Índice
- 1 Por que fazer residência de Cirurgia do Aparelho Digestivo?
- 2 Como a residência é dividida
- 3 Alinhando as principais expectativas
- 4 O melhor da residência em Cirurgia do Aparelho Digestivo
- 5 O mais difícil
- 6 Expectativa de trabalho e emprego
- 7 Conclusão sobre a rotina da residência em Cirurgia do Aparelho Digestivo
Quem deseja saber como é a rotina da residência de Cirurgia do Aparelho Digestivo pode se preparar para muito tempo de estudos. Em primeiro lugar, porque a especialidade é dedicada ao tratamento cirúrgico de patologias do sistema digestivo, como esôfago, estômago, intestino e outros.
Em segundo lugar, porque para ser um especialista na área (ou seja, para ser gastrocirurgião), é preciso cursar residência em Cirurgia Geral por dois anos antes de iniciar os dois anos de Cirurgia do Aparelho Digestivo.
Como mostra a Demografia Médica no Brasil 2018, do Conselho Federal de Medicina (CFM), no Brasil são 2.864 especialistas (0,8% de todas as especialidades)l. 0,7% dos recém-formados em Medicina escolhem a residência, que conta com 203 residentes ocupando parte das 330 vagas autorizadas de residência em Cirurgia do Aparelho Digestivo.
Para você saber tudo sobre a rotina de quem cursa a residência de Cirurgia do Aparelho Digestivo, conheça agora a história de Luiza Basílio, que finalizou a especialização em Cirurgia Geral Avançada do Aparelho Digestivo em 2018.
Existem muitas coisas que você não pode deixar de aprender antes de optar pela residência em Cirurgia do Aparelho Digestivo. Então leia mais sobre a especialidade e escolha a residência médica perfeita para você!
Por que fazer residência de Cirurgia do Aparelho Digestivo?
Graduada em Medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), foi no internato em que ela teve interesse em seguir a especialidade. Em seguida, fez residência em Cirurgia Geral no Hospital Federal de Ipanema e, depois, aprofundou-se em Aparelho Digestivo.
“A Cirurgia Geral é uma ponte para várias outras especialidades. Ao rodar por elas, me identifiquei mais em operar órgãos abdominais e também nem atuação em cirurgia de urgência”, conta. Na instituição em que fez residência, não havia emergência, “mas muitas cirurgias complexas, em especial cirurgia hepática e de pâncreas, o que me chamou a atenção e me fez entender que eu não seguiria para outras especialidade”, revela Luiza.
Como a residência é dividida
A residência de Cirurgia do Aparelho Digestivo tem duração de dois anos e tem como pré-requisito a especialização em Cirurgia Geral. A carga horária é de 60 horas semanais. A divisão de competências de cada ano é dividida da seguinte maneira pela Comissão Nacional de Residência Médica:
- R1: formular hipóteses para diagnóstico e diagnósticos diferenciais de afecções do aparelho digestivo e órgãos anexos, indicar exames complementares, dominar anatomia cirúrgica de abdome, resposta endócrino-metabólica ao trauma, nutrição em cirurgia do aparelho digestivo, atendimento a pacientes críticos de UTI e emergência, identificar e tratar complicações clínicas pós-operatórias, entre outras;
- R2: dominar seleção, avaliação de risco, princípios oncológicos e técnicas operatórias de paciente com câncer do aparelho digestivo, dominar aspectos do câncer do aparelho digestivo relacionados a fatores de risco, atuar em atendimento multiprofissional do paciente envolvendo oncologia clínica, nutrição, radiologia, radioterapia dentre outros, analisar métodos de imagem aplicados, domínio de base do diagnóstico anatomopatológico e implicações na classificação de estadiamento TNM, entre outras.
A experiência como R3 foi a mais marcante para Luiza. “É quem organiza o contato dos R1 e R2 com a especialidade, por isso tive uma experiência de liderança, presença e responsabilidade”, conta. Além disso, na instituição na qual fez residência de Cirurgia do Aparelho Digestivo ela pode atuar em centro cirúrgico, fazendo ou auxiliando procedimentos e, dessa forma, aprendendo a ensinar.
Ao mesmo tempo, “o R3 é o primeiro a entrar e o último a sair. Da mesma forma, é quem organiza o caderno de pacientes mais graves, monta o mapa de operações e também opera. Por fim, operamos também por videolaparoscopia e outras coisas mais complexas”, revela.
Alinhando as principais expectativas
Nos primeiros anos, Luiza reconhece que os residentes pensam que sairão da especialização com absolutamente todos os conhecimentos necessários para saírem como cirurgiões. Porém, “durante o R3, vi que não é toda cirurgia que você pode fazer. Apesar de parecer frustrante, no fim do último ano vi que aprendia até mais do que esperava ao auxiliar os cirurgiões”, opina.
“Não é que você não faça cirurgias, mas você não opera tudo o que imaginava que operaria quando estava no R2. Além disso, diante da complexidade de algumas operações, o staff de cirurgiões do hospital era muito solícito a ensinar, o que por sua vez deixou a residência muito boa”, afirma a especialista.
O melhor da residência em Cirurgia do Aparelho Digestivo
A escolha de uma instituição que estava alinhada aos interesses de Luiza foi o diferencial em sua residência em Cirurgia do Aparelho Digestivo. “A melhor parte foi o corpo de cirurgiões, muito dedicados ao que faziam, competentes e com muito conhecimento para transmitir”, conta.
Ao mesmo tempo, o hospital tinha recursos suficientes para que os residentes pudessem acessar tecnologias como videolaparoscopia e outra, afirma.
O mais difícil
A carga de responsabilidades do residente de último ano em Cirurgia do Aparelho Digestivo é uma das coisas mais difíceis da especialidade, de acordo com Luiza Basilio. “O R3 é um ano corrido. Você fica o dia inteiro no centro cirúrgico, supervisiona outros residente e não deixa de estudar. É um malabarismo. Além disso, só com a bolsa da residência não é possível se manter e, dessa forma, é preciso trabalhar fora. Equacionar tudo isso foi o maior desafio”, explica.
Porém, a sua vontade de seguir pela residência falou mais alto. “Queria muito e acreditava que valia a pena, por isso não deixava meus deveres de residência para trás. Principalmente porque me agregava muito conhecimento. Fiz ajustes no meu tempo, passei a sair menos, gastar menos e me dedicar mais à residência”.
Expectativa de trabalho e emprego
As áreas de atuação para quem faz residência de Cirurgia do Aparelho Digestivo são variadas. Vão desde atividade em exames diagnósticos/terapêuticos ambulatoriais, realizando exames endoscópicos e colonoscopia. Além disso, existem também cirurgias ambulatoriais ou de curta internação (como hernioplastias hiatais laparoscópicas). Por fim, também há cirurgias de alta complexidade na área oncológica e de transplante.
A média salarial de um médico cirurgião do aparelho digestivo é de R$ 5.294,78 para uma carga horária semanal de 24h, informa o site Salário.com.br.
Quem é recém-formado encontra no plantão do sistema particular ou público uma boa maneira de ingressar no mercado de trabalho. Apesar disso, o trabalho é extenuante. Ainda de acordo com Luiza, a Cirurgia Geral e suas subespecialidades são boas oportunidades para atuação.
“Você pode focar em pâncreas, bariátrica, cirurgias avançadas para operar cólon ou cirurgias oncológicas. Ainda é possível ir para cirurgia de parede abdominal”, diz. Dessa maneira, “é um leque de possibilidades”.
Conclusão sobre a rotina da residência em Cirurgia do Aparelho Digestivo
Se você também deseja seguir pela residência em Cirurgia do Aparelho Digestivo, Luiza Basilio traz algumas dicas. “Você precisa se aprofundar e ver como tudo funciona, antes de escolher. Fale com residentes que já estão em Cirurgia Geral, visite o hospital, veja como o dia a dia funciona. Pesquise”, indica.
No final, apesar de cansativo, o conhecimento agregado é grande. “A residência foi fundamental porque a minha curva de aprendizado deu um salto. Para que eu conseguisse fazer tantas cirurgias como fiz, foi preciso ficar muito no centro cirúrgico durante o R3”, finaliza.

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