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Resumo de sistema nervoso: histologia, SNC, SNP e autônomo

Resumo de sistema nervoso: histologia, SNC, SNP e autônomo

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O sistema nervoso é um dos principais agentes responsáveis pelas extraordinárias capacidades humanas, além dos processos de perceber, agir, aprender e lembrar.

O corpo humano possui mais de 100 bilhões de neurônios, as unidades funcionais deste sistema. Essas células são capazes de receber e transmitir informações por meio de sinapses químicas e elétricas. 

Este sistema é dividido, anatomicamente, em sistema nervoso central (SNC), formado pelo encéfalo e medula espinhal, e periférico (SNP), constituído por nervos e gânglios.  

Histologia do sistema nervoso   

O tecido nervoso é composto principalmente por neurônios e vários tipos de células da glia ou neuroglias. Enquanto os neurônios são responsáveis por transmitir informações, às células da glia sustentam os neurônios e participam de outras funções importantes.

Os neurônios são formados basicamente por um corpo celular e prolongamentos,  dendritos e axônio. No corpo celular encontra-se o núcleo. 

O axônio pode ou não conter a bainha de mielina, uma camada de tecido adiposo que protege e isola eletricamente suas células nervosas. 

Esta camada é produzida pelos oligodendrócitos no sistema nervoso central e pelas células de Schwann no sistema periférico. A condução do impulso nervoso se dá sempre na direção dendrito, depois corpo celular e, por último, no axônio.

Neurônio
Estrutura do neurônio. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 10ª Ed. Guanabara Koogan S.A. 2004.

Existem neurônios motores, sensoriais e interneurônios. Os neurônios motores controlam órgãos efetores, tais como glândulas exócrinas e endócrinas e fibras musculares. 

Já os neurônios sensoriais recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do próprio organismo. Os interneurônios estabelecem conexões entre outros neurônios, formando circuitos complexos.

As células da glia recebem diferentes denominações a depender da função que exercem. 

A microglia realiza fagocitose de resíduos, enquanto os oligodendrócitos e células de Schwann fazem o isolamento elétrico dos axônios produzindo a bainha de mielina. Os astrócitos tem importante função de nutrição, sustentação e proteção. 

Sistema nervoso central   

O Sistema Nervoso Central é composto pelo encéfalo e pela medula espinhal. O encéfalo é dividido em telencéfalo, diencéfalo, cerebelo e tronco encefálico. 

Sistema nervoso central

No SNC, há uma separação entre os corpos celulares dos neurônios e seus prolongamentos, sendo formadas pela substância branca e a substância cinzenta, respectivamente. 

O encéfalo é protegido pela caixa craniana, enquanto a medula espinhal é pela coluna vertebral. 

Além disso, o SNC é protegido por 3 membranas meníngeas, dura-máter (mais externa), aracnóide e pia-máter (mais interna). Entre a aracnóide e pia-máter encontra-se o líquido cefalorraquidiano, responsável pela nutrição e equilíbrio de substâncias no SNC. 

Sistema nervoso periférico 

O sistema nervoso periférico (SNP) é formado pelas estruturas localizadas fora deste esqueleto. Essas estruturas são os nervos, os gânglios e as terminações motoras e sensitivas.

Nervos consistem em cordões esbranquiçados que atuam unindo o SNC aos órgãos periféricos. 

A depender da porção do SNC que estamos estudando, esse nervo pode ser dividido em: nervos cranianos, caso estejam ligados ao encéfalo, e nervos espinhais, se estiverem ligados à medula espinhal.

Estrutura do sistema nervoso periférico

Existem doze pares de nervos que inervam principalmente a cabeça e tem origem no tronco encefálico. Estes são chamados de nervos cranianos e fazem resposta tanto ao sistema nervoso periférico quanto ao sistema nervoso central. 

Nervos cranianos
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 5ed. Rio de janeiro:Elsevier, 2011. 

No entanto, em relação a sua funcionalidade, os nervos são divididos motores, sensitivos ou mistos (quando sua composição possui fibras tanto sensitivas como nervosas). 

Já os gânglios, correspondem ao aglomerado de corpos neuronais localizados fora do SNC. Da mesma forma que os nervos, os gânglios também são caracterizados como sensitivos ou motores e participam do sistema nervoso autônomo. 

Por fim, as terminações nervosas, localizadas na extremidade das fibras constituintes dos nervos, também segue a mesma divisão:

  • uma motora, formada pela placa motora;
  • e uma sensitiva, composta pelos exteroceptores (recebem estímulos do meio externo), visceroceptores (recebem estímulos dos órgãos internos) e proprioceptores (informam o SNC sobre a posição do corpo ou sobre a força necessária para a coordenação).

Sistema nervoso autônomo

O sistema nervoso, a partir de um viés fisiológico, pode ser dividido em sistema nervoso somático e sistema nervoso visceral. 

Enquanto o primeiro está relacionado com a forma que o organismo interage com o meio ambiente externo a ele, o segundo está relacionado com o controle das vísceras para homeostasia corpórea.

O componente visceral motor é denominado de sistema nervoso autônomo (SNA), que pode ser dividido quanto ao estímulo em simpático e parassimpático.

Já o simpático responde a situações de estresse estimulando ações como taquicardia e taquipneia, hipertensão, sudorese, hiperglicemia, diminuição da motilidade e digestão. 

O parassimpático, permite ao corpo responder a situações de calma, realizando as ações opostas ao simpático:

  • Bradicardia e bradipnéia
  • Anidríase
  • Hipoglicemia
  • Aumento da motilidade e digestão.
Sistema simpático e parassimpático. Fonte: CEPA
Sistema simpático e parassimpático. Fonte: CEPA

Distúrbios do SN

Os distúrbios do sistema nervoso podem ser identificados por sinais e sintomas bem específicos ou generalizados. Isso ocorre conforme qual região foi acometida, sendo importante o conhecimento da anatomia morfofuncional para identificá-los.

Dentre os principais distúrbios desse sistema, podemos citar:

  • Acidente Vascular Encefálico: ocorre quando há uma ruptura de vasos sanguíneos no cérebro, provocando a morte de celular. Etiologicamente pode ser hemorrágico ou isquêmico.
  • Doença de Alzheimer: Um distúrbio neurodegenerativo caracterizado pela perda progressiva de funções cognitivas, como memória e raciocínio, além das comportamentais.
  • Doença de Parkinson: Uma condição neurodegenerativa que afeta principalmente o controle motor, causando tremores, rigidez muscular e dificuldade de movimento.
  • Esclerose Múltipla: Doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, resultando em danos à mielina. Pode provocar a uma variedade de sintomas, como fraqueza, fadiga e problemas de coordenação.
  • Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Um distúrbio neuropsiquiátrico que afeta a atenção, o controle impulsivo e a atividade motora.
  • Epilepsia: Um distúrbio caracterizado por convulsões que resulta de descargas  elétricas cerebrais anormais e excessivas, afetando indivíduos de todas as idades. 
  • Neuropatias periféricas: Danos aos nervos periféricos que podem causar dor, formigamento, fraqueza muscular e outros sintomas.

Esses são apenas alguns exemplos dentre os múltiplos distúrbios do sistema nervoso que existem. Estudar esses distúrbios é importante devido suas ocorrências na prática clínica. 

Como são as questões de prova sobre sistema nervoso?

As questões de prova sobre o Sistema Nervoso podem variar dependendo do contexto, nível de especialização e tipo de exame. 

Contudo, de forma geral, diversos tópicos podem ser cobrados incluindo aspectos específicos sobre as doenças ou transtornos, tais como:

  • Anatomia morfofuncional;
  • Fisiologia e patologias do sistema nervoso;
  • Métodos diagnósticos – incluindo os exames de imagens mais utilizados para cada condições;
  • Tratamento e prognóstico.

Questões que envolvem aspectos éticos e cuidados paliativos também podem surgir em provas, uma vez que a comunicação referente às condições neurológicas graves como a morte encefálica são habilidades esperadas de qualquer médico.

Além disso, é comum que provas exijam o conhecimento específico relacionado às principais emergências neurológicas. São elas:

Sugestão de leitura complementar

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Referências bibliográficas

  • JUNQUEIRA, L.C.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 524p.
  • MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional, 3a ed., 2014.