Residência Médica

Rotina da residência em Urologia

Rotina da residência em Urologia

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A palavra-chave na rotina da residência em Urologia é intensidade e nem sempre se conhece a rotina de uma especialidade sem vivê-la dessa forma. Assim, quem ingressar na carreira precisa dedicar-se ao máximo para essa especialidade, que se devota ao estudo e tratamento do trato urinário feminino e masculino e o sistema reprodutor masculino.

A Demografia Médica no Brasil de 2018, do Conselho Federal de Medicina, mostra que são 5.328 especialistas no país (1,4% do total de especialidades). 521 médicos estavam na residência em Urologia, que possuía naquele ano 746 vagas autorizadas.

Saiba tudo o que você precisa sobre a rotina da residência em Urologia com Fernando Talles, que finalizou em março de 2020 a residência no Hospital Federal da Lagoa, no Rio de Janeiro. Após a graduação em Medicina na Uerj em 2014 e de concluir a residência em Cirurgia Geral no Hospital Federal da Lagoa, ele decidiu por Urologia na mesma instituição, que é referência no setor. 

“É uma boa área cirúrgica, com bons campos de atuação e muitas áreas disponíveis, com mistura de clínica com cirurgia, tanto em atendimento clínico quanto em consultório e procedimentos”, explica.

Veja mais sobre a especialidade e faça uma boa escolha!

Como a residência é dividida 

Com duração de três anos e 60 horas semanais, a residência em Urologia tem como pré-requisito a residência em Cirurgia Geral. Fernando traz um pouco da divisão de cada um dos três anos da especialidade.

“No R1, começamos aprendendo sobre procedimentos simples, em atuação ambulatorial, além de biópsia de próstata, procedimentos locais e atuação em emergência em hospitais como o Souza Aguiar aqui no Rio, por exemplo. É o período no qual você aprende mais a lidar com todo o contexto de Urologia, que difere de Cirurgia Geral em relação a condutas e outros aspectos. O trabalho é maior por causa de internações, acompanhamento em enfermarias e sobreaviso, por exemplo”.

Ele conta que os anos seguintes trazem atuações mais complexas .”No R2, atuamos em cirurgias maiores, endoscopias, próstatas, cálculos renais, urodinâmica, exames mais específicos e completos, por exemplo. Já no R3, rodamos em transplante renal e cirurgia maiores, como oncológicas e também vemos videolaparoscopia”, finaliza.

Alinhando as principais expectativas

Desde a residência em Cirurgia Geral, Fernando conta que tinha muita expectativa na Urologia, que é uma área abrangente. “Tinha expectativa grande em aprender essa área, pois envolve técnicas diferentes de cirurgia, completamente diferentes do que vi em Cirurgia Geral, desde cirurgias endoscópicas sem cortes até cirurgias robóticas”, diz.

O médico sempre quis “um lugar em que eu pudesse ver tudo o que acontece na Urologia. Por isso, a residência me deixou bem satisfeito e, principalmente, me abriu portas”, conta Fernando.

O melhor da residência em Urologia

A diversidade de conhecimentos e, por consequência, de possibilidades de trabalho é apontada como a melhor parte da residência em Urologia, de acordo com Fernando Talles.

“O maior ponto positivo é ter amplitude de atuação. Além disso, você acompanha o paciente por muito tempo. Por fim, é uma especialização muito boa para médicos que gostam de operar”, diz.

O mais difícil 

Entre os principais desafios da residência em Urologia, está a sobrecarga não apenas profissionalmente, mas também de estudos, como conta Fernando. “O maior desafio é a sobrecarga de informação e trabalho, pois é ótimo que a área seja tão ampla quanto é, mas demanda trabalho e dedicação maiores. Então o principal é que o médico deve se dedicar”, opina.

Para o especialista, “não adianta fazer uma residência achando que tudo vai cair no colo ou se resolver de forma mágica. É preciso viver aquilo intensamente, para aprender todos os detalhes possíveis com pacientes e preceptores”, recomenda.

Expectativa de trabalho e emprego

O site de empregos Catho indica que a média salarial de um urologista no Brasil é de R$ 9.567,80. O site Glassdor, por sua vez, aponta que um urologista prestador de serviços pode ganhar até R$ 45 mil, pois a variação depende da região no qual o profissional atua. 

É possível atuar no SUS, em convênios e no sistema privado.

De acordo com Fernando, o mercado tem grande concorrência nos grandes centros devido ao alto número de especialistas. Por isso, ele diz que é preciso se destacar. “Agora está em alta o uso de robôs em hospitais, é uma realidade palpável. Estou me certificando em robótica, por exemplo. Além disso, é cada vez mais comum atuar em hospitais, eu mesmo atuo em consultório dentro de um hospital”, diz o médico.

Conclusão sobre a rotina da residência em Urologia 

São muitos desafios na residência em Urologia que demandam alto nível de dedicação e jogo de cintura para lidar com todos os conteúdos que precisam ser estudados. Mesmo assim, Fernando diz que a especialização foi muito importante.

“Não apenas para atuação clínica, mas hoje, por exemplo, faço Doutorado e essa oportunidade surgiu ao longo da residência, quando fiz um trabalho científico que abriu portas para que eu seguisse um caminho acadêmico”, conta. “É uma especialidade puxada, mas para quem gosta, vale a pena não desistir e se dedicar”, opina.

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Referências:

Urologia: residência, áreas de atuação, rotina e mais!

Sociedade Brasileira de Urologia

Demografia Médica no Brasil 2018