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Hemorragia subaracnóide espontânea (HSA): você sabe reconhecer?

HSA

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A causa mais comum de hemorragia no espaço subaracnóideo é o traumatismo craniencefálico. A hemorragia subaracnóidea espontânea (HSA) é o sangramento que acontece no espaço subaracnóideo devido a qualquer etiologia que não seja o traumatismo craniencefálico. A principal causa de HSA é a ruptura de aneurismas intracranianos que, além de ser responsável por mais de 75% dos casos, é também motivo de alta morbidade e mortalidade.

Localização da HSA

  • Cisternas da base do crânio
  • Polígono de Willis, principalmente na artéria comunicante anterior, artéria comunicante posterior e artéria cerebral média.
Fonte: https://www.startradiology.com/internships/neurology/brain/ct-brain-hemorrhage/index.html
Fonte: https://www.startradiology.com/internships/neurology/brain/ct-brain-hemorrhage/index.html

Etiologia da HSA

  • Aneurismas intracranianos (causa mais frequente de HSA)
  • Doenças sistêmicas, como HAS associada a aterosclerose, discrasias sanguíneas e neoplasias do sistema hematopoiético.
  • Neoplasias intracranianas (primárias: glioblastomas multiformes; metastáticas: melanomas).
  • Malformações Arteriovenosas (MAV): contribuem com 6% das HSA.
  • Dissecção.
  • Drogas.
  • Apesar de toda investigação diagnóstica, cerca de 15 a 20% dos pacientes com HSA permanecem com etiologia indeterminada.
Fonte: Lawton MT; Vates EG. N Engl J Med 2017;377:257-66.

Fatores de risco

  • Idade ( 40 a 60 anos)
  • Afro descendentes
  • Tabagismo
  • Hipertensão
  • Genética

Sinais e sintomas na HSA

  • Cefaleia súbita
  • Sinais de irritação meníngea
  • Náuseas e vômitos
  • Rebaixamento do nível de consciência
  • Fotofobia
  • Outros sinais localizatórios (ocasionais)
  • Paralisia de nervos cranianos

Às vezes o único sintoma no paciente com HSA é a cefaleia súbita.

A paresia do III nervo (oculomotor) indica HSA localizada na artéria comunicante posterior.

Os sinais e sintomas no HSA são mais difusos, enquanto na hemorragia intraparenquimatosa são mais localizados.

Cefaleia com características suspeitas

  • Instalação súbita
  • Idade acima de 40 anos
  • Pior cefaleia da vida
  • Perda de consciência
  • Inicio durante esforço físico
  • Presença de vômitos
  • Mudança de padrão
  • Cefaleia sentinela (cefaleia de forte intensidade, que ocorre semanas antes da ruptura do aneurisma)
  • Sinais meníngeos
  • Crise convulsiva

Diagnóstico da HSA

  • Tomografia de crânio sem contraste
  • Angiotomografia de crânio (capaz de fornecer o diagnóstico da etiologia do AVCH)
  • Angiografia cerebral digital
  • Caso o paciente apresente uma forte suspeita clínica de HSA, com tomografia normal, pode ser necessário colher o Líquido cefalorraquidiano (LCR) lombar.
TC demonstrando HSA. Fonte: Lawton MT; Vates EG. N Engl J Med 2017;377:257-66.
Angiografia cerebral, antes e após o tratamento do aneurisma. Fonte: Lawton MT; Vates EG. N Engl J Med 2017;377:257-66.
RNM demonstrando HSA com etiologia sugestiva de MAV

Escalas de gravidade

Fisher

Classificação de Fisher: você sabe usar? | Colunistas - Sanar Medicina
Fonte: Sanar med
Fonte: Probabilidade de vasoespasmo em pacientes com HSA. Fonte: Colli B. Hemorragia subaracnóidea espontânea.

Hunt-Hess

Classificação de Hunt-Hess para pacientes com HSA. Fonte: Colli B. Hemorragia subaracnóidea espontânea.

Tratamento da HSA

  • Antitrombóticos: suspender/reverter anticoagulação
  • Euvolemia: soro fisiológico 0,9%
  • Pressão arterial: PAS<160mmHg até o tratamento do aneurisma roto. PAM <110mmHg.
  • Nimodipino (60mg, via oral, de 4 em 4 horas, por 21 dias): Reduz gravidade de vasoespasmo

O tratamento deve ser feito preferencialmente nas 24 a 72h, para prevenir ressangramento.

Medidas que evitem o aumento da PIC, podem auxiliar na prevenção do ressangramento:

  • Repouso no leito, com cabeceira elevada a 30-45º
  • Normoventilação (paCO2: 35 a 40mmHg)
  • Analgésicos
  • Sedativos (se necessário)
  • Antieméticos e laxativos

Tratamento do aneurisma roto

  • Endovascular (embolização do aneurisma)
  • Clipagem cirúrgica
Clipagem cirúrgica do aneurisma roto. Fonte: Lawton MT; Vates EG. N Engl J Med 2017;377:257-66.
Embolização do aneurisma. Fonte: Lawton MT; Vates EG. N Engl J Med 2017;377:257-66.

Complicações da HSA

  • Ressangramentos
    • Primeiras 24h
    • Aumenta mortalidade
  • Vasoespasmo
    • Isquemia tardia (tempo de 4 a 14 dias)
    • Deterioração neurológica
    • Tratamento profilático: Nimodipina 60mg, via oral, de 4 em 4 horas, por 21 dias
    • Euvolemia
    • Hipertensão induzida
    • Anteriormente costumava ser através do “triplo H” – hemodiluição, hipervolemia e hipertensão induzida. Recentemente, é apenas euvolemia e hipertensão.
  • Hidrocefalia
    • Deterioração do quadro clínico
    • Em casos sintomáticos pode haver indicação de derivação ventricular.
  • Hiponatremia (lesão hipotalâmica)
  • Alterações cardiológicas:
    • Onda T invertida
    • Depressão ST-T
    • Prolongamento QT
    • Onda U
    • Troponina elevada
  • Hérnia de úncus
    • Comum comprimir o III nervo craniano (oculomotor)- pupila médio fixa, pupila pontina (puntiforme).

Profilaxias na HSA

  • Profilaxia de Convulsão
    • Não está estabelecido o benefício do uso profilático de anticonvulsivantes em HSA
  • Profilaxia de tromboembolismo venoso
    • Compressão pneumática e meias elásticas antes da oclusão do aneurisma
    • Em casos de indicação de profilaxia medicamentosa de TVP, HBPM deve ser iniciada apenas após 12 horas da clipagem do aneurisma ou imediatamente após a embolização.

Take home messages

  • O aneurisma roto deve ser tratado o mais precocemente possível
  • A PAS deve ser mantida <160mmHg até o tratamento do aneurisma
  • Não esquecer da nimodipina para prevenção/redução da gravidade do vasoespasmo
  • Manter normovolemia
  • Manter hemoglobina >8g/dl
  • Anticonvulsivantes apenas em pacientes com crise documentada
  • Monitoramento clínico e neurológico
  • Evite hipotensão, hipovolemia, hiperglicemia, hipoglicemia, hipóxia, hipocapnia, HIC, hiponatremia e hipomagnesemia.

Complemente seu raciocínio clínico aprendendo sobre tipos de AVC. Melhore seu atendimento aprendendo sobre achados clínicos no AVC, AVC isquêmico ou ainda o código do AVC no CID-10.

Veja também quais exames solicitar no paciente com AVC, aprenda quais são os sinais precoces do AVC na TC, assim como o escore ASPECTS para AVC isquêmico agudo.

Saiba os pontos principais no AVC hemorrágico, quais são os achados da TC de um paciente com suspeita de AVC isquêmico, como prevenir um novo episódio de AVC e muito mais.

Perguntas Frequentes:

1 – O que é a escala de Fisher?

É a escala radiológica utilizada para classificar a HSA com base nos achados da TC, de forma a ajudar na classificação do risco desse paciente.

2 – Qual é a meta pressórica para o paciente com HSA espontânea?

A PAS deve ser mantida <160mmHg até o tratamento do aneurisma.

3 – Como é a cefaleia na HSA?

É a cefaleia súbita, que atinge sua maior intensidade dentro do primeiro minuto desde o início, também chamada de Thunderclap.

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Professora Dra. Saionara Nunes, médica e coordenadora da Pós em Medicina de Emergência da Sanar.

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