Coronavírus

Saiba em detalhes como funciona a CoronaVac

Saiba em detalhes como funciona a CoronaVac

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A empresa Sinovac Biotech, uma companhia privada chinesa, desenvolveu a vacina de vírus inativado denominada CoronaVac. Além do Brasil, China, Indonésia e Turquia concederam aprovação para uso emergencial da CoronaVac. Vamos descobrir, em detalhes, como a vacina foi produzida. 

A vacina chinesa utiliza o próprio SARS-CoV-2

Basicamente, a missão de uma vacina é “ensinar” ao sistema imune como se defender de um agente infeccioso.

A CoronaVac faz isso ao estimular a produção de anticorpos que se ligam na denominada proteína spike, que é uma proteína de superfície, peça chave para entrada do vírus na célula.

Para criar a vacina CoronaVac, os pesquisadores inicialmente coletaram amostras do vírus de pacientes infectados para servir de base para a vacina.

Anatomia do coronavírus
Fonte: How the Sinovac Vaccine Works – The New York Times

Criando estoques do vírus

Os pesquisadores criaram estoques do SARS-CoV-2, cultivando-os em células renais de macacos. Após, eles adicionaram β-propiolactona, um composto orgânico da família das lactonas. 

A β-propiolactona teve o papel de ligar-se aos genes do coronavírus, inativando-os.

Dessa forma, o coronavírus não era mais capaz de replicar-se. Mas as proteínas do SARS-CoV-2, incluindo a proteína spike, permaneceram intactas. 

Inativação do coronavírus com β-propiolactona
Fonte: How the Sinovac Vaccine Works – The New York Times

A formulação da vacina

O próximo passo consistiu em misturar os vírus inativados a uma pequena amostra de composto à base de alumínio.

Esta etapa tem por objetivo a adição do chamado adjuvante, um composto cuja finalidade é impulsionar a resposta imune contra a vacina. 

Os chineses não inventaram a roda. A primeira vez que uma vacina com vírus inativado foi utilizada foi na década de 50, quando Jonas Salk criou a vacina da poliomielite.

Posteriormente, esta mesma tecnologia foi utilizada para vacinas contra a Hepatite A e antirrábica. 

A ativação do sistema imune

Após ser injetada no corpo humano, a CoronaVac não é capaz de causar a COVID-19, já que o vírus encontra-se inativado e, portanto, incapaz de replicar-se.

Porém, uma vez dentro do organismo, o vírus inativado é fagocitado por um tipo especializado de célula do sistema imune, a célula apresentadora de antígenos. 

Esta célula desmonta, por assim dizer, o vírus e expõe alguns de seus fragmentos na superfície de sua membrana. E por que isto é tão importante?

Porque permitirá que o linfócito T helper entre em contato com fragmentos do vírus, o que resulta em sua ativação e, por sua vez, recrutamento de outras células do sistema imune para responder contra a vacina. 

Fonte: How the Sinovac Vaccine Works – The New York Times

Próxima etapa: produção de anticorpos

A resposta imune não para por aí, não. Um outro tipo de célula, chamada célula B, ao entrar em contato com o vírus inativado, tem seus anticorpos de superfície encaixados na proteína spike. 

Este encaixe permite também à célula B que exponha fragmentos do vírus em sua superfície.

Quando o linfócito T helper ativado encontra-se com a célula, esta também torna-se ativada, resultando- em proliferação dos linfócitos B e de anticorpos que possuem o mesmo encaixe para as proteínas de superfície do vírus.

Pronto, a resposta imune foi belamente orquestrada. 

Fonte: How the Sinovac Vaccine Works – The New York Times (adaptado)

Após vacinação, a resposta à infecção

Uma vez que o indivíduo tenha sido vacinado com a CoronaVac, seu sistema imune estará apto a responder contra a invasão do SARS-CoV-2 vivo.

Os anticorpos produzidos pelos linfócitos B irão se ligar na proteína de superfície do coronavírus, não permitindo que este adentre as células do hospedeiro. 

Fonte: How the Sinovac Vaccine Works – The New York Times

Por quanto tempo a imunidade irá durar?

Uma vez que as vacinas foram criadas recentemente, ainda não é possível afirmar por quanto tempo a proteção por elas conferida irá durar. A probabilidade é que, com o passar de alguns meses, os níveis de anticorpos caiam. 

Porém, as células B de memória podem ser capazes de “lembrar” como se defender contra o coronavírus por anos. 

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Referências

How the Sinovac Vaccine Works – The New York Times