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H1N1: quadro clínico, tratamento e mais!

Resumo sobre H1N1 completo - Sanarflix

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Resumo sobre H1N1: da definição ao tratamento, passando pela fisopatologia, epidemiologia, quadro clínico e diagnóstico. Confira!

O H1N1 é um subtipo do vírus Influenza A, vírus causador da gripe comum. O vírus H1N1 afeta suínos, causando doença respiratória nesses animais e, em casos raros, é capaz de infectar o homem por contato próximo.

Ela ficou conhecida em 2009, quando causou uma pandemia que iniciou no México e espalhou-se rapidamente para os Estados Unidos, Canadá e em todo o mundo, como resultado de viagens aéreas. Estima-se que 89 milhões de pessoas tenham sido contaminadas por este vírus, com até 403 mil casos de hospitalização e 18.300 óbitos até abril de 2010.

A pandemia foi erroneamente conceituada como gripe suína, mas a transmissão era predominantemente de pessoa para pessoa. Essa confusão ocorre porque o vírus H1N1, que infecta humanos e aves, também é capaz de infectar suínos. Dessa forma, a coincidência de casos em suínos e humanos acaba gerando essa confusão.

No entanto, dificilmente um vírus influenza que infecta outros animais pode causar a doença em humanos e, quando acontece, o vírus tem transmissão pessoa a pessoa limitada, não tendo capacidade de gerar uma epidemia. 

Virologia 

Entre os vírus influenza A que infectam humanos, três subtipos principais de hemaglutininas (H1, H2 e H3) e dois subtipos de neuraminidases (N1 e N2) foram descritos em humanos. Esses subtipos possuem variação antigênica, sendo a resposta imune adaptativa do hospedeiro diferente para cada subtipo. Ademais, outras combinações, como o H5N1, causador da gripe aviária, podem ocasionalmente atingir humanos, porém com capacidade reduzida de se disseminar.

A hemaglutinina da gripe é uma glicoproteína de superfície que liga-se na superfície das células epiteliais respiratórias, necessária para o início da infecção. Após a replicação viral, os vírions descendentes também ligam-se à célula hospedeira. A neuraminidase, por sua vez, cliva as ligações e libera os novos vírions para se disseminarem e impede que o vírus seja aprisionado pelas secreções respiratórias.

Além disso, os vírus da influenza A, em particular, têm uma notável capacidade de sofrer mudanças periódicas nas características antigênicas de suas glicoproteínas de envelope, a hemaglutinina e a neuraminidase. Essas alterações antigênicas associam-se às epidemias e pandemias de influenza A, pois a população não tem imunidade desenvolvida contra as novas novas variações antigênicas. 

Epidemiologia da H1N1

O vírus influenza causa epidemias recorrentes de doença respiratória febril a cada três anos há pelo menos 400 anos. Embora não seja possível predizer a ocorrência de uma nova pandemia, desde o século XVI, o mundo experimentou uma média de três pandemias por século, ocorrendo em intervalos de 10 a 50 anos. Uma alteração gênica da Influenza A subtipo H1N1 foi a responsável pela pandemia extremamente severa e extensa de 1918 e 1919 (gripe espanhola).

Em 1977, surgiu uma nova variação antigênica do vírus influenza A que transformou-se em H1N1. A epidemia resultante afetou principalmente indivíduos jovens que não tinham imunidade preexistente ao H1N, ou seja, aqueles nascidos após a última circulação do vírus H1N1 durante a gripe espanhola. 

Posteriormente, em março de 2009, um surto de doenças respiratórias foi observado pela primeira vez no México e logo espalhou-se pelo mundo, inclusive no Brasil. Em junho de 2009, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou seu nível de alerta de pandemia para o nível mais alto, fase 6, indicando transmissão ampla na comunidade em pelo menos dois continentes. A pandemia foi declarada encerrada em agosto de 2010, mas o vírus H1N1 pandêmico continuou a circular desde então com distribuição sazonal. 

Ademais, a taxa de infecção durante a pandemia de 2009/10 foi mais alta entre indivíduo menores de 24 anos de idade, pois a população idosa possivelmente tinha imunidade adaptativa adquirida a partir das epidemias e pandemias do século passado.   

Transmissão da H1N1

Grandes quantidades do vírus H1N1 costumam estar presentes nas secreções respiratórias de pessoas infectadas. Portanto, como resultado, transmite-se a infecção através de espirros e tosse por meio de gotículas de partículas grandes.

Quadro clínico da H1N1

Os sintomas da gripe H1N1 são bem parecidos com os da gripe comum e a transmissão também ocorre da mesma forma. No entanto, as infecções por influenza também têm um amplo espectro de outras apresentações, que podem variar de doenças respiratórias afebris semelhantes ao resfriado comum, até doenças nas quais os sinais e sintomas sistêmicos predominam com relativamente pouca indicação clínica de envolvimento do trato respiratório. 

Inicialmente, a influenza manifesta-se com o início abrupto de febre, dor de cabeça, mialgia e mal-estar após um período de incubação de um a quatro dias (média de dois dias). Além disso, esses sintomas são acompanhados por manifestações de doenças do trato respiratório, como tosse não produtiva, dor de garganta e secreção nasal. 

Ademais, a principal complicação da influenza é a pneumonia, que ocorre com mais frequência em certos grupos de pacientes com doenças crônicas subjacentes, classificados como de alto risco para essa infecção. Pode haver, ainda, pneumonia com flora bacteriana oportunista associada à influenza. 

Além de pneumonia, manifestações do sistema nervoso central também podem ocorrer, como encefalite, meningite asséptica e síndrome de Guillain-Barré. Por fim, outras complicações da influenza incluem miosite, rabdomiólise, miocardite e pericardite. Existe uma associação entre infecção por influenza e maior risco de infarto agudo do miocárdio.

Diagnóstico da H1N1

A maioria dos casos não necessitam de diagnóstico etiológico. Porém, pacientes com manifestações mais graves ou imunocomprometidos, devem ser testados para influenza se os resultados influenciarem as decisões de manejo. 

A escolha do teste diagnóstico para influenza sazonal depende em parte da disponibilidade do teste e de quão cedo os resultados são necessários. Portanto, se disponíveis, recomenda-se a realização de reação em cadeia da polimerase de transcriptase reversa convencional [RT-PCR] ou, alternativamente, um ensaio molecular rápido. Os testes de detecção de antígeno, como ELISA, por sua vez, são menos sensíveis que os testes moleculares. 

Por fim, determina-se o diagnóstico da gravidade da infecção pelo H1N1 com base na análise de dados clínico-laboratoriais, através de exames complementares iniciais, conforme a disponibilidade nos serviços de saúde. Esses exames incluem:

  • Hemograma completo;
  • Uremia e creatinemia; níveis de AST e ALT (TGO e TGP) séricos;
  • Radografia de tórax (posterior e lateral);
  • Oximetria de pulso (caso a saturação seja inferior a 92%, deve-se realizar pH e gases arteriais);
  • Eletrocardiograma.

A gravidade do caso determinará a necessidade de solicitação de outros exames, dependendo das condições do paciente. Dessa forma, avalia-se a gravidade do comprometimento pulmonar em adultos através da escala CURB-65, que é especialmente indicada para pacientes com mais de 65 anos. Essa escala, por sua vez, analisa quatro parâmetros:

  • Estado mental (C);
  • Uremia (U);
  • Frequência respiratória (R);
  • Pressão arterial sistêmica (B).
  • Idade.

Tratamento da H1N1

Pacientes com sintomas leves devem ser abordados apenas com tratamento de suporte. Por outro lado, para indivíduos com doença grave (exigindo hospitalização ou com evidência de infecção do trato respiratório inferior) ou com alto risco de complicações recomenda-se a realização de terapia antiviral.

O tratamento de H1N1 grave ou com maior risco de complicações ocorre através de um inibidor da neuraminidase (geralmente  oseltamivir ou zanamivir) ou o inibidor da endonuclease da influenza (baloxavir). Porém, prefere-se o oseltamivir para os quadros mais graves.

  • Oseltamivir – Recomenda-se a dose de 75 mg duas vezes ao dia, por via oral.
  • Zanamivir – Recomenda-se a realização de duas inalações (10 mg) duas vezes ao dia durante 5 dias;
  • Baloxavir – Em pessoas que pesam menos de 80 kg, indica-se 40 mg em dose única nas 48 horas após o início dos sintomas da gripe. Em indivíduos com 80kg ou mais, recomenda-se 80mg em dose única nas 48 horas após o início dos sintomas da gripe.

Prevenção da H1N1

A prevenção da infecção pelo H1N1 envolve práticas de higiene rigorosas e o uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs) contra gotícula de aerossóis, além de cobertura ao espirrar ou tossir.

Além disso, recomenda-se evitar o contato com mucosas, superfícies contaminadas e aglomerações, além de garantir a ventilação adequada dos ambientes.

Nos transportes, por exemplo, a ventilação do veículo deve ser reforçada e as superfícies desinfetadas após o uso. Já no ambiente doméstico e em creches, a prevenção envolve evitar o compartilhamento de objetos pessoais, manter o ambiente ventilado e adotar medidas de higiene frequentes.

Por fim, recomenda-se a limpeza de superfícies, roupas e materiais utilizados com produtos adequados, como álcool 70% e hipoclorito de sódio, garantindo a inativação do vírus.

Vacinação

A vacina contra o vírus H1N1 utiliza a mesma tecnologia da vacina contra o vírus Influenza Sazonal. O Ministério da Saúde implementa, desde 2000, o Sistema de Vigilância Sentinela da Síndrome Gripal, que conta com 62 Unidades de Saúde em todo o Brasil, incluindo três unidades em regiões de fronteira. O objetivo desse sistema é monitorar a demanda por atendimento de síndromes gripais (SG) e identificar os vírus circulantes na comunidade. A análise das cepas do vírus Influenza permite ajustar a formulação da vacina contra a gripe usada anualmente no país.

A vacina contra o H1N1 é monovalente e deve ser armazenada entre +2°C e +8°C. Além disso, não há evidências de risco para gestantes ou de aborto relacionado à vacina, que pode ser aplicada sem adjuvante em grávidas.

Por fim, os efeitos adversos mais comuns incluem dor de cabeça, dor nas articulações, dores musculares, dor no local da aplicação e cansaço.

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