Farmacologia

Resumo sobre Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina

Resumo sobre Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina

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Os inibidores da captação de serotonina e norepinefrina (ICSNs) são relativamente não seletivos para a captação de 5-HT e NE, sem ter os efeitos adversos dos tricíclicos. Incluem a venlafaxina, desvenlafaxina e duloxetina.

Esses fármacos antidepressivos têm sido extensivamente utilizados, devido às reivindicações dos fabricantes da maior eficácia terapêutica e do baixo perfil de efeitos adversos, cuja evidência é bastante fraca.

Drogas inibidoras da recaptação de serotonina e norepinefrina

Dentre as principais drogas, é possível citar:

  • Venlafaxina
  • Desvenlafaxina
  • Duloxetina

Venlafaxina

Sua eficácia aumenta a medida que sua dose aumenta, o que foi interpretado como demonstração de que sua pequena ação para inibir a captura de norepinefrina pode ser adicionada à sua ação de inibição da captura de 5-HT em doses mais baixas.

Essa droga tem efeito dual (em ambos os receptores) a partir da dose de 150mg – doses menores inibem apenas a serotonina.

Desvenlafaxina

Desvenlafaxina é um antidepressivo que pertence à classe dos inibidores da recaptação da serotonina e norepinefrina (IRSNs). Ele age inibindo a recaptação de serotonina e norepinefrina nos terminais nervosos, aumentando, assim, a quantidade desses neurotransmissores disponíveis na sinapse.

Isso resulta em um aumento da atividade noradrenérgica e serotonérgica no sistema nervoso central, que está associado a efeitos antidepressivos e ansiolíticos. A desvenlafaxina é um inibidor seletivo da recaptação de serotonina e norepinefrina (SNRI), o que significa que ele tem maior afinidade por transportadores de serotonina e norepinefrina do que por outros neurotransmissores, como a dopamina.

Inibidores da captação de serotonina e norepinefrina: duloxetina

A Duloxetina é um antidepressivo que pertence à classe dos inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs). Ela atua inibindo a recaptação de serotonina e norepinefrina nos terminais nervosos, aumentando a quantidade desses neurotransmissores disponíveis na sinapse.

Além disso, ela também é utilizada para o tratamento de dor neuropática e fibromialgia. Independentemente da dose, tem ação antidepressiva.

Farmacocinética

Todos inibidores da captação de serotonina e norepinefrina são oralmente ativos. A venlafaxina é bem absorvida pelo trato gastrointestinal. Seu pico de concentração e o do seu metabólito ativo ocorrem respectivamente em 2,4 e 4,3 horas, após dose única via oral. Além disso, a administração conjunta com alimentos não afeta suas concentrações plasmáticas de maneira significativa. O volume aparente de distribuição sugerem captação moderada pelos tecidos.

A venlafaxina e a duloxetina são metabolizadas por CYP2D6. Nesse contexto, a venlafaxina é convertida em a o-desmetilvenlafaxina (ODV), que apresenta maior inibição da captura de norepinefrina. Sua meia vida é de aproximadamente 5 horas e seu metabólito tem meia vida de 11 horas.

A principal via de excreção da venlafaxina é a urinária, com uma depuração renal de 49 mL/h/kg e de 94 mL!h/kg para a venlafaxina e a OOV, respectivamente.

Farmacodinâmica dos inibidoras da recaptação de serotonina e norepinefrina

A venlafaxina é um potente inibidor da recaptação de serotonina e noradrenalina e um fraco inibidor da recaptação de dopamina (dessa, somente quando usada acima de 150 mg/dia). Não tem afinidade in vitro
por receptores muscarínicos, histaminérgicos, alfa-1-adrenérgicos e dopaminérgicos. Promove dessensibilização significativa dos receptores beta-adrenérgicos (down-regulation).

A Duloxetina é um antidepressivo que pertence à classe dos inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs). Ela atua inibindo a recaptação de serotonina e norepinefrina nos terminais nervosos, aumentando a quantidade desses neurotransmissores disponíveis na sinapse. Isso resulta em um aumento da atividade noradrenérgica e serotonérgica no sistema nervoso central, que está associado a efeitos antidepressivos e ansiolíticos.

Efeitos adversos

Os efeitos adversos desses fármacos – principalmente devido ao aumento da ativação de receptores adrenérgicos – incluem:

  • Cefaleia
  • Insônia
  • Disfunção sexual
  • Boca seca
  • Tontura
  • Sudorese
  • Perda de apetite.

O efeito adverso mais comum observado com a venlafaxina é a
náusea, que ocorre em cerca de 25%. Em doses mais elevadas, pode promover hipertensão arterial.

Quais as contraindicações dos inibidores da captação de serotonina e norepinefrina?

Esses medicamentos são contraindicados em combinação com IMAOs. Além disso, devem ser usados com precaução em pacientes com:

  • Insuficiência hepática ou renal
  • Epilepsia
  • História de convulsões
  • Pacientes que tomam anticoagulantes ou AINEs

Além disso, o uso de IRSN não está aprovado para o uso na gravidez. Assim como todos os outros antidepressivos, o uso dos IRSN em pacientes bipolares pode promover virada maníaca.

Interações medicamentosas

Os inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs), como a Duloxetina e a Venlafaxina, podem interagir com outros medicamentos. Alguns exemplos de interações medicamentosas incluem:

  • Inibidores da monoamina oxidase (IMAOs): a combinação de IRSNs e IMAOs pode resultar em interações medicamentosas graves, como a síndrome serotoninérgica. Portanto, os pacientes devem esperar pelo menos 14 dias após interromper o tratamento com IMAOs antes de iniciar o tratamento com IRSNs.
  • Antidepressivos tricíclicos (ATCs): o uso concomitante de IRSNs e ATCs pode aumentar o risco de hipertensão arterial, arritmias cardíacas e convulsões.
  • Medicamentos que afetam o metabolismo hepático: os IRSNs são metabolizados pelo fígado e, portanto, podem interagir com outros medicamentos que afetam o metabolismo hepático, como os inibidores e indutores do citocromo P450. Por exemplo, o uso concomitante de IRSNs e inibidores do citocromo P450 3A4 pode aumentar os níveis plasmáticos de IRSNs e aumentar o risco de efeitos colaterais.
  • Anticoagulantes e antiplaquetários: os IRSNs podem aumentar o risco de sangramento, especialmente em pacientes que já estão tomando anticoagulantes ou antiplaquetários.
  • Álcool e outras drogas depressoras do sistema nervoso central (SNC): os IRSNs podem potencializar os efeitos do álcool e outras drogas depressoras do SNC, como benzodiazepínicos, barbitúricos e opioides.

Toxicidade aguda

A toxicidade aguda dos inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs) é rara, mas pode ocorrer em casos de overdose ou uso excessivo desses medicamentos. A toxicidade aguda dos IRSNs está relacionada à síndrome serotoninérgica, uma condição potencialmente fatal que ocorre quando há excesso de serotonina no sistema nervoso central.

Os sintomas da síndrome serotoninérgica podem variar de leves a graves e incluem:

  • Agitação
  • Ansiedade e confusão
  • Alterações no estado mental, como delírios e alucinações
  • Tremores
  • Espasmos musculares e rigidez
  • Sudorese excessiva
  • Febre
  • Pressão arterial elevada
  • Diarréia
  • Náusea e vômito

A síndrome serotoninérgica é uma emergência médica e deve ser tratada imediatamente.

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Dados estatísticos mostram um aumento significativo no uso de antidepressivos em todo o mundo nos últimos anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo, e o uso de antidepressivos pode ser uma forma eficaz de tratar a doença.

Observando essa crescente, é necessário que o médico psiquiatra saiba tratar adequadamente essa doença. Dessa forma, fazer uma pós graduação de medicina em psiquiatria pode ser um ótimo caminho, vale a pena conferir o curso da Sanar.

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Referências bibliográficas

  • BRUNTON, L. L.; CHABNER, B. A.; KNOLLMANN, B. C. Goodman & Gilman’s As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 13. ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Education, 2019.
  • STAHL, S. M. Psicofarmacologia Essencial de Stahl: Bases Neurocientíficas e Aplicações Práticas. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
  • PRESKORN, S. H.; ROSS, R. The evolution of the psychopharmacology of depression. Journal of Psychiatric Practice, v. 21, n. 5, p. 307-316, 2015.

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