Os achados clínicos no paciente com AVC podem ser diversos, visto que os sintomas variam conforme o território arterial acometido. Isso torna o seu diagnóstico, por vezes, desafiador, embora seja um evento de alta prevalência.
Escala de AVC de Cincinatti
A escala de Cincinnati é uma escala de avaliação pré-hospitalar utilizada para diagnosticar a presença de um acidente vascular encefalico (AVE).


Achados clínicos no AVCi
No AVCi a artéria mais acometida, geralmente, é a artéria cerebral média (ACM). Lesões vasculares em seu território geram os sintomas clássicos de AVC:
• Alterações de fala/linguagem (disartria/afasia);
• Paresia (fraqueza) ou plegia/paralisia (perda total da força), que pode ser
tanto de membros quanto facial.

O território vertebro basilar também é conhecido como “circulação posterior” e dá origem às artérias que irrigam tronco encefálico, cerebelo e
parte do lobo occipital (artéria cerebral posterior- ACP). O território carotídeo também é conhecido como “circulação anterior” e dá origem às artérias cerebrais média (ACM) e anterior (ACA). Os AVCs de circulação posterior (território vertebro basilar e seu ramo ACP) são os que possuem quadro clínico mais desafiador, visto que o paciente pode se apresentar na emergência apenas com tontura e alteração na marcha de instalação súbita.
É importante investigar hipertensão arterial, DM, dislipidemias, cardiopatias, tabagismo, uso de anticoncepcionais, drogas – cocaína e anfetaminas, ocorrência recente de outro AVC, trauma craniano ou cirurgias recentes, sangramentos, doenças hepáticas e renais, uso de anticoagulante e neoplasias.
No AVCi é frequente observar aumento da PA, devido a liberação de catecolaminas, cortisol e ACTH. Isso contribui para a manutenção de uma pressão de perfusão cerebral menos nociva à zona de penumbra.
Achados clínicos no Ataque isquêmico transitório (AIT)
- Antiga definição: sinais e sintomas regridem em até 24horas;
- Maioria dos casos: duram de 8 a 14 minutos;
- Deve ser corroborado com neuroimagem, para descartar lesão isquêmica encefálica recente (LIER);
- LIER+ completa regressão dos sintomas neurológicos: AVC “menor” ou “pequeno icto”.
Achados clínicos no AVC hemorrágico (HIP e HSA)
- HIP: déficit neurológico focal súbito acompanhado, muitas vezes, por náuseas, cefaleia, vômitos, redução do nível de consciência e níveis pressóricos bastante elevados e crise convulsiva.
- HSA: cefaleia súbita, intensa e holocraniana. Náuseas, vômitos, tonturas e sinais de irritação meníngea, déficits motores, sensitivos, distúrbios da linguagem, crises convulsivas e alteração dos nervos cranianos.
Exame físico do paciente com suspeita de AVC
- O tempo de evolução do déficit focal neurológico é informação fundamental para algumas decisões terapêuticas;
- Estado de hidratação, oxigenação, FC, FR, ritmo e ausculta cardíaca;
- Nível de consciência reavaliado periodicamente- pode necessitar de IOT;
- Pressão arterial periodicamente avaliada;
- Exame de fundo de olho;
- Palpação de pulsos carotídeos, temporais e periféricos (diagnóstico de estenoses arteriais).
Complemente seu raciocínio clínico aprendendo sobre tipos de AVC. Melhore seu atendimento aprendendo sobre AVC isquêmico e veja o código do AVC no CID-10.
Veja também quais exames solicitar no paciente com AVC, aprenda quais são os sinais precoces do AVC na TC, assim como o escore ASPECTS para AVC isquêmico agudo.
Saiba os pontos principais no AVC hemorrágico e especificamente na Hemorragia subaracnóidea espontânea (HSA), a conduta no AVC isquêmico e hemorrágico, quais são os achados da TC de um paciente com suspeita de AVC isquêmico, como prevenir um novo episódio de AVC e muito mais.
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Referências
- Medicina de emergências: abordagem prática / Herlon Saraiva Martins, Rodrigo Antonio Brandão Neto, lrineu Tadeu Velasco. 11. ed. rev. e atual. Barueri, SP: Manole, 2017.
- Oliveira, CQ, Souza, CMM, Moura, CGG. Yellowbook: Fluxos e condutas da medicina interna. SANAR, 1ª ed, 2017.
- Martins H S, Santos R , Arnaud F et al. Medicina de Emergência: Revisão Rápida. 1ª edição. Barueri, SP: Manole, 2016.
- 2018 Guidelines for the Early Management of Patients With Acute Ischemic Stroke: A Guideline for Healthcare Professionals From the American Heart Association/American Stroke Association;