Índice
- 1 Drogas inibidoras da recaptação de serotonina e norepinefrina
- 2 Farmacocinética
- 3 Farmacodinâmica dos inibidoras da recaptação de serotonina e norepinefrina
- 4 Efeitos adversos
- 5 Quais as contraindicações dos inibidores da captação de serotonina e norepinefrina?
- 6 Interações medicamentosas
- 7 Toxicidade aguda
- 8 Aprenda mais sobre antidepressivos na nossa pós em psiquiatria
- 9 Referências bibliográficas
- 10 Sugestão de leitura complementar
Os inibidores da captação de serotonina e norepinefrina (ICSNs) são relativamente não seletivos para a captação de 5-HT e NE, sem ter os efeitos adversos dos tricíclicos. Incluem a venlafaxina, desvenlafaxina e duloxetina.
Esses fármacos antidepressivos têm sido extensivamente utilizados, devido às reivindicações dos fabricantes da maior eficácia terapêutica e do baixo perfil de efeitos adversos, cuja evidência é bastante fraca.
Drogas inibidoras da recaptação de serotonina e norepinefrina
Dentre as principais drogas, é possível citar:
- Venlafaxina
- Desvenlafaxina
- Duloxetina
Venlafaxina
Sua eficácia aumenta a medida que sua dose aumenta, o que foi interpretado como demonstração de que sua pequena ação para inibir a captura de norepinefrina pode ser adicionada à sua ação de inibição da captura de 5-HT em doses mais baixas.
Essa droga tem efeito dual (em ambos os receptores) a partir da dose de 150mg – doses menores inibem apenas a serotonina.
Desvenlafaxina
Desvenlafaxina é um antidepressivo que pertence à classe dos inibidores da recaptação da serotonina e norepinefrina (IRSNs). Ele age inibindo a recaptação de serotonina e norepinefrina nos terminais nervosos, aumentando, assim, a quantidade desses neurotransmissores disponíveis na sinapse.
Isso resulta em um aumento da atividade noradrenérgica e serotonérgica no sistema nervoso central, que está associado a efeitos antidepressivos e ansiolíticos. A desvenlafaxina é um inibidor seletivo da recaptação de serotonina e norepinefrina (SNRI), o que significa que ele tem maior afinidade por transportadores de serotonina e norepinefrina do que por outros neurotransmissores, como a dopamina.
Inibidores da captação de serotonina e norepinefrina: duloxetina
A Duloxetina é um antidepressivo que pertence à classe dos inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs). Ela atua inibindo a recaptação de serotonina e norepinefrina nos terminais nervosos, aumentando a quantidade desses neurotransmissores disponíveis na sinapse.
Além disso, ela também é utilizada para o tratamento de dor neuropática e fibromialgia. Independentemente da dose, tem ação antidepressiva.
Farmacocinética
Todos inibidores da captação de serotonina e norepinefrina são oralmente ativos. A venlafaxina é bem absorvida pelo trato gastrointestinal. Seu pico de concentração e o do seu metabólito ativo ocorrem respectivamente em 2,4 e 4,3 horas, após dose única via oral. Além disso, a administração conjunta com alimentos não afeta suas concentrações plasmáticas de maneira significativa. O volume aparente de distribuição sugerem captação moderada pelos tecidos.
A venlafaxina e a duloxetina são metabolizadas por CYP2D6. Nesse contexto, a venlafaxina é convertida em a o-desmetilvenlafaxina (ODV), que apresenta maior inibição da captura de norepinefrina. Sua meia vida é de aproximadamente 5 horas e seu metabólito tem meia vida de 11 horas.
A principal via de excreção da venlafaxina é a urinária, com uma depuração renal de 49 mL/h/kg e de 94 mL!h/kg para a venlafaxina e a OOV, respectivamente.
Farmacodinâmica dos inibidoras da recaptação de serotonina e norepinefrina
A venlafaxina é um potente inibidor da recaptação de serotonina e noradrenalina e um fraco inibidor da recaptação de dopamina (dessa, somente quando usada acima de 150 mg/dia). Não tem afinidade in vitro
por receptores muscarínicos, histaminérgicos, alfa-1-adrenérgicos e dopaminérgicos. Promove dessensibilização significativa dos receptores beta-adrenérgicos (down-regulation).
A Duloxetina é um antidepressivo que pertence à classe dos inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs). Ela atua inibindo a recaptação de serotonina e norepinefrina nos terminais nervosos, aumentando a quantidade desses neurotransmissores disponíveis na sinapse. Isso resulta em um aumento da atividade noradrenérgica e serotonérgica no sistema nervoso central, que está associado a efeitos antidepressivos e ansiolíticos.
Efeitos adversos
Os efeitos adversos desses fármacos – principalmente devido ao aumento da ativação de receptores adrenérgicos – incluem:
- Cefaleia
- Insônia
- Disfunção sexual
- Boca seca
- Tontura
- Sudorese
- Perda de apetite.
O efeito adverso mais comum observado com a venlafaxina é a
náusea, que ocorre em cerca de 25%. Em doses mais elevadas, pode promover hipertensão arterial.
Quais as contraindicações dos inibidores da captação de serotonina e norepinefrina?
Esses medicamentos são contraindicados em combinação com IMAOs. Além disso, devem ser usados com precaução em pacientes com:
- Insuficiência hepática ou renal
- Epilepsia
- História de convulsões
- Pacientes que tomam anticoagulantes ou AINEs
Além disso, o uso de IRSN não está aprovado para o uso na gravidez. Assim como todos os outros antidepressivos, o uso dos IRSN em pacientes bipolares pode promover virada maníaca.
Interações medicamentosas
Os inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs), como a Duloxetina e a Venlafaxina, podem interagir com outros medicamentos. Alguns exemplos de interações medicamentosas incluem:
- Inibidores da monoamina oxidase (IMAOs): a combinação de IRSNs e IMAOs pode resultar em interações medicamentosas graves, como a síndrome serotoninérgica. Portanto, os pacientes devem esperar pelo menos 14 dias após interromper o tratamento com IMAOs antes de iniciar o tratamento com IRSNs.
- Antidepressivos tricíclicos (ATCs): o uso concomitante de IRSNs e ATCs pode aumentar o risco de hipertensão arterial, arritmias cardíacas e convulsões.
- Medicamentos que afetam o metabolismo hepático: os IRSNs são metabolizados pelo fígado e, portanto, podem interagir com outros medicamentos que afetam o metabolismo hepático, como os inibidores e indutores do citocromo P450. Por exemplo, o uso concomitante de IRSNs e inibidores do citocromo P450 3A4 pode aumentar os níveis plasmáticos de IRSNs e aumentar o risco de efeitos colaterais.
- Anticoagulantes e antiplaquetários: os IRSNs podem aumentar o risco de sangramento, especialmente em pacientes que já estão tomando anticoagulantes ou antiplaquetários.
- Álcool e outras drogas depressoras do sistema nervoso central (SNC): os IRSNs podem potencializar os efeitos do álcool e outras drogas depressoras do SNC, como benzodiazepínicos, barbitúricos e opioides.
Toxicidade aguda
A toxicidade aguda dos inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs) é rara, mas pode ocorrer em casos de overdose ou uso excessivo desses medicamentos. A toxicidade aguda dos IRSNs está relacionada à síndrome serotoninérgica, uma condição potencialmente fatal que ocorre quando há excesso de serotonina no sistema nervoso central.
Os sintomas da síndrome serotoninérgica podem variar de leves a graves e incluem:
- Agitação
- Ansiedade e confusão
- Alterações no estado mental, como delírios e alucinações
- Tremores
- Espasmos musculares e rigidez
- Sudorese excessiva
- Febre
- Pressão arterial elevada
- Diarréia
- Náusea e vômito
A síndrome serotoninérgica é uma emergência médica e deve ser tratada imediatamente.
Aprenda mais sobre antidepressivos na nossa pós em psiquiatria
Dados estatísticos mostram um aumento significativo no uso de antidepressivos em todo o mundo nos últimos anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo, e o uso de antidepressivos pode ser uma forma eficaz de tratar a doença.
Observando essa crescente, é necessário que o médico psiquiatra saiba tratar adequadamente essa doença. Dessa forma, fazer uma pós graduação de medicina em psiquiatria pode ser um ótimo caminho, vale a pena conferir o curso da Sanar.
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Referências bibliográficas
- BRUNTON, L. L.; CHABNER, B. A.; KNOLLMANN, B. C. Goodman & Gilman’s As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Education, 2019.
- STAHL, S. M. Psicofarmacologia Essencial de Stahl: Bases Neurocientíficas e Aplicações Práticas. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
- PRESKORN, S. H.; ROSS, R. The evolution of the psychopharmacology of depression. Journal of Psychiatric Practice, v. 21, n. 5, p. 307-316, 2015.