Residência Médica

Rotina da residência de Cirurgia Vascular

Rotina da residência de Cirurgia Vascular

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A residência de Cirurgia Vascular tem rotina intensa de estudos e atuação. Após cumprir o requisito de dois anos de residência em Cirurgia Geral, os médicos mergulham em todos os aprendizados possíveis da especialidade, que estuda as doenças e os tratamentos cirúrgicos para os sistemas arterial, venoso e linfático.

Os dados da Demografia Médica no Brasil 2018, feita pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). mostram que o país conta com 4.301 especialistas (1,1% do total de especialidades). 314 médicos cursavam a residência de Cirurgia Vascular naquele ano, que possui 541 vagas autorizadas. Do total de recém-formados em Medicina, 1,1% optam por essa especialidade.

Para você saber mais sobre como é a rotina de quem fez residência de Cirurgia Vascular, a Sanar Residência Médica conversou com a médica Renata Reis, que terminou a especialização em 2019.

Descubra tudo o que você deve conhecer antes de escolher a residência em Cirurgia Vascular. Saiba mais sobre a especialidade, a rotina dos residentes e veja o que você pode fazer para seguir o mesmo caminho!

Por que escolher residência de Cirurgia Vascular?

Depois da graduação em Medicina na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e de cursar Cirurgia Geral no Hospital Geral de Bonsucesso, Renata ingressou na residência de Cirurgia Vascular no Hospital do Servidor da capital carioca. A escolha pela especialidade veio ao fim da primeira residência. 

“Terminei Cirurgia Geral, fiquei em dúvida sobre o que fazer, mas já gostava de Vascular e via como uma área mais versátil e com opções de trabalho. Além disso, escolhi o Hospital do Servidor porque é referência e atua mais em cirurgias abertas”, afirma.

Como a residência é dividida 

A residência de Cirurgia Vascular tem como pré-requisito a especialização em Cirurgia Geral. São 60 horas semanais de carga horária. O primeiro e segundo anos da residência demanda atividades como:

  • R1: domínio de anamnese e exame clínico geral e vascular, abordagem teórico-prática de fundamentos e história natural dos agravos do sistema circulatório, dominar a anatomia do sistema circulatório e manobras propedêuticas, uso de equipamentos como Doppler direcional, pletismografia ou termometria cutânea, domínio de anatomia descritiva, topográfica e também de bases fisiológicas da circulação e fundamentos, entre outras;
  • R2: avaliação de doenças circulatórias de média e alta complexidade, tratamentos cirúrgicos, formação e ensino de residentes R1, domínio de cirurgias endovasculares e abertas, planejamento de procedimentos cirúrgicos, domínio da anatomia dos grandes vasos torácicos e abdominais, entre muitas outras competências.

Seja no primeiro ou segundo ano, Renata diz que a rotina é intensa. “A carga horária é pesada na prática. A residência normalmente é focada em paciente do SUS, com cirurgias arteriais, serviços em pé diabético e doenças complexas. O movimento de pacientes é grande”, revela.

No R1, o residente de Cirurgia Vascular atua mais em enfermaria e ambulatório, além de procedimentos menos complexos ao lado do staff e residentes acima. “Já no R2, o médico faz mais procedimentos, coloca a mão na massa. O R3 assessora os anteriores. Ou seja, tem bastante trabalho para todos na residência de Cirurgia Vascular”, diz Renata.

Alinhando as principais expectativas

Quando ainda estava em Cirurgia Geral, Renata Reis tinha uma expectativa de atuação em Cirurgia Vascular principalmente voltada para procedimentos complexos. Porém, ela conta que chegou a atuar em nisso. “Gostava muito de trauma e cirurgia aberta, e o Hospital dos Servidores tinha tradição em cirurgias complexas”, conta.

Ao longo do tempo, a atuação da médica mudou um pouco. “Pensava antes em fazer cirurgias complexas, como arterial e outras. Porém hoje faço mais cirurgias venosas e exames. Não imaginaria que gostaria disso, e acabei me encontrando”, diz.

O melhor da residência em Cirurgia Vascular

Diante de uma rotina intensa cheia de trabalho para todos, foi fundamental para Renata contar com uma rede de profissionais que atuaram em parceria durante a residência. “Nos demos muito bem e trabalhamos bem em equipe, no grupo de residentes”.

Ela revela que foi uma experiência inédita em todos os anos de atuação. “Foi um companheirismo que não tive antes. Considerando a carga horária bem puxada, contar com um bom grupo de residência faz muita diferença”, acredita.

O mais difícil 

Existem alguns desafios quando falamos em Cirurgia Vascular, principalmente no caso dos pacientes. “O paciente vascular é sempre complexo e um desafio, afinal são comorbidades e doenças que mais precisam ser tratadas, como diabetes, tabagismo e amputações”, afirma Renata Reis.

A especialidade lida com emergências que, se não houver operação naquele instante, pode provocar uma amputação. “Você precisa atender na hora, então é uma área delicada. É um paciente mais complicado, são pessoas com comorbidades mais graves, e às vezes pacientes de tabagismo, por exemplo, não facilitam muito o trabalho, então é difícil e exige dedicação”, explica.

Expectativa de trabalho e emprego

Apesar da grande concorrência, existe um bom mercado para os profissionais, que podem atuar com exames complementares: USG doppler vascular, cirurgias abertas e endovasculares, interconsultas, ambulatório, entre outras. Existe a possibilidade de atuar em consultório. Porém, em geral o profissional deve se vincular a unidades de saúde para operar.

De acordo com pesquisa do site Salario.com.br, com base em dados oficiais, o profissional de Cirurgia Vascular tem salário médio de R$ 5.090,27 para 26 horas de carga horária semanal.

Renata afirma que a concorrência é grande, mas que sempre há espaço para os bons profissionais. Além disso, é importante observar as preferências de cada um. “Dependendo do perfil de cada pessoa, dá para fazer exame Doppler Vascular, ou atuar na parte estética. É possível atuar em consultório, ou em plantão de trauma. Por fim, também existe a cirurgia endovascular”.

Renata também fez subespecialização em Cirurgia Endovascular, no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina, e terminou em 2019.

Conclusão sobre a rotina da residência em Cirurgia Vascular 

Como dicas para quem gostou da rotina da residência em Cirurgia Vascular, Renata Reis afirma em primeiro lugar que é muito importante pesquisar. “Conheça bem o perfil do hospital em que você quer atuar. Veja quais os recursos disponíveis e informe-se sobre o serviço do hospital. Eu mesma escolhi Cirurgia Endovascular, por exemplo, em uma instituição que é forte nisso”, opina.

Em seguida, ela revela outros aspectos que fazem a residência valer a pena. “Saí muito bem formada em Cirurgia Vascular. Afinal, o residente vai perdendo o medo de pacientes complexos e encara os desafios da cirurgia. É muito gratificante escolher fazer algo que você gosta e aprender bastante com isso”.

“Além disso, existe a possibilidade de escolher uma área e mudar a linha de trabalho ao longo do tempo”, continua a médica. “Comecei com foco em cirurgia arterial, e agora tenho mais atenção para atuar em consultório e exames. É interessante escolher uma áreas na qual você possa mudar a sua atuação e Cirurgia Vascular permite isso”, diz.

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