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O que é edema agudo de pulmão? | Colunistas

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Definição

O edema agudo de pulmão (EAP) é uma síndrome
clínica que pode ser definida como um acúmulo de líquido extravasado dos
capilares para o interstício pulmonar, capaz de causar dificuldade para o
acontecimento das trocas gasosas entre o capilar e os alvéolos pulmonares. Pode
ser identificado no paciente quando este apresenta um aumento na pressão
capilar pulmonar e, consequentemente, aumento de líquido no espaço intersticial
e alveolar do pulmão. Esse quadro gera no paciente dispneia súbita e intensa ao
repouso, com saturação de O2 menor que 90% à respiração ambiente
(hipoxemia), diminuição da complacência pulmonar, trabalho respiratório
aumentado e relação ventilação-perfusão anormal.

Fisiopatologia de edema agudo de pulmão

Comumente, em casos de EAP, ou há um
desequilíbrio nas forças das trocas de fluidos intravasculares e intersticiais,
ou há uma ruptura de membrana alveolocapilar; independentemente disso, uma vez
que um alvéolo é inundado, haverá algum grau de ruptura e a sequência pode ser
dividida em três estágios:

  • Elevação do fluxo de líquidos dos capilares
    para o interstício, sem que se detecte, ainda, aumento do volume intersticial
    pulmonar devido ao aumento paralelo e compensatório de drenagem linfática;
  • O volume que é filtrado pelos capilares
    ultrapassa a capacidade de drenagem linfática máxima e inicia-se o acúmulo de
    líquido no interstício; inicialmente, este ocorre de modo preferencial junto
    aos bronquíolos terminais, onde a tensão intersticial é menor;
  • Aumentos adicionais do volume, no interstício,
    terminam por distender os septos interalveolares e consequente inundação dos
    alvéolos.

É importante salientar que existe uma
classificação do EAP segundo sua fisiopatologia, que se dá de acordo com o
desbalanço das forças de Starling, alteração da permeabilidade alveolocapilar, insuficiência
linfática ou de etiologia desconhecida.

Classificação

Desse modo, existem duas classificações
relativas à etiologia do edema agudo de pulmão, que são:

  • Cardiogênica:
    quando a pressão capilar pulmonar excede a pressão padrão normal, aumentando a
    filtração transcapilar, de modo a ocorrer normalmente em casos em que há má
    aderência e uso incorreto de medicação, elevada ingesta hídrica, síndromes
    coronarianas agudas, miocardites agudas, emergências hipertensivas,
    taquiarritimias e miocardiopatias crônicas (como as isquêmicas, hipertensivas
    ou valvares);
  • Não cardiogênica:
    neste tipo de origem de EAP, costumam ocorrer alterações na permeabilidade alveolocapilar,
    permitindo rápido extravasamento de líquido para o alvéolo e para o
    interstício, acontecendo em situações que envolvam: liberação de endotoxinas
    pela membrana externa de bactérias Gram negativa, embolia pulmonar, síndrome do
    desconforto respiratório agudo, anafilaxia, acidente ofídico, manipulação das
    vias aéreas por pressão negativa, edema agudo neurogênico, pré-expansão
    pós-pneumotórax, exposição a altas altitudes e infecções virais.

Sinais e sintomas

Sabe-se que as manifestações dependem do
volume de líquido. A partir disso, para diagnosticar um edema agudo de pulmão,
é necessário avaliar a história e o exame físico do paciente. Sabe-se, dessa
forma, que os sintomas do EAP envolvem, principalmente, tosse seca ou tosse
produtiva, ortopneia, fadiga e dispneia paroxística noturna, podendo também
estar presentes uma certa turgência das jugulares, edema de membros inferiores,
cianose de extremidades, estertores crepitantes (progressivo da base para o
ápice); além de bulhas B3 e B4 na ausculta cardíaca e diminuição ou abolição da
ausculta pulmonar (em casos de derrame pleural). No quadro clínico em geral, os
sinais vitais trazem frequência respiratória, frequência cardíaca e pressão
arterial aumentadas. Há ainda presença de sibilos devido a edema na parede
brônquica e alteração no nível de consciência, em casos extremamente graves.

Diagnóstico

Como já mencionado, o diagnóstico é
essencialmente clínico, a partir da história e do exame físico. Porém, é válido
salientar a necessidade da avaliação de exames complementares como o ECG, que é
um exame fundamental na síndrome coronariana aguda (SCA) e para detectar
presença de arritmias. Outro exame é a radiografia de tórax para analisar, por exemplo,
progressão do caso, edemas, congestões e derrames. Pode-se solicitar ainda um
BNP (brain natriuretic peptide) para identificar se a origem do EAP é
cardiogênica ou não.

Tratamento de edema agudo de pulmão

Antes de tudo, é importante estar ciente de
que o paciente com EAP precisa ter suas vias aéreas avaliadas e ser monitorado
com frequência. O tratamento é basicamente medicamentoso e conta com a suplementação
de oxigênio – e de VMNI (ventilação mecânica não-invasiva) em casos mais graves
–, terapia diurética imediata (como a furosemida), além de rápida sedação com o
intuito de reduzir o esforço respiratório. É indicada também a terapia
vasodilatadora precoce (como a nitroglicerina, em casos de SCA, e o
nitroprussiato de sódio para vasodilatação arterial). O uso de morfina (por
conta de sua ação venodilatadora), possui dados duvidosos então deve ser
evitado.

Prognóstico de edema agudo de pulmão

Apesar dos inúmeros avanços diagnósticos e terapêuticos, o edema agudo de pulmão continua a apresentar implicações prognósticas sérias devido ao grande número de mortes intra-hospitalares relatadas. Deste modo, sendo uma das mais sérias urgências clínicas a desafiar o médico, necessita de diagnóstico e tratamento imediatos.

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Autoria: Joana D’arc S. Menezes, graduanda em Medicina.

Instagram pessoal: @joanamenezess


O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Observação: material produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar junto com estudantes de medicina e ligas acadêmicas de todo Brasil. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido. Eventualmente, esses materiais podem passar por atualização.

Novidade: temos colunas sendo produzidas por Experts da Sanar, médicos conceituados em suas áreas de atuação e coordenadores da Sanar Pós.


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