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Transtorno de personalidade borderline: diagnóstico e tratamento

Transtorno de personalidade borderline

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Saiba como manejar o quadro de pacientes com transtorno de personalidade Borderline.

O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) consiste em um distúrbio que possui como principais manifestações padrões de instabilidade e disfunção nos domínios emocional, comportamental, cognitivo e interpessoal.

Esse transtorno está incluso dentro do Cluster B dos transtornos de personalidade, juntamente com o transtorno de personalidade histriônico, antissocial e narcisista, os quais estão marcados por dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Aproveite a leitura!

Contextualização sobre a condição

É um transtorno que ocorre mais comumente em mulheres e a intensidade dos sintomas é algo que deve ser observado de perto pela possibilidade de danos que o paciente pode infringir em si mesmo e na influência deles em suas relações familiares e sociais.

Dessa forma, segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria, estima-se que existam 2 milhões de pacientes com esse transtorno no país. Portanto, é importante que os médicos estejam cientes sobre o TPB e compreenda o manejo.

Os sintomas do TPB se acentuam por volta dos 14 aos 17 anos que, concomitantemente, corresponde ao período da adolescência em que o jovem experimenta mudanças significativas na consolidação da sua identidade.

Quais os sintomas do Transtorno de Personalidade Borderline?

O Transtorno de Personalidade Borderline é caracterizado por um desequilíbrio do psiquismo humano em seus diversos aspectos intensificando os sentimentos, o humor e o comportamento do sujeito. 

Os comportamentos impulsivos e explosivos ocorrem aos pacientes sem que eles percebam e/ou consigam controlar. Dessa forma, isso é o que caracteriza, muitas vezes, comportamentos imprevisíveis até para o próprio paciente.

Pacientes com TPB desenvolvem em sua personalidade traços marcantes como:

  • Impulsividade
  • Instabilidade afetiva
  • Sentimentos de vazio
  • Situações de raiva intensa e
  • Sintomas dissociativos.

Como resposta a esses sintomas, não é incomum a presença de comportamentos autodestrutivos na tentativa de sanar as suas aflições.

Dessa forma, a automutilação surge como forma de redirecionamento dos sentimentos e alívio das angústias, sendo mais frequente dentre os adolescentes com TPB. As escoriações podem ser provocadas sem a intenção de gerar danos permanentes ou suicídio.

Considerando esses sintomas, é importante destacar que a ambivalência é um termo que pode surgir com recorrência em um prontuário de pacientes com TPB, pois esses pacientes são capazes de odiar e amar coisas ou pessoas, ao mesmo tempo.

Como realizar o diagnóstico do transtorno de Borderline?

Para fazer o diagnóstico do transtorno de personalidade Borderline, é preciso atentar-se aos critérios previstos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).

O quadro consiste em instabilidade persistente nos relacionamentos, na autoimagem e nas emoções (desequilíbrio emocional), bem como acentuada impulsividade.

A persistência dos sintomas e seus efeitos deletérios na funcionalidade dos indivíduos é são pontos chave para esse diagnóstico, assim como os demais transtornos na psiquiatria.

Quadro geral

O quadro geral inclui um padrão caracterizado por, obrigatoriamente, 5 ou mais dos seguintes:

  • Esforços frenéticos no sentido de evitar um abandono real ou imaginário
  • Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização
  • Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e resistente da autoimagem ou sentimento de self
  • Impulsividade em pelos menos 2 áreas potencialmente prejudiciais à própria pessoa
  • Recorrência de comportamentos, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamentos automutilantes
  • Instabilidade afetiva devido a acentuada reatividade do humor;
  • Sentimentos crônicos de vazio
  • Raiva inadequada e intensa bem como dificuldade em controlar a raiva
  • Ideação paranóide transitória e relacionada ao estresse ou graves sintomas dissociativos.

Diagnóstico diferencial

Como diagnósticos diferenciais podemos considerar alguns transtornos segundo a intensidade de alguns sintomas:

  1. Transtorno Bipolar, devido a intensidade de variação do humor;
  2. Transtorno por uso de substância, devido a impulsividade que podem levar a comorbidade com o uso de substâncias.

Como é o tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline?

De forma geral, o tratamento TPB inclui os dois pilares utilizados também nos demais transtornos de personalidade do cluster B: a psicoterapia e tratamento medicamentoso.

Dessa forma, a terapia cognitivo-comportamental é a modalidade de psicoterapia mais recomendada para o TPB. Além disso, pode-se utilizar também dos Sistemas de Treinamento para Previsibilidade Emocional e Resolução de Problemas (STEPPS), em sessões semanais em grupo durante 20 semanas.

Assim, por meio da terapia cognitivo-comportamental, os pacientes adquirem habilidades para gerenciar suas emoções, questionar suas expectativas negativas e cuidar melhor de si mesmos. 

É importante que os pacientes aprendem a estabelecer metas, evitar substâncias ilícitas e melhorar seus hábitos alimentares, de sono e de exercícios. 

Além disso, é recomendado que eles construam uma rede de apoio de amigos, familiares e profissionais de saúde que estejam dispostos a ajudar em caso de crise.

Tratamento medicamentoso no Transtorno de Personalidade Borderline

Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) são os antidepressivos de primeira escolha com maior taxa de tolerabilidade e com baixa probabilidade de uma overdose letal, mas só são marginalmente eficazes para depressão e ansiedade em TPB.

Em concomitância com os ISRS, outros fármacos podem ser eficazes para atenuar os sintomas do Transtorno de Personalidade Borderline:

  • Estabilizadores de humor como a lamotrigina: para o tratamento da depressão, ansiedade, labilidade de humor e impulsividade na TPB;
  • Antipsicóticos atípicos de 2ª geração: para ansiedade, raiva e sintomas cognitivos, incluindo distorções cognitivas transitórias relacionadas a estresse (p. ex., pensamentos paranoicos, maniqueísta, bem como desorganização cognitiva grave).

É importante destacar que benzodiazepínicos e estimulantes para pacientes com TPB não são recomendados por causa dos riscos de dependência, overdose, desinibição e uso inadequado.

Aconselha-se, ainda, uma abordagem multidisciplinar para esses casos, pois se faz necessário o acompanhamento médico, psiquiátrico, psicológico, nutricional, dentre outros que possam vir a colaborar para o desenvolvimento de um bom prognóstico.

Perguntas Frequentes

O que é o transtorno de personalidade borderline?

O transtorno de personalidade borderline é caracterizado por um padrão generalizado de instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na autoimagem, flutuações extremas de humor, bem como impulsividade.

Como é feito diagnóstico de transtorno de personalidade borderline?

Ele é feito a partir dos critérios clínicos do DSM-5. 

Como é feito o tratamento do transtorno de personalidade borderline? 

A partir de psicoterapia, preferencialmente com a abordagem da terapia cognitivo-comportamental. 

O tratamento farmacológico inclui principalmente com antidepressivos ISRS associados a estabilizadores de humor.

Sugestão de leitura complementar

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Veja também um vídeo do Dr. Saulo Ciasca, psiquiatra e coordenador da Sanar Pós:

Referências

  • CANTILINO, A; MONTEIRO; D.C. Psiquiatria clínica: um guia para médicos e profissionais de saúde mental. 1 ed, Rio de Janeiro: MedBook, 2017.
  • SADOCK, B. J; SADOCK, V.A.; RUIZ, P. Compêndio de psiquiatria: ciência do comportamento e psiquiatria clínica. Tradução: Marcelo de Abreu Almeida. 11. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2017.
  • Rang, H.P; Dale, M.M. Editora Elsevier, 8a edição, 2016. Farmacologia Clínica.
  • Schatzberg, Alan F. Manual de psicofarmacologia clínica. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
  • Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais [recurso eletrônico] / Paulo Dalgalarrondo. – 3. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2019.

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