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As melhores residências em Ortopedia e Traumatologia

As melhores residências em Ortopedia e Traumatologia

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Imagem de perfil de Residência Médica

Elencar as melhores residências em Ortopedia e Traumatologia no Brasil é uma tarefa difícil. Isso ocorre pois nunca foi feito no Brasil um estudo alinhado e comparativo sobre o tema.

Por isso, ao longo desta publicação, você conhecerá um pouco sobre o perfil da especialidade. Além disso, observará as instituições consideradas referência na especialidade.

Ortopedia e Traumatologia

No Brasil, as áreas estão condensadas em um único profissional já que em ambos os casos, o cerne da assistência médica está em lesões em áreas ósseas e musculares. Apesar disso, o foco de cada área é um pouco distinto. 

A Ortopedia é voltada para problemas crônicos e congênitos, como corrigir deformidades, postura e pisadas, restabelecer funções e aliviar dores. Já a segunda tem caráter mais emergencial e lida com traumas causados por:

  • Quedas
  • Acidentes automobilísticos
  • Prática de esporte incorreta
  • Acidentes de trabalho 

Em resumo, a Traumatologia lida com o trauma. Já a ortopedia com a preservação e o restabelecimento funcional de ossos, músculos, ligamentos e articulações e ambas tem como objetivo conferir qualidade de vida aos pacientes com acometimento em sistema locomotor. 

História da ortopedia

A Ortopedia é uma das áreas da medicina mais antigas. Há registros de procedimentos ligados à ortopedia e traumatologia desde a antiguidade. Os primeiros achados arqueológicos foram encontrados no Egito, evidenciando talas feitas de bambu, madeira ou acolchoadas com linho em múmias.

Como especialidade, o começo da ortotrauma está intimamente ligado ao início da medicina. No princípio, a especialidade era bastante voltada ao cuidado de crianças com deformidades na coluna vertebral e/ou em membros. O termo, por exemplo, foi criado por Nicholas Andry em uma publicação de 1741 chamada “Ortopedia, ou a Arte de Corrigir e Prevenir Deformidades em Crianças”. 

A Ortopedia foi pioneira no Brasil, uma vez que o primeiro programa de residência médica  surgiu em 1945 no Serviço de Ortopedia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. 

O médico ortopedista

Um bom ortopedista deve cultivar um sentimento de grande dedicação ao trabalho. Para exercer a profissão é extremamente desejável que o profissional tenha características como: gostar de promover a saúde e bem-estar dos seus pacientes, satisfação em ajudar as pessoas, responsabilidade, bom relacionamento interpessoal, carisma, capacidade de organização e de observação, agilidade, dinamismo, capacidade de diagnosticar e raciocínio lógico.

Na ortotrauma existe a possibilidade de atender tanto crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, de ambos os sexos. Os sintomas apresentados normalmente pelos pacientes, em consultório são: dores constantes nas costas; cansaço excessivo; formigamentos; rigidez matinal e calor nas articulações. Já na emergência, é comum atender fraturas, luxações, entorses, acidentes domésticos e/ou automobilísticos…

Mesmo depois de formado, o ortopedista precisa acompanhar os intensos avanços da especialidade, para isso necessita que esteja sempre estudando, se atualizando e participando de congressos.

Dados do Relatório de Demografia Médica de 2020 mostram que, no Brasil, Ortopedia é a 7ª especialidade mais visada pelos recém-formados e a 2ª pelos homens. Possui 17.906 médicos ortopedistas (o que representa 4,1%) e o perfil consiste em um profissional de em média 46 anos, 93,5 % são homens (fica atrás de Urologia) e com distribuição de 7,51 profissionais a cada 100 mil habitantes.

A rotina do médico ortopedista

Esta especialidade é clínica-cirúrgica, então, normalmente o especialista pode dividir seus horários entre pronto-socorros, ambulatórios, consultórios e centro cirúrgico. 

Por também ser um especialista cirúrgico, o médico que atuar dessa forma deve estar disponível, inclusive, durante as noites, finais de semana e feriados.

Algumas atividades que fazem parte do cotidiano deste profissional:

  • Solicitar exames
  • Realizar cirurgias
  • Realizar consultas
  • Elaborar tratamentos
  • Realizar diagnósticos
  • Prescrever medicamentos
  • Indicar equipe de fisioterapia (o trabalho multidisciplinar só traz vantagens ao paciente!)
  • Acompanhar a recuperação do paciente

Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)

A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT é uma associação nacional de especialidade médica, unidade conveniada da Associação Médica Brasileira (AMB). Ela é responsável responsável por congregar os especialistas em Ortopedia e Traumatologia. A SBOT promove e tem a responsabilidade na formação de especialistas, além de prover condições para atualização permanente, sob a forma de ensino, pesquisa, educação continuada, desenvolvimento cultural e defesa profissional.

A SBOT representa os ortopedistas brasileiros, articulando-se com os poderes públicos, privados e filantrópicos, cooperando também com outras instituições congêneres para a solução de problemas profissionais, sociais e educacionais.

Foi fundada em 19 de setembro de 1935. Apenas nove meses depois, foi realizado o primeiro Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia (CBOT) em São Paulo, o que consolidou sua principal vocação: cuidar da atualização científica e educação continuada dos seus associados.

Em 80 anos, a SBOT tornou-se a maior instituição de Ortopedia e Traumatologia da América Latina e uma das maiores do mundo. O Exame para Obtenção do Título de Especialista em Ortopedia e Traumatologia (TEOT) e o Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia transformaram-se em referências mundiais, pelo número de participantes, alto padrão de organização e rigor científico.

Missão

Congregar e valorizar os ortopedistas, aprimorando suas condições científicas, profissionais e éticas, visando melhor qualidade no atendimento à população.

Visão

Ser reconhecida como entidade representativa da Ortopedia brasileira, promovendo qualificação e condições dignas e éticas de desempenho profissional dos ortopedistas e atendimento de excelência à população, indistintamente.

Mercado de trabalho

O mercado de trabalho para o médico ortopedista pode ser considerado amplo e está em crescimento, principalmente por conta do envelhecimento populacional. Isso aumenta a demanda de assistência em saúde, queixas posturais, dores ósseas-musculares e desgastes em articulações.

Em geral, os médicos dessa área possuem ótima qualidade de vida, pois conseguem bons empregos e uma boa remuneração. Devido a quantidade de traumas e o cenário endêmico, em grandes centros urbanos, por conta dos acidentes automobilísticos, a demanda por ortopedistas tem crescido, principalmente no SUS e em serviços privados de emergência. 

O serviço público é um dos maiores contratantes de médicos ortopedistas no Brasil e oferece bons salários neste setor, especialmente em áreas com maior carência de assistência médica de urgência. A distribuição, no entanto, é bastante irregular.

Atualmente, a Ortopedia e traumatologia tem passado por um processo de crescente subdivisão. Cada vez mais as pessoas estão procurando um médico especialista para ter uma orientação melhor e uma recuperação mais rápida. Nesse sentido, quanto mais se avança na especialização, menor é a concorrência. Por exemplo: ortopedista → especializado em coluna → especializado em deformidades.

Para o ortopedista, também existe a possibilidade de seguir com os estudos e investir em uma subespecialização ou um programa de fellowship fora do Brasil. 

Área de atuação

A ortopedia e traumatologia é uma especialidade bastante abrangente que possibilita ao residente estudar diversas entidades patológicas, de casos simples a complexos, com perspectivas de cura ou não, necessidade de intervenção cirúrgica ou reabilitativa…

De maneira geral esse especialista poderá atuar em clínicas, consultórios, hospitais e unidades de saúde públicas e privadas, atendendo pessoas de todas as idades e de ambos os sexos.

Após receber o título de especialista, ele ainda poderá escolher uma área de atuação específica, como joelho, coluna, mão, pé e por aí em diante.

O ortopedista também é responsável por avaliar a condição do paciente e indicar algumas ações que auxiliarão na recuperação da lesão. Por isso é muito comum que pacientes atendidos por ele recebam indicação para:

  • Fisioterapia;
  • Exercícios físicos;
  • Atividades físicas direcionadas e específicas.

Alguns ortopedistas e traumatologistas se dedicam também à Medicina Esportiva. No entanto, esses especialistas não desempenham exatamente a mesma função que o médico do esporte, já que este profissional tem uma visão mais ampla da fisiologia do exercício. 

Remuneração do médico ortopedista

O médico ortopedista e traumatologista ganha em média R$ 6.296,06 no mercado para uma jornada de trabalho de 21 horas semanais, mostra pesquisa do site Salario junto a dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web.

Segundo pesquisa salarial do site Vagas, o recém-formado inicia o trabalho  ganhando R$ 6.156,00 de salário e pode vir a ganhar até R$ 10.276,00. A média salarial fica em torno de R$ 7.955,00, embora não tenha sido informado a quantidade de profissionais entrevistados. 

Atualmente, as melhores propostas de trabalho estão nas cidades de grande e médio porte no interior do país, dada a carência desse especialista nestas regiões.

De todo modo, a remuneração, em linhas gerais, depende da experiência do profissional e da área de atuação.

Residência médica em Ortopedia e traumatologia

A residência médica em Ortopedia e Traumatologia tem duração de três anos e a forma de ingresso é por acesso direto, ou seja, basta o certificado de conclusão da graduação em medicina e o registro no conselho estadual de medicina. 

O treinamento deve ser realizado em instituição credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica/Ministério da Educação (CNMR/MEC).

Diferente de algumas outras especialidades, o título é emitido somente após o residente ser aprovado no exame de suficiência no qual são testados conhecimentos teóricos e práticos. A avaliação é elaborada pela SBOT, tem duração de dois dias e é realizada anualmente em Campinas, São Paulo.

Segundo o Relatório de Demografia Médica de 2020, haviam 3.183 médicos residentes em atuação, destes 808 R1. Esse número representa 6,5% dos residentes brasileiros.

Objetivo

Formar e habilitar médicos nas competências específicas para o diagnóstico das diferentes afecções musculoesqueléticas e de suas possíveis complicações.

Essa especialização possibilita a aplicação do tratamento dessas alterações, o que inclui a capacitação para medidas de urgência ao paciente traumatizado e para a utilização de condutas iniciais e definitivas. Além disso, objetiva-se capacitar a prestar atendimento qualificado, integral e ético ao paciente na área de Ortopedia e Traumatologia

Matriz de competências

Em 2018, a CNRM publicou a Matriz de Competências esperada por ano de atuação do médico residente.

AO TÉRMINO DO PRIMEIRO ANO – R1:

O residente deve desenvolver e aprofundar os conhecimentos em:

  • Anatomia
  • Biomecânica
  • Fisiologia humana do sistema musculoesquelético
  • Anatomia das vias de acesso cirúrgico ortopédico
  • Semiologia ortopédica

Além disso, o estudante deve buscar o contato com a literatura ortopédica nacional e internacional e com o estudo da metodologia científica. Além de iniciar e desenvolver os princípios para o diagnóstico e o tratamento das afecções em traumatologia e medicina de urgência.

AO TÉRMINO DO SEGUNDO ANO – R2:

Dar continuidade ao treinamento das competências desenvolvidas no primeiro ano, estimulando:

  • Aplicação do raciocínio diagnóstico
  • Elaboração de propostas terapêuticas para as afecções do sistema musculoesquelético, incluindo as doenças ortopédicas e as relacionadas a reumatologia, neurologia, cirurgia vascular, malformações congênitas e deformidades adquiridas.

AO TÉRMINO DO TERCEIRO ANO – R3:

Consolidação do conhecimento global adquirido nos anos anteriores e aprofundamento nas afecções específicas dos segmentos, orientados pelos grupos das seguintes áreas de conhecimento:

  • Coluna
  • Quadril
  • Joelho
  • Pé e Tornozelo
  • Ombro
  • Cotovelo
  • Cirurgia da Mão
  • Dor
  • Tumores
  • Ortopedia Pediátrica
  • Osteometabólicas
  • Trauma
  • Reconstrução de Membros
  • Fixadores Externos e Artroscopia

Leia também: Rotina da residência em Ortopedia e Traumatologia

Subespecialidades

Segundo o Relatório de Demografia Médica de 2018, haviam 02 subespecialidade autorizadas pelo CNRM:

  • Densitometria óssea – 01 ano;
  • Dor – 01 ano.

Diante da evidência de que nas últimas décadas, a área da ortopedia e traumatologia tem passado por grandes progressos em termos de conhecimento e técnicas, alguns profissionais optam por complementar a formação no exterior, nas chamadas “fellowships”.

Melhores residências em Ortopedia e traumatologia

Independentemente da especialidade desejada, a escolha de qual programa de residência médica seguir é uma etapa fundamental na formação do médico.

Sendo assim, é de suma importância que pesquise sobre as instituições que oferecem a especialidade escolhida e opte por aquelas que atendam as demandas pessoais para uma boa formação, suas necessidades e a satisfação profissional. 

Metade dos serviços e mais da metade das vagas de residência médica em Ortopedia no país estão na região Sudeste. Essa enorme concentração faz com que alguns estados não tenham um número suficiente de especialistas para tratar a população, como o Acre, por exemplo.

Hoje, a SBOT possui 159 serviços credenciados e reconhecidos para treinar os residentes, junto à CNRM.

Pensar nas melhores residências em Ortopedia e traumatologia é uma tarefa delicada, pois não existe metodologia única que compare e analise cada um dos programas de residência. Desse modo, listamos abaixo, algumas instituições que são consideradas referências no setor de forma geral: 

  1. FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP
  2. FACULDADE DE MEDICINA DA USP
  3. HOSPITAL REGIONAL DE SANTO ANTÔNIO DE JESUS (HRSAJ)
  4. DEPARTAMENTO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA UNIFESP

Confira o vídeo

Referências

  1. Ortopedia e Traumatologia: residência, atuação, mercado de trabalho e mais
  2. Relatório de Demografia Médica de 2018
  3. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
  4. SBOT – as residências em ortopedia do Brasil
  5. Matriz de Competências em Ortopedia e traumatologia – CNRM

Sugestão de leitura complementar