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Síndrome de Asperger: Sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento.

Síndrome de Asperger: Sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento.

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Síndrome de Asperger (SA) é o antigo nome dado ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) em seu grau de necessidade de suporte mais baixo. Ela se caracteriza por prejuízos na interação social, bem como interesses e comportamentos limitados, como foi visto no autismo.

Mas seu curso de desenvolvimento precoce está marcado por uma falta de qualquer retardo clinicamente significativo na linguagem falada ou na percepção da linguagem, no desenvolvimento cognitivo, nas habilidades de autocuidado e na curiosidade sobre o ambiente.

Interesses circunscritos intensos que ocupam totalmente o foco da atenção e tendência a falar em monólogo, assim como incoordenação motora, são típicos da condição.

Epidemiologia

A prevalência da condição é desconhecida, ainda que tenha sido relatado um índice de prevalência de 2 a 4 em 10.000.

Há poucas dúvidas de que a condição seja mais prevalente entre homens do que em mulheres, com um índice relatado de 9 para 1.

Sinais e sintomas da síndrome de Asperger

Na Síndrome de Asperger (SA) os indivíduos são considerados excêntricos ou distintos, podendo apresentar problemas em estabelecer vínculos afetivos com os demais.

Além disso, esses pacientes parecem apresentar dificuldades em navegar nos mais variados nuances da interação social. Isso ocorre devido a inflexibilidade de seu caráter e sua maneira única de ver o mundo, apoiando-se firmemente no pensamento racional e tendo dificuldades na comunicação e na compreensão das emoções.

Em 2009, Attwood citou que:

“Os ‘aspies’ compreendem a linguagem dos computadores, da música, da matemática, mas os níveis de linguagem subjetiva são-lhes completamente estranhos.”

Diagnóstico da síndrome de Asperger

Em 2013, o diagnóstico de Asperger foi retirado da 5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-V).

Atualmente, estes sintomas estão incluídos nas perturbações do espectro autista, a par do autismo e perturbação global do desenvolvimento sem outra especificação (PGD-SOE).

O nome Asperger continuava a fazer parte da 10ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), já tendo sido retirado no CID-11.

Diagnóstico de autismo

Segundo DSM-5, o déficit persistente na comunicação social e na interação em múltiplos contextos atualmente ou por história prévia, que se caracteriza pela existência de 3 itens:

  • Déficit na reciprocidade socioemocional
  • Dificuldade em comportamentos comunicativos não verbais usados para a interação social
  • Déficit em desenvolver ou manter relacionamento apropriados para o grau de desenvolvimento (para além daqueles com cuidadores).

Dificuldade na reciprocidade socioemocional

É caracterizada por:

  • Aproximação social anormal
  • Falência na conversação recíproca
  • Redução em interesses compartilhados, emoções e afetivo até total falta de iniciativa de interação social.

Déficit em comportamentos comunicativos não verbais usados para a interação social

Vai desde uma integração pobre entre a comunicação verbal e não verbal, anormalidades no contato visual e linguagem corporal ou defeito na compreensão e uso de comportamento não verbais até total falta de expressão facial ou gestos.

  • Ex: a criança deixa claro que está com atenção compartilhada. Desde cedo, no berço, olha para o chocalho e olha para o pai, mostrando que tem interesse no objeto.

Dificuldade em desenvolver ou manter relacionamento apropriados para o grau de desenvolvimento (para além daqueles com cuidadores).

Consiste em:

  • Dificuldades em ajustar o comportamento para se adaptar aos diferentes contextos sociais
  • Dificuldade em compartilhar jogos de imaginação e fazer amigos até uma aparente ausência de interesse nas pessoas.

O paciente apresenta padrões de comportamento, interesse ou atividades restritas em pelo menos 2 dos seguintes itens:

  1. Fala repetitiva ou estereotipada, movimento ou uso de objetos:
    • Tais como estereotipias motoras simples, ecolalia, uso repetitivo de objetos ou frases idiossincráticas (chamadas de ecolalia tardia – a frase de um contexto é colocada em outro).
  2. Adesão excessiva a rotinas, padrões ritualizados de comportamento ou resistência excessiva a mudança:
    • Rituais motores, insistência do mesmo caminho ou comida, perguntas repetitivas ou estresse extremo com pequenas mudanças.
  3. Interesses fixos, altamente restivos, que são anormais em intensidade ou foco:
    • Ligações forte com algum objeto, preocupação excessiva com objetos não usuais, interesses excessivamente circunscritos ou perseverantes.
  4. Hipo ou hiper reatividade sensorial ou interesse não usal em aspectos sensoriais do ambiente:
    • Muita sensibilidade ao som, texturas, cheiros que incomodam, fascinação pela luz, insensibilidade a dor, calor e frio.

Diagnóstico: pelo menos 2 desses itens.

Tratamento

O tratamento é o mesmo do TEA. O objetivo do tratamento é maximizar a aquisição de conteúdos cognitivos, melhorar a interação social, expandir os interesses, reduzir as repetições, maximizar a aquisição.

A principal terapêutica do autismo não é a intervenção médica. A atuação médica é auxiliar, junto com uma equipe multidisciplinar. As esferas principais são:

  • Intervenção psicossocial
  • Intervenção educacional (psicológicos, fonoaudiólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais, professores, pedagogos).

Divisão do tratamento farmacológico

Quando o paciente apresentar os sintomas centrais do autismo devem ser utilizadas drogas que pelo seu efeito neuroquímico agem nos sintomas centrais do autismo.

Esses sintomas são:

  • Dificuldade de comunicação e socialização
  • Núcleo de interesses restritos

Os principais medicamentos utilizados são a BUMETANIDA, OCITONINA e SULFUROFANO.

Quando há complicações/comorbidades, são utilizadas drogas para o tratamento dos distúrbios de comportamento associados ao autismo. São eles:

  • Irritabilidade: ANTIPSICÓTICOS
  • Sono: MELATONINA
  • Entre outros.

Aprenda como diagnosticar e tratar a Síndrome de Asperger

Existem alguns estudos regionais que sugerem que a prevalência da síndrome de Asperger no Brasil é semelhante à encontrada em outros países, que varia entre 0,03% e 1,1% da população.

Um estudo realizado na cidade de Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, estimou uma prevalência de 0,18% da síndrome de Asperger entre crianças e adolescentes com idade entre 6 e 14 anos.

Observando essa crescente, é necessário que o médico psiquiatra saiba diagnosticar e tratar essa doença. Na psiquiatria são diversas patologias e com suas particulares que para atender bem os pacientes o médico precisa se manter em constante atualização.

Dessa forma, fazer uma pós graduação de medicina em psiquiatria pode ser um ótimo caminho, vale a pena conferir o curso da Sanar.

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Referências bibliográficas

  • Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais [recurso eletrônico] / Paulo Dalgalarrondo. – 3. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2019.
  • Jaspers, K. Psicopatologia Geral. São Paulo, Atheneu; 1996.

Sugestão de leitura complementar