Coronavírus

Tratamento da Covid-19 com anticorpos: cientistas já testam em animais

Tratamento da Covid-19 com anticorpos: cientistas já testam em animais

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Cientistas testam, com sucesso em animais, um tratamento da Covid-19 com anticorpos. Uma pesquisa publicada pela revista científica Nature na última quarta-feira (15), revelou que pesquisadores de universidades nos Estados Unidos e também na Alemanha identificaram dois anticorpos capazes de bloquear a infecção pelo coronavírus. 

Os anticorpos (COV2-2196 e COV2-2381) atuam impedindo dois fatores determinantes: 

  • A conexão entre o vírus e as células humanas;
  • E a entrada do vírus nessas células. 

Em camundongos infectados, os anticorpos também foram capazes de reduzir a carga viral da Covid-19, a inflamação no pulmão, e a perda de peso. Já nos macacos-rhesus, tratamento da covid-19 com o uso de cada um desses anticorpos fez com que esses animais não fossem contaminados pelo novo Coronavírus.

De acordo com os pesquisadores que desenvolveram o estudo, os resultados unificados “sugerem que os anticorpos, sozinhos ou em combinação, são candidatos promissores para a prevenção ou o tratamento da Covid-19”. 

Prevendo mutações do vírus em determinadas localizações, a atuação conjunta dos anticorpos deve ser considerada , pois ele seguirá ao menos sendo atacado por um dos anticorpos presentes na pesquisa.

A microbiologista Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência, destaca que o teste foi feito de de forma preventiva e terapêutica. “Quando se usa um anticorpo como terapia, é interessante que você use dois anticorpos diferentes combinados, para evitar mutações de escape que possam acontecer no vírus. E a mesma coisa para vacinas”, afirma.

Anticorpos não atuam como vacina

Diferente das vacinas, em que você induz a produção de anticorpos no corpo, os anticorpos pesquisados propõem um outro tipo de intervenção para tratamento da covid-19 e prevenção: bloquear a atuação do vírus.

Contudo, o biólogo Julio Lorenzi, pesquisador da Covid-19 na Universidade Rockefeller, em Nova York, faz um questionamento. “A questão é por quanto tempo você vai ter os anticorpos circulando. A vacina induz a produção de anticorpos por muito tempo”, revela. 

Atuação das células T no tratamento da Covid-19

Cientistas têm dedicado parte de seu tempo para estudar os chamados linfócitos T ou células T do sistema imunológico, responsáveis pelo nosso sistema de defesa contra agentes desconhecidos.

Estudos preliminares revelaram que pacientes recuperados com exames negativos de anticorpos ao novo Coronavírus desenvolveram células T em reação às suas infecções de Covid-19. Com isso, alguns cientistas acreditam que assintomáticos ou pessoas com sintomas leves podem eliminar a infecção através da reação de suas células T.

Em entrevista à Reuters, Alessandro Sette, professor e membro do Centro de Doenças Infecciosas e Vacinas do Instituto La Jolla da Califórnia, afirmou que “existem indícios crescentes de que pessoas expostas ao vírus têm uma reação de anticorpos transitória, ou uma reação de células T, apesar de uma reação de anticorpos menor ou ausente”.

Ocorre que quando qualquer vírus rompe as defesas iniciais do corpo, uma reação adaptativa do organismo se inicia, desencadeando a produção de células de “combate” ao invasor. 

Entre as células, estão anticorpos que são capazes de reconhecer o vírus e se esforçar para impedir sua entrada nas células do organismo. Essas células podem ser usadas para um futuro tratamento da covid-19

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