Índice
Definição
A Síndrome de Reiter durante muitos anos foi relacionada como sinônimo de Artrite Reativa. Entretanto, essa condição define-se pela apresentação da artrite reativa (AR), associada a conjuntivite e uretrite. Assim como as artrites reativas, a síndrome de Reiter faz parte do grande grupo das artrites soronegativas.
Essa tríade (AR + conjuntivite + uretrite) é mais frequentemente encontrada quando a infecção ocorre por Shigella e Chlamydia.
Epidemiologia de Síndrome de Reiter
A síndrome de Reiter afeta, predominantemente, homens na segunda ou terceira década de vida. Mais de 80% possuem HLA-B27 (um gene para o antígeno leucocitário humano) positivo. Pode se apresentar como uma artrite persistente e recidivante em 30 a 60% dos casos.
Fisiopatologia
A síndrome de Reiter consiste numa artrite reativa asséptica, inflamatória, desenvolvida secundária a uma infecção extra-articular primária, em sitio uretral e conjuntival. Sua fisiopatologia é semelhante a da artrite reativa.
A síndrome de Reiter consiste numa artrite reativa asséptica, inflamatória, desenvolvida secundária a uma infecção extra-articular primária, em sitio uretral e conjuntival. Sua fisiopatologia é semelhante a da artrite reativa.
Quadro clínico de Síndrome de Reiter
Como dito, essa condição caracteriza-se pela manifestação da tríade artrite + uretrite + conjuntivite. Normalmente, inicia-se com o quadro de uretrite, que pode ser infeccioso ou não. A secreção uretral costuma ser em pouca quantidade, o que pode fazer com que passe despercebida.
A conjuntivite também costuma ser mínima, persistindo por poucos dias ou semanas. Eventualmente apresenta-se sintomática, com eritema conjuntival, ardência, prurido e secreção purulenta.
A artrite, por sua vez, possui característica de ser uma oligoartrite assimétrica de início agudo, frequentemente afetando as extremidades inferiores.
Além da tríade clássica, podem manifestar outras complicações, como uveíte anterior, balanite circinada, úlceras orais, ceratoderma blenorrágico. A uveíte anterior apresenta-se através de eritema ocular, dor, e se não tratada pode culminar em perda visual. As úlceras orais e a balanite são superficiais e indolores.
Diagnóstico de Síndrome de Reiter
O diagnóstico é essencialmente clínico, através da história clínica da presença da tríade típica. Não há nenhum exame laboratorial ou radiológico que comprove esta condição. Deve ser suspeitada nos casos de artrite aditiva com os comprometimentos extra articulares já citados.
A artrocentese pode ser realizada para excluir o principal diagnóstico diferencial das artrites reativas, que é a artrite séptica.
Tratamento de Síndrome de Reiter
Assim como na artrite reativa, os sintomas agudos devem ser tratados prioritariamente com Antiinflamatórios não esteroidais (AINE) em doses máximas. Não há evidências de superioridade entre os AINEs presentes no mercado, mas os mais utilizados são a Indometacina ou o Naproxeno. Em alguns casos, pode-se utilizar glicocorticóides associados, apesar de não haverem estudos que comprovem a eficácia ou superioridade na terapia.
Em casos resistentes ao tratamento com AINEs e glicocorticóides, pode-se utilizar as Drogas Modificadoras de Atividade da Doença (DMARDs), como a sulfassalazina ou o metotrexato. O tratamento antimicrobiano pode ser instituído caso a infecção genitourinária ainda esteja em curso, assim como a conjuntivite.
Posts relacionados:
- Resumo sobre Osteoaartrite
- Resumo sobre Febre Reumática
- Resumo de Lúpus Eritrematoso Sistêmico
- Resumo de Fator Reumatóide
- Resumo sobre DPFC (Doença por Deposição de Pirofosfato de Cálcio)
- Exame físico Osteoarticular: prática clínica | Colunistas
- Resumo da Arterite de Takayasu