Em residência médica, você encontra artigos, informações sobre editais, notícias e dicas sobre a especialização médica através da residência.
A Residência Médica é uma modalidade de ensino de pós-graduação destinada à médicos, sob a forma de curso de especialização. Ao final da formação, essa especialização confere ao médico o título de especialista.
O programa de residência é gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC), mas a sua regulação e supervisão é determinada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) que foi instituída em 1977.
De acordo com dados de 2022 do MEC, existem 996 instituições no Brasil credenciadas à oferta de 69.206 vagas autorizadas de programas de residência médica.
Ao optar por fazer uma residência, o profissional de medicina deve ficar ciente de que se trata de uma formação caracterizada por treinamento em serviço sob a orientação de médicos especialistas com elevada qualificação e experiência na área.
Os programas de residência médica são realizados em instituições de saúde, universitárias ou não.
Para fazer uma residência médica, o profissional de medicina precisa passar por um processo seletivo e ser aprovado.
Durante a residência, os médicos residentes (aprovados no processo seletivo) recebem treinamento prático e teórico nas áreas específicas de sua especialidade.
Os programas de residência das especialidades médicas são divididos entre acesso direto e com pré-requisito. Há também processo seletivo para ingresso em programas de área de atuação.
Vamos entender como funciona cada um deles?
As especialidades com acesso direto são aquelas nas quais o médico pode se inscrever sem ter nenhuma especialidade prévia.
Qualquer médico pode se candidatar aos concursos para essas especialidades, independentemente do tempo de formação ou de experiência prévia.
Existem algumas especialidades que são consideradas áreas básicas, como a cirurgia geral, a clínica médica (também conhecida como medicina interna), a ginecologia e obstetrícia e a pediatria.
Após a realização da especialização nas áreas básicas, o médico poderá realizar uma segunda residência como uma subespecialização. Exemplos: endocrinologia, pneumologia, reumatologia, urologia, cirurgia vascular e cirurgia plástica.
Além das áreas básicas, existem algumas mais específicas dentro das especialidades de acesso direto. Dentre elas incluem-se especialidades cirúrgicas, como neurocirurgia, oftalmologia, ortopedia e traumatologia, e otorrinolaringologia, até especialidades clínicas como dermatologia, genética médica, infectologia, neurologia e psiquiatria.
Especializações mais voltadas para diagnóstico e terapia também podem ser realizadas sem pré-requisitos. Entre elas incluem-se medicina legal, medicina nuclear, patologia, radiologia e radioterapia.
Especialidade | Duração (em anos)* |
Acupuntura | 2 |
Clínica médica | 2 |
Anestesiologia | 3 |
Cirurgia cardiovascular | 5 |
Cirurgia geral | 3 |
Alergia e imunologia | 2 |
Dermatologia | 3 |
Genética médica | 3 |
Ginecologia e obstetrícia | 3 |
Homeopatia | 2 |
Infectologia | 3 |
Medicina de família e comunidade | 2 |
Medicina de Emergência | 3 |
Medicina do trabalho | 2 |
Medicina do tráfego | 2 |
Medicina esportiva | 3 |
Medicina física e reabilitação | 3 |
Medicina legal | 2 |
Medicina nuclear | 3 |
Medicina preventiva e social | 2 |
Neurocirurgia | 5 |
Neurologia | 3 |
Nutrologia | 2 |
Oftalmologia | 3 |
Ortopedia e traumatologia | 3 |
Otorrinolaringologia | 3 |
Patologia | 3 |
Patologia Clínica/Medicina Laboratorial | 3 |
Pediatria | 3 |
Psiquiatria | 3 |
Radiologia e Diagnóstico por imagem | 3 |
Radioterapia | 3 |
Algumas especialidades exigem que uma outra especialidade já tenha sido concluída, por isso o pré-requisito. Tanto especialidades clínicas quanto cirúrgicas podem exigir pré-requisitos para ingresso.
Cardiologia, gastroenterologia, pneumologia e medicina intensiva, exigem uma especialização prévia, quase sempre em clínica médica.
As especialidades que exigem a residência de cirurgia geral como pré-requisito incluem a cirurgia plástica, cirurgia torácica, cirurgia pediátrica.
Especialidade | Pré-requisito | Duração (em anos)* |
Cancerologia clínica | Clínica Médica (3 anos) | 3 |
Cardiologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 |
Endocrinologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 |
Gastroenterologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 |
Geriatria | Clínica Médica (3 anos) | 2 |
Hematologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 |
Medicina intensiva | Clínica Médica (3 anos) | 2 |
Nefrologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 |
Pneumologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 |
Reumatologia | Clínica Médica (3 anos) | 2 |
Angiologia e cirurgia vascular | Clínica Médica (3 anos) | 2 |
Cancerologia cirúrgica | Clínica Médica (3 anos) | 2 |
Cirurgia da mão | Ortopedia ou Cirurgia Plástica (3 anos) | 2 |
Cirurgia de cabeça e pescoço | Ortopedia ou Cirurgia Plástica (3 anos) | 2 |
Cirurgia do aparelho digestivo | Cirurgia Geral (3 anos) | 2 |
Cirurgia pediátrica | Cirurgia Geral (3 anos) | 3 |
Cirurgia plástica | Cirurgia Geral (3 anos) | 3 |
Cirurgia torácica | Cirurgia Geral (3 anos) | 2 |
Coloproctologia | Cirurgia Geral (3 anos) | 2 |
Mastologia | Cirurgia Geral ou G.O. (3 anos) | 2 |
Medicina intensiva | Clínica Médica (3 anos) | 2 |
Urologia | Cirurgia Geral (3 anos) | 3 |
Escolher a Residência Médica é um assunto que preocupa muito os profissionais de medicina.
Para ajudar, nós listamos, 10 questões que todo médico formado deve considerar antes de escolher a sua residência médica!
Ingressar em um programa de residência médica é ainda mais desafiador que ser aprovado no vestibular de medicina. Para se ter uma ideia, para fazer dermatologia na SUS-SP, que é uma das instituições mais concorridas, pode ser preciso encarar uma concorrência de 55 candidatos por cada vaga. Mas finalmente como é o processo seletivo?
Anualmente, as instituições divulgam editais dos seus processos seletivos que, normalmente, contam várias etapas. A maioria dos processos é formado por prova teórica de múltipla escolha, prova prática, além de análise de currículo. A nota final do candidato é composta pelo resultado das três etapas. Há casos de ser apenas prova teórica e análise de currículo.
As etapas vão depender muito da instituição escolhida pelo médico. Em alguns casos, pode depender até da especialidade escolhida.
Vamos conhecer as etapas que a seleção pode ter?
A prova teórica, normalmente, é a etapa de maior peso na nota final. Ela consiste em uma prova objetiva com questões que envolvem conhecimentos médicos de várias especialidades, como questões de Clínica Médica, Cirurgia Geral, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Medicina Preventiva e Social.
Leia nosso artigo: qual é a melhor estratégia na hora de responder a prova teórica?
Observação: essa explicação se aplica principalmente para provas de especialidades médicas de acesso direto.
Dica: Por serem muitos assuntos para estudar, é importante notar que não dá pra revisar a faculdade toda no ano de preparação. É preciso ter foco e direcionamento nos estudos.
A etapa de prova prática pode conter estudos de casos, execução de técnicas em bonecos e até em atores. Nessa etapa, o candidato é avaliado pelo domínio técnico e por outras competências comportamentais.
Para se preparar, vale a pena estudar por flashcards, fazer checklists de cenários e até estudar com amigos.
A etapa de análise de currículo em um processo seletivo para residência médica geralmente é realizada para avaliar a formação acadêmica, experiências profissionais, atividades extracurriculares e habilidades dos candidatos.
Já a parte de entrevista é a etapa mais subjetiva do processo, por depender muito dos entrevistadores da banca e de você. Tenha em mente que nem todas as perguntas serão sobre conhecimento técnico, já que isso já foi testado.
Na entrevista pesa mais a identificação com a área, experiências e expectativas.
Dica: para se preparar, vale procurar saber com mais detalhes sobre a instituição que quer fazer o programa de residência, sua história, e sua cultura. Falar com os profissionais do local é sempre bom.
A prova de residência médica para especialidades e/ou área de atuação com pré-requisitos é composta de questões relativas à área que se deseja especializar.
Em alguns casos, também pode conter questões de clínica geral. Essas informações podem ser consultadas no edital de cada instituição.
Leia também: concorrência da residência médica em 2022/23!
Os programas de residência médica no Brasil têm duração variável dependendo da especialidade escolhida. Normalmente, eles tem duração de 2 a 5 anos.
Independente da duração, a residência médica é um período que exige alta dedicação no desenvolvimento de competências profissionais. Com base na legislação, o médico residente destina 60 horas semanais à aprendizagem em serviço (ou seja, são 2.880 horas de formação).
Essa carga horária do programa é dividida entre atividades teóricas e práticas. Vale acrescentar que por lei o residente precisa cumprir 24h de plantão dentro da carga horária semanal.
Outros pontos que a legislação garantem são:
Caso deseje conferir mais detalhes da legislação da residência médica, acesse ao site do Ministério da Educação.
O foco maior da rotina do residente é na prática profissional. Dessa forma, o profissional na maior parte do tempo vai participar de atividades como atendimento de pacientes em hospitais, ambulatórios e unidades básicas de saúde.
As atividades práticas são fundamentais para o desenvolvimento profissional dos residentes. Elas permitem a aquisição de habilidades clínicas, técnicas e de comunicação necessárias para que os médicos se tornem especialistas competentes e seguros em suas respectivas áreas de atuação.
Durante as atividades práticas, os residentes são supervisionados por médicos preceptores e têm a oportunidade de participar de cirurgias, procedimentos clínicos, entre outros.
Os residentes também podem participar de aulas teóricas, seminários, discussões de casos clínicos e outras atividades acadêmicas.
O objetivo é que essas atividades sejam complementar ao aprendizado prático e forneçam uma base teórica sólida na especialidade escolhida.
Durante a residência, os residentes, geralmente, precisam cumprir plantões em hospitais, onde ficam responsáveis pelo atendimento de pacientes em situações de urgência e emergência.
Vale ressaltar que os residentes são avaliados regularmente ao longo do programa, tanto em suas atividades práticas quanto teóricas.
Durante a residência médica, o residente tem direito a uma bolsa auxílio. Desde janeiro de 2022, o valor bruto passou a ser de R$ 4.106,09.
O pagamento dessa bolsa é de responsabilidade do Ministério da Educação. Na grande maioria das vezes o valor é único, ou seja: o mesmo para todas as instituições e especialidades. De qualquer modo, vale consultar o valor da bolsa no site oficial da universidade ou do hospital desejado.
Existem programas em que os residentes ganham um pouco mais do que a bolsa prevista, como forma de incentivo. Este é o caso, por exemplo, da Residência de Medicina de Família e Comunidade em algumas instituições.
Não é comum, mas essas exceções existem. Para saber mais sobre a Bolsa de Residência Média, leia a matéria “Bolsa de Residência Médica: tudo o que você precisa saber“.
O médico residente é filiado ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) como contribuinte individual – mesma categoria dos profissionais liberais, empresários e autônomos.
Dessa forma, ele contribui obrigatoriamente para a previdência social, através doINSS. A contribuição para a previdência do médico residente é de 11% – o que significa que a um desconto nesse valor bruto.
A Resolução N° 2.162/2017 traz uma lista com as 55 especialidades médicas reconhecidas no Brasil. A norma foi definida por um consenso entre o Conselho Federal de Medicina (CFM), junto da CNRM e a Associação Médica Brasileira (AMB). Além dessas especialidades, há também diversas áreas de atuação.
Diante do grande leque de opções, é comum que o médico tenha dificuldade no momento de decidir qual programa deseja ingressar.
Os estudos que apontam as especialidades mais e menos concorridas para fazer residência podem ajudar no momento da decisão.
Por isso, trouxemos dados da última Demografia Médica no Brasil, divulgada em 2023. A pesquisa foi publicada pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Confira:
De acordo com dados da Demografia Médica, o ranking de especialidades mais procuradas:
Ranking | Especialidades | N° de médicos ativos |
1 | Clínica Médica | 56.979 (11,5%) |
2 | Pediatria | 48.654 (9,8%) |
3 | Cirurgia Geral | 41.547 (8,4%) |
4 | Ginecologia e Obstetrícia | 37.327 (7,5%) |
5 | Anestesiologia | 29.358 (5,9%) |
6 | Ortopedia e Traumatologia | 20.972 (4,2%) |
7 | Medicina do Trabalho | 20.804 (4,2%) |
8 | Cardiologia | 20.324 (4,1%) |
É importante ressaltar que clínica médica e cirurgia geral são pré-requisitos para diversas outras especialidades.
Leia também: dez especialidades médicas mais procuradas
Especialidades menos procuradas:
Há duas especialidades em que não chega a ter nem mil médicos registrados no país. Ainda com base nos dados da Demografia Médica de 2023, temos outras especialidades que não ultrapassam 1.500 registros.
Ranking | Especialidades | N° de médicos ativos |
1 | Genética Médica | 407 (0,1%) |
2 | Medicina de Emergência | 779 (0,2%) |
3 | Radioterapia | 1.014 (0,2%) |
Os cursos preparatórios para Residência Médica podem ser uma saída para se dedicar totalmente em sua preparação. Durante o curso, o médico vai receber orientações de como organizar seus estudos, ter acesso a uma série de materiais, simulados, entre outras coisas.
Há quem diga que é possível passar numa boa residência sem ajuda, mas poucos se arriscam a dizer que abririam mão de um bom curso para prova de residência!
Esses cursos são mais flexíveis, por darem a opção de escolher o melhor momento do dia para se dedicar aos estudos.
O formato online também permite contar com professores de altíssimo nível sem ter que pagar muito caro!
Os cursos presenciais são mais tradicionais e demandam uma necessidade de encaixar as aulas na agenda. Também é preciso ter uma boa reserva financeira, porque eles são mais caros.
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O primeiro programa de Residência Médica surgiu no Brasil em 1945, na área de Ortopedia no Hospital das Clínicas da USP.
Depois, foram criados os programas em Cirurgia Geral, Clínica Médica, Pediatria e Obstetrícia/Ginecologia no Instituto de Previdência e Assistência do Servidor do Estado do Rio de Janeiro (IPASE).
Desde então, a Residência Médica é reconhecida amplamente como uma modalidade de pós-graduação praticamente obrigatória para quem se gradua no curso de medicina.
Art. 1º A Residência em Medicina constitui modalidade do ensino de pós-graduação destinada a médicos, sob a forma de curso de especialização, caracterizada por treinamento em serviço em regime de dedicação exclusiva, funcionando em Instituições de saúde, universitárias ou não, sob a orientação de profissionais médicos de elevada qualificação ética e profissional. § 1º Os programas de Residência Médica serão desenvolvidos, preferencialmente, em uma das seguintes áreas: – Clínica Médica; – Cirurgia Geral; – Pediatria; – Obstetrícia e Ginecologia; – Medicina Preventiva e Social.
A residência médica engloba uma série de coisas e é normal que fiquem dúvidas. Por isso, temos um local com respostas para questões frequentes. Perguntas como:
Todas essas questões foram respondidas no artigo: Perguntas frequentes sobre Residência Médica.
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