas por linfócitos B e T efetores e de memória. Eles, em um primeiro contato com o antígeno produz anticorpos contra determinada doença e na segunda exposição possibilita uma resposta mais rápida, proporcionando proteção à pessoa imunizada.

Vacinação no Brasil

O Brasil, através do Sistema Único de Saúde, oferta o maior e melhor programa de vacinação do mundo. O Ministério da Saúde é responsável por ofertar as principais vacinas de forma gratuita à toda a população brasileira.

Algumas doenças já foram erradicadas com a vacina: varíola, poliomielite (paralisia infantil) e a rubéola. Entretanto, após alguns anos de sucesso em taxa de vacinação de crianças, tem havido um movimento contrário à vacinação. Isso representa um risco ao retorno de doenças controladas e já erradicadas, sendo um retrocesso à nossa sociedade.

O Sarampo, por exemplo, passou anos erradicado da sociedade e em 2019 foi reintroduzido devido à falta de vacinação da população.

Vacinas para criança ao nascer

Ao nascer, as crianças devem tomar duas vacinas:

• Vacina BCG
• Vacina da hepatite B (recombinante).

A primeira delas é uma dose única, que é responsável por evitar formas graves de tuberculose. Ou seja, evitar as formas miliar e meníngea.

A segunda delas é a primeira dose, que deve ser repetida duas vezes mais: no 2 mês e no 4 mês de vida. Ela é responsável por evitar o desenvolvimento da Hepatite B.

Vacinas para crianças de 2 meses

Nesse momento da vida infantil são necessárias algumas vacinas:

• Vacina Penta: Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, Hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae b (conjugada)

1ª dose da penta, que é responsável por evitar uma série de doenças: Difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae b.

• Vacina VIP: Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada)

É a 1ª dose contra a poliomielite. Essa doença, segundo a Fiocruz, não há registro no Brasil desde 1990. Isso ocorre devido à vacinação em massa que existe no país. É uma doença que pode acontecer adultos, mas a sua prevalência são em crianças menores de 5 anos e causa sintomas como um resfriado/gripe ou pode ter complicações gastrointestinais. Há casos ainda, menos comuns, de forma de acometimento mais graves que é o caso de paralisia flácida aguda permanente, insuficiência respiratória e até óbito.

Mais informações sobre a doença, acesse nosso Resumo de poliomielite (completo) – Sanarflix.

• Pneumo 10: Vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada).

1ª dose contra infecções invasivas (como meningite e pneumonia) e otite média aguda, causadas pelos 10 sorotipos de Streptococus pneumoniae.

• Vacina VRH: Vacina rotavírus humano G1P1 [8] (atenuada). É a 1ª dose contra Diarreia por rotavírus (Gastroenterites).

Qual a vacina dos 3 meses de vida?

Nesse mês de vida a criança deve tomar apenas uma vacina. É a primeira dose da Meningo C – Vacina meningocócica C (conjugada). É uma vacina que evita doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C.

Vacinas para crianças de 4 meses e 5 meses

No 4º e 5º mês de vida, serão aplicadas a 2ª dose das vacinas que foram tomadas no 2º e no 3º mês de vida, respectivamente. Ou seja, é a continuação do processo de imunização contra as seguintes doenças:

• Difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae b;
• Poliomielite;
• 1ª dose contra infecções invasivas (como meningite e pneumonia) e otite média aguda, causadas pelos 10 sorotipos de Streptococus pneumoniae;
• Diarreia por rotavírus (Gastroenterites);
• Doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C.

Vacinas para crianças com 6 meses

Aqui teremos a 3ª dose de algumas vacinas e a introdução de uma nova:

• 3ª dose da Penta: Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae b (conjugada);
• 3ª dose da VIP: Vacina poliomielite 1, 2 e 3 (inativada);
• Vacina influenza: 1 ou 2 doses anual para evitar infecções causadas pelo vírus influenza.

Criança no 9º mês de vida: qual a vacina?

A vacina ofertada é de dose única. É a vacina da febre amarela (atenuada) responsável por combater a doença de mesmo nome.

A Febre Amarela é uma doença infecciosas que é causada por um vírus de transmissão por artrópodes. Seu quadro clínico pode ser leve, como pode ser grave e até fatal. O quadro clínico inicial é caracterizado pelo surgimento súbito de febre alta contínua, mal-estar, cefaleia, náuseas e mialgia. Uma bradicardia acompanhando a febre alta pode ou não estar presente, sendo conhecido como sinal de Faget. 

Quem evolui para a fase grave da doença pode apresentar icterícia, oligúria, epistaxe, hematêmese e metrorragia. Esse pode levar ao óbito.

Mais informações sobre a doença pode ser lida no  Resumo de febre amarela (completo) – Sanarflix.

Vacinas para crianças de 12 meses

Nessa fase de vida da criança, é dado o início do reforço, apesar de termos também a primeira dose contra sarampo, caxumba e rubéola. Confira:

• Reforço da Pneumo 10: Vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada)
• Reforço da Meningo C: Vacina meningocócica C (conjugada)
• 1ª dose da Tríplice Viral: Vacina sarampo, caxumba, rubéola.

A tríplice viral é uma vacina muito antiga que é responsável pela erradicação e controle do sarampo, caxumba e da rubéola no Brasil. Ela é reforçada com uma dose da vacina Tetra Viral nos 15 meses de vida da criança, com a introdução de imunização para a varicela.

Importância da vacinação em crianças

A vacinação é o método mais barato e efetivo para a prevenção de doenças e promoção de saúde. Ela evita a forma grave de diversas doenças e suas complicações, além de serem efetivas no controle de doenças infectocontagiosas.

No Brasil, as vacinas dos três calendários obrigatórios do Programa Nacional de Imunizações (PNI) são ofertadas gratuitamente nos postos de vacinação de todo o país. Em algumas ocasiões, são realizadas campanhas de vacinação. Assim, não há motivos para não se vacinar.

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Sugestão de leitura complementar:

• Resumo de hepatite A (completo)
• O que fazer durante uma situação de engasgo de uma criança?
• Diarreia: uma visão geral!
• Hepatites Virais: saiba reconhecer e manejar!

Referências:

1. ARAÚJO, A. H. A. L. et al. A pediatria que todo médico precisa saber. Org: LEMOS, T. E. V. et al. Editora Sanar, 1ªed, 822p, 2021. Disponível em: <https://www.sanarsaude.com/livro/a-pediatria-que-t> . Acesso em: 21 dez. 2022
2. BRASIL. Caderneta da Criança Menina. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Brasília, 2020, 2ªed.
3. BRASIL. Caderneta da Criança Menino. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Brasília, 2020, 2ªed.
4. DRUTZ, J. E. Patient education: Vaccines for infants and children age 0 to 6 years (Beyond the Basics). UpToDate, 2022.
5. DRUTZ, J. E. Patient education: Why does my child need vaccines? (Beyond the Basics). UpToDate, 2022.
6. DRUTZ, J. E. Standard immunizations for children and adolescents: Overview. UpToDate, 2022.
7. GOLDMAN, L. SCHAFER, A. I.  Goldman Cecil Medicina. Volume 1 e 2, 24ª ed. Editora Guanabara Koogan, 2015.
8. MCKEE-GARRETT, T. M. Overview of the routine management of the healthy newborn infant. UpToDate, 2022.